sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Inovação: transformando a resistência em parte de mudança


Resistência é um fenômeno natural, humano que, quando bem administrado, permite que as pessoas evoluam e que finalmente a mudança se realize.

Diz um ditado italiano que "chi lascia la strada vecchia per una strada nuova sa lo che lascia, no sa lo que trova" (quem abandona uma rua velha por uma rua nova, sabe o que abandona, mas não sabe o que vai encontrar).
De fato, não saber o que se vai encontrar é uma das principais angústias humanas diante das mudanças, o que explica grande parte da resistência. Só lembrando: no universo organizacional, a angústia se multiplica, já que o desconhecido pode significar perda do domínio sobre as atividades rotineiras, perda do poder ou até a perda do próprio emprego.
Na verdade, a resistência é um fenômeno natural, humano que, quando bem administrado, permite que as pessoas evoluam e que finalmente a mudança se realize.
Entretanto a resistência - e os resistentes - são vistos como empecilhos a serem eliminados o quanto antes. Nada mais pernicioso: as pessoas passam a adotar o discurso, mas não as ações. Quem já não viu esse filme? Graças a esse procedimento, a empresa passa a não ter meios para conhecer as fontes das resistências e, portanto, não tem como administrá-las.
No meu trabalho com adoção de ambientes virtuais - que necessariamente envolvem mudanças de processos - utilizo algumas táticas para endereçar essas mudanças e incorporar resistência como parte do processo. Compartilho com vocês:
Origens da resistência
Um agente de mudanças hábil percebe a diferença entre as resistências objetivas e as subjetivas. As objetivas são explicitadas e podem ser discutidas. Aliás, alguns argumentos podem ser pertinentes, por que não? Nada melhor do que conhecê-los.

Já as resistências subjetivas, de fundo emocional, merecem outro tipo de tratamento. É verdade que a argumentação tende a ser sempre racional, pois esta é a linguagem que as empresas respeitam, mas se a cada argumento a favor da mudança houver um "sim, mas...", pode-se ter certeza de que se atingiu apenas a ponta do iceberg. Como administrar as resistências subjetivas? Com autoconfiança, espaço para ensaio e erro e respeito às pessoas envolvidas.
Visualização da mudança

A tática de demonstrar os benefícios da mudança é muito comum e de fato é bastante útil. Mas não há porque temer um levantamento de aspectos negativos, afinal, as pessoas vão pensar sobre eles e comentá-los de qualquer forma. Costumo pedir às pessoas envolvidas uma lista de problemas potenciais, e em seguida proponho uma reflexão sobre formas de esclarecê-los, reduzi-los ou compensá-los. É um exercício poderoso, pois os fantasmas se transformam em possibilidades administráveis.

O papel do grupo

Líderes tem um papel importantíssimo enquanto agentes formais das mudanças, mas os agentes informais também podem contribuir bastante. Adaptei os estudos de Everett Rogers sobre "Disseminação de Inovações" para o interior das organizações. Basicamente, Rogers classifica a adoção das inovações numa escala que inicia com os inovadores, passa pelos que aderem rapidamente e vai decrescendo até os realmente lentos.

Com base nessa classificação, é possível tecer estratégias específicas para cada grupo, e como eles influenciarão os demais. Que tal ter alguma forma de reconhecimento para os primeiros que adotam uma mudança? E um grupo de apoio para os mais resistentes?
Viu como incorporar a resistência como parte do processo é possível? Além de ser uma estratégia eficaz, é realista.
Gisela Kassoy

Discurso versus prática


Vender uma imagem “verde” sem, de fato, ter uma postura sustentável pode desgastar a empresa junto aos seus públicos

Muitas corporações divulgam aos quatro cantos que atuam de maneira sustentável, embora, na prática, não tenham uma postura ética e coerente no que diz respeito à responsabilidade socioambiental e econômica. Exemplo disso é o chamado greenwashing, em que as empresas gastam tempo e dinheiro divulgando ações “verdes” sem, de fato, implementar práticas que minimizem os impactos ambientais gerados por suas atividades.

Com os stakeholders e a sociedade cada vez mais atentos à atuação corporativa, usar a sustentabilidade apenas como ferramenta de marketing pode causar sérios danos à imagem das organizações. Recentemente, ativistas questionaram o fato de a Olimpíada de Londres ter sendo "vendida" como a mais verde da história, sendo que, do ponto de vista deles, os patrocinadores do evento não são exemplos de organizações socioambientalmente responsáveis.

Para Marcia Auriani, professora da HSM Educação, nessa relação discurso versus ação sustentável, ainda há mais "fumaça do que fogo". “Poucas empresas possuem realmente uma preocupação com o equilíbrio do planeta. A sustentabilidade está longe de ser alcançada porque os profissionais ainda não se deram conta do que ela significa”, diz. “As pessoas ainda não compreendem a complexidade que envolve atuar num ambiente sustentável. Principalmente em pequenas e médias empresas, ainda é comum confundirem sustentabilidade com equilíbrio financeiro”, revela.

Recuperar a imagem é possível

A perda de market share é um dos principais castigos para as organizações que se vendem sustentáveis. Como, hoje em dia, a informação é de fácil acesso, qualquer deslize chega aos ouvidos dos consumidores e, daí, para a perda de credibilidade é um passo. “Este é o pior cenário. O consumidor deixa de confiar na marca e a imagem fica desgastada”, comenta Marcia. 

Os impactos causados por uma falsa imagem são reversíveis, só que apenas a médio e longo prazos – e a um custo muito elevado, segundo a professora. “Quanto mais engajados os consumidores, maior será o prejuízo para a marca”, afirma. Para recuperar a imagem após uma crise gerada pela postura enganosa, é importante:

•    Fazer o “mea culpa”;
•    Ser transparente;
•    Solucionar a crise;
•    Prestar contas à sociedade periodicamente;
•    Manter um diálogo com os consumidores, caso eles se disponham a isso.

De acordo com a professora, empresas cujas atividades prejudicam mais o meio ambiente, como as indústrias químicas, devem se posicionar diante dos stakeholders como organizações que buscam continuamente soluções sustentáveis. “É importante também fazer um plano de comunicação detalhado”, explica.

Entre as empresas que representam maior ameaça ao meio ambiente, Marcia comenta que as do setor primário têm mais visibilidade, por conta de vazamentos de petróleo e queimadas nos campos, por exemplo. Contudo, ela aponta que a indústria tem maior poder poluente com seus resíduos oriundos da produção e que, no setor terciário, o turismo mal desenvolvido está destruindo obras milenares da natureza. “Independente do setor de atuação, é preciso que a organização tenha coerência entre o discurso e a prática”, alerta.

Recentemente, a Unilever, reconhecida por atuar de forma sustentável, suspendeu o contrato com seu maior fornecedor de óleo de palma ao ter a informação de que o produto vinha de áreas desmatadas na Indonésia. A fornecedora é acusada de desmatamento ilegal e destruição da floresta de turfa, práticas que liberam grandes quantidades de dióxido de carbono na atmosfera. A atitude da Unilever foi vista com bons olhos pela sociedade e por organizações ambientais. Eis um exemplo de ação para preservação do meio ambiente e de imagem corporativa.

Portal HSM



A Formação de Novos Líderes na Empresa Familiar



Artigo escrito pelo prof. John Coleman, Harvard Business School, indica que ler é um exercício fundamental para a formação de um líder.
Cita entre as conclusões de sua pesquisa, o legado que o hábito da leitura acrescenta, ao processo de formação de um líder:
- Desenvolvimento da inteligência verbal:  a articulação entre as idéias ganham qualidade e velocidade,  aumentando a efetividade de sua comunicação;
- Geração de qualidade no desenvolvimento da empatia do líder, no contato com sua equipe e clientes. Consegue entender melhor as atitudes das pessoas, no microcosmo de sua equipe, da empresa, pois o hábito da leitura lhe proporciona informações sobre mudanças nos costumes e valores da sociedade como um todo;
- Incremento da capacidade para ter “insights” e inovar, em seu ambiente de trabalho.
É possível fazer um “link” entre formação do perfil de liderança e importância do processo de desenvolvimento de novas lideranças na Empresa Familiar.
É notável a dificuldade de surgimento de novos líderes nesse ambiente.
As causas são emocionais e técnicas.
Em muitas Empresas Familiares é possível verificar o surgimento de lideranças em suas estruturas.  No entanto ocorre com mais dificuldade o desabrochar de líderes entre os membros das famílias que controlam o capital dessas Empresas.
Sem entrar no mérito do porque isso acontece, é legítimo deixar esta mensagem aos membros das famílias empresárias:  empenhem-se na construção de seus perfis como futuros líderes dos negócios!
É claro que uma formação de boa qualidade importa.
Entretanto os aspectos emocionais, aspectos relacionados com o auto-conhecimento, com o desenvolvimento de competência (e humildade) para buscar ajuda em situações delicadas – já que não é possível consultar o Google, para esta finalidade ! – competência no processo de delegação nas tomadas de decisões são fundamentais.
O bom líder é aquele sempre atento à formação de novos líderes, ao seu redor.
Um líder não eficaz é o que Júlio Ribeiro tipificou como “o Branca de Neve”. Sempre rodeado de gestores anõezinhos, que não puderam, ou não quiseram se desenvolver!
Poucos membros de famílias empresárias, na faixa entre 30 e 45 anos de idade, tiveram bons exemplos de liderança e bons mentores.
Muitos encontraram pela frente, chefes Branca de Neve!
Acrescente à sua marca, como gestor, líder de um negócio, tornar-se o mentor do processo de formação de novas lideranças na família e na Empresa, como forma de garantir a perpetuação do patrimônio familiar!
Eduardo Najjar

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

É preciso decidir entre individualismo e coletivismo?


Em pesquisa com mais de 500 dirigentes empresariais, 30% afirmam que querem eliminar o traço de individualismo da cultura de suas organizações, enquanto para 45% suas empresas não têm nem desejam ter esse traço. Ou seja, 75% dos entrevistados não consideram o individualismo uma característica bem-vinda no ambiente organizacional. Ao contrário, seu desejo é incentivar a colaboração, o espírito de time e a força dos laços entre as pessoas. Para eles, o coletivo tem de ser mais valorizado do que o individual.
Outra parcela de dirigentes, correspondente a 14%, revela estar insatisfeita com a forma como esse traço é expresso e diz querer ressignificá-lo. Para eles, é preciso incentivar a responsabilidade de dono, valorizar o lado empreendedor de cada pessoa, mas não em detrimento do conjunto, pois "dono de verdade" sabe que precisa ter um time unido em torno de uma causa comum.
São duas as principais reflexões sobre os dados apresentados. A cultura brasileira é, em essência, mais coletivista do que individualista. Portanto, o desejo da maioria dos executivos converge para uma característica própria de nossa cultura e, assim, em princípio não encontraria resistência. Esse é o "lado sol" dos resultados da pesquisa.
Outra breve reflexão nos leva, no entanto, ao "lado sombra" da situação: até parece que os dirigentes que rejeitam comportamentos individualistas não são os mesmos que aprovam os modelos de gestão em suas empresas. As grandes diretrizes e políticas organizacionais, a exemplo da gestão de pessoas, adotadas no Brasil mostram isso. Quer um exemplo? A política de remuneração, uma das maiores e mais poderosas alavancas de transformação ou consolidação da cultura. Ela é uma expressão do que realmente é valorizado na empresa, através do estabelecimento de metas - e, aliás, até se remunera por isso.
Os modelos de "compensation", em sua grande maioria, tem uma lógica que privilegia o indivíduo e nem sempre de uma forma articulada com o conjunto. Aliás, na remuneração variável, por exemplo, para que a pessoa atinja a ousada meta estabelecida como indicador é necessário que, vez por outra, atrapalhe a meta do outro. É fato que, com isso, o resultado da empresa também pode ser afetado, mas o bônus pessoal é um drive muito forte. É bem verdade que em geral se estabelece para o time de dirigentes o resultado da empresa como um todo, o que nos levaria a compreender que essas políticas focam o coletivo. Não raramente, porém, mesmo no grupo cuja remuneração é ligada ao resultado global, não há clareza sobre como sua ação deve ser integrada à do colega ao lado. Incrível, mas ainda é assim que acontece.
Na maioria das vezes, esses modelos são inspirados nos utilizados nos Estados Unidos, de forma bastante consistente com o drive cultural daquele país: entre mais de 60 países, os EUA se destacam por seu alto grau de individualismo. Mas o Brasil, como sabemos, está localizado no eixo oposto. Não por acaso, as pessoas muitas vezes se sentem confusas e não se captura delas a melhor contribuição para o desempenho da empresa.
A tendência mostrada pela pesquisa é de privilegiar a ação coletiva, e o discurso dos dirigentes é claro no sentido de que as decisões devem se basear nesses princípios. Em contrapartida, a lógica que sustenta as políticas de remuneração praticadas, segundo a qual a avaliação do indivíduo é focada na garantia do bônus pessoal, tem fundamentalmente uma lógica individualista.
Você, dirigente brasileiro, tem uma questão importante a resolver, primeiramente consigo mesmo: afinal, o que você quer? Ao buscar a resposta, não deixe de levar em conta que é preciso alinhar o que você deseja com os famosos KPIs (Key Performance Indicators) e com os indicadores de remuneração variável. Importante se perguntar se eles são vinculados à estratégia da empresa de forma mais ampla. Ou em vez disso, privilegiam os resultados de curto prazo que cada um pode ajudar a alavancar. Uma combinação assim pode ser perigosa.

Betania Tanure



Aumentando o ROI nas Mídias Sociais


Quando pensamos em target, há muitas coisas a considerar. Primeiro de tudo, 20% dos consumidores online são conhecidos como High Sharers. Eles são geralmente mais jovens, as pessoas mais ativas nas redes sociais e têm acesso à internet através de múltiplos dispositivos (laptop, desktop, smartphone, tablet), geralmente são criadores de conteúdo online original e muitas vezes são fiéis a suas marcas favoritas. Portanto, eles são três vezes mais propensos a sugerir produtos e serviços para amigos em sites de mídia social.
Low Sharers são os outros 80% dos usuários da internet. Esses consumidores não são fiéis a marcas específicas e muitas vezes procuram o melhor produto ou serviço através de pesquisa. Não usam sites de mídia social, mas quando o fazem, eles são susceptíveis de compartilhar conteúdo dos outros, em vez de criar o seu próprio.
Sugestões de fontes confiáveis, como amigos, família e sites de redes sociais são muito influentes para os clientes quando se trata de fazer uma decisão de compra. Isto significa que é crucial para as empresas criar suas campanhas de marketing para atrair os High Sharers, uma vez que este grupo irá gerar o maior ROI nas Mídias Sociais.
A próxima ação é saber se está entregando a mensagem certa. Há sete tipos de compartilhadores de mídia social com estilos diferentes de compartilhamento de que sua marca pode atender, a fim de se conectar com clientes potenciais.
  • Altruístas: Este grupo é o maior grupo de usuários de mídia social. Eles têm desejo de ajudar os outros, para que eles compartilhem informações com seus amigos em sites de mídia social. Este grupo deve ser um principal público-alvo de cada empresa sem fins lucrativos ou de angariação de fundos relacionados porque querem ajudar os necessitados. Para participar efetivamente deste grupo, use e-mail e Facebook.
  • Seletivos: Este é o segundo mais comum de mídia social. Eles gostam de compartilhar informações que serão relevantes para certos amigos. Eles gostam de usar e-mail para compartilhar informações com os outros.
  • Conectores: Conectores desejam compartilhar informações, a fim de criar mais oportunidades de se socializar com os outros. Eles têm múltiplas plataformas de mídia social para que possam efetivamente compartilhar mais informações com seus amigos. Seus sites favoritos são Flickr, Twitter, Facebook e LinkedIn.
  • Apaixonados: Este grupo compartilha informações, porque eles têm uma paixão em comum com outra pessoa. Eles gostam de usar o Facebook, mas também participam de sites de avaliações, classificação de produtos.
  • Provocadores: Gostam de compartilhar informações para obter uma determinada reação de amigos. Blogueiros são vistos como provocadores, e gostam de usar o YouTube, WordPress, Twitter, Delicious, Foursquare e LinkedIn.
  • Caçadores de Tendências: Este grupo usa a mídia social para mostrar que eles estão conscientes das últimas tendências. Eles constroem sua credibilidade usando vários sites de mídia social. Este grupo pode ser muito útil para as empresas que querem aumentar a sua visibilidade e vendas. Eles são o grupo mais influente quando se trata de compras de eletrônicos, acessórios de moda e produtos para bebês.
  • Carreiristas: Estão usando as redes sociais para fins estritamente comerciais e profissionais. Eles usam o YouTube, Twitter, Facebook e LinkedIn para compartilhar informações relacionadas a negócios.
Na mídia social, não é suficiente apenas ter muitos amigos e seguidores, se você quiser ver o ROI nas Mídias Sociais. Relacionamentos online de uma empresa devem ser rentabilizados. Tente envolver os participantes, a fim de gerar recomendações de qualidade, e enviar uma mensagem de marca consistente, mas é preciso adaptá-la às necessidades de cada público-alvo, utilizando o canal apropriado.
Cristiane Thiel

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Sustentabilidade: trabalho a várias mãos


Modelo de gestão da Whirlpool transforma colaboradores em multiplicadores que atuam em prol do desenvolvimento sustentável

Ter a sustentabilidade como parte estratégica do negócio se tornou condição sine qua non para a atuação de qualquer empresa. Porém, muitas se deparam com a questão de como engajar os colaboradores a adotarem esse conceito no dia a dia. A fabricante de eletrodomésticos Whirlpool Latin America, que opera no Brasil com as marcas Brastemp, Consul e KitchenAid, encontrou uma solução interessante. 

Em vez de centralizar todas as ações relacionadas ao desenvolvimento sustentável, a empresa criou o que chama de multiplicadores. São 33 pessoas de diversas áreas que têm como missão engajar suas equipes, divulgar boas práticas, identificar oportunidades e garantir que as metas anuais de sustentabilidade sejam cumpridas. “A melhor forma de envolver, comprometer, engajar e compartilhar as responsabilidades, a gestão, as decisões e os resultados, é por meio de multiplicadores. Afinal, entre todos os valores da empresa, um de grande relevância é o trabalho em equipe”, comenta Vanderlei Niehues, gerente geral de sustentabilidade da Whirlpool Latin America.

Ainda para envolver pessoas de diferentes áreas a trabalharem a favor da sustentabilidade, em 2011, a companhia criou um comitê formado pelos diretores de diversas áreas, além dos gerentes gerais de sustentabilidade e de marketing. O objetivo é garantir que o conceito seja tratado de forma transversal em todas as áreas do negócio. Niehues ressalta que a criação do comitê enriqueceu a discussão sobre as iniciativas e prioridades em sustentabilidade da empresa, além de reforçar a visão sobre o assunto e o seu desdobramento em metas, objetivos e programas. “Ao mesmo tempo, também promoveu discussões do tema internamente”, aponta.

Segundo o gerente geral de sustentabilidade, o comitê revisou a estratégia de gestão sustentável e priorizou três pilares para o período 2012/2013: eficiência energética, minimização de resíduos e equidade social.  “Os resultados de sustentabilidade impactam diretamente na remuneração variável dos executivos da companhia. Em 2011, 90% das metas de sustentabilidade foram alcançadas, em todas as  áreas”, revela.
 
Inovação sustentável

Desde 2004, a Whirlpool trabalha com modelos de gestão sustentável. Em 2011, passou a adotar o conceito de inovação sustentável, que surgiu da análise do Relatório de Sustentabilidade 2011 e da discussão entre vários stakeholders que analisaram as expectativas da fabricante e avaliaram as melhores oportunidades de atuação. “Esse é um modelo de gestão que busca, continuamente, o equilíbrio entre os fatores social, ambiental e econômico no desenvolvimento de produtos e processos, de forma responsável”, explica Niehues.

Por esse modelo, a atuação da empresa está baseada em seis pilares estratégicos de sustentabilidade: minimização de resíduos, igualdade social, uso sustentável da água, redução das emissões de carbono, eficiência energética e redução de substâncias restritas nos processos de produção e na aplicação de produtos. 

Esses pilares são desdobrados em objetivos e metas, administradas em toda a organização, seja pelos multiplicadores ou por lideranças de áreas ou de projetos, que reportam trimestralmente a evolução para a área de sustentabilidade. Os resultados também são reportados para os públicos interno e externo por meio do Relatório de Sustentabilidade. Para Niehues, esse modelo é o ideal para a empresa atuar na trilha do desenvolvimento sustentável. “Queremos que os colaboradores estejam cientes das práticas da Whirlpool e que se empenhem cada vez mais para que sejamos uma empresa no caminho para a sustentabilidade”, finaliza.

Portal HSM 


A Colmeia e o conhecimento


Sobre a função do conhecimento
Na colmeia, as abelhas interagem por meio de uma complexa comunicação e a ação de cada abelha serve a um propósito comum que é buscar, criar, disseminar, utilizar e transformar matéria-prima (néctar, pólen, própolis, água) em produtos úteis para comunidade, garantindo a sua manutenção e sobrevivência. Na empresa, os talentos buscam, criam, disseminam, utilizam e transformam informações em conhecimentos uteis para a empresa para garantir sua sustentabilidade e capacidade de inovação. Isso só é possível se os talentos tiverem um forte senso de identidade com a organização a que servem, com orgulho de pertencer a ela.
Sobre o conhecimento em si
Na colmeia, as abelhas jovens produzem a geleia real por uma glândula localizada em sua cabeça, alimento nobre, que nutre a rainha por todo seu ciclo de vida. Na empresa, os talentos disponibilizam seus conhecimentos tácitos (que estão em suas cabeças) para nutrir o grupo, o líder e a organização em seu intento estratégico.
Sobre a liderança
A única função da rainha é produzir filhos (germinar, fecundar, fertilizar). Quando uma rainha não cumpre seu papel ela é substituída pelas operárias (é a comunidade quem comanda e não a rainha). Nas empresas, a função do líder é nutrir e fertilizar os talentos e os acionistas. O líder que não desenvolve, não germina, não cumpre sua função essencial, perde legitimidade e credibilidade, sendo substituído cedo ou tarde. A liderança que fomenta e estimula o processo de aprendizagem organizacional é um líder polinizador da criatividade e da inovação.
Sobre a utilização do conhecimento
Cada produto colhido ou produzido tem uma função para a colmeia. Nada é desperdiçado. As abelhas armazenam seus produtos em formas hexagonais para otimizar ao máximo o espaço na colmeia. Cada conhecimento tem uma relevância e função estratégica para a organização, devendo ser armazenado apropriadamente (sistemas de informação, banco de dados, processos internos, manuais, etc.) e com livre acesso pelos talentos, para ser usado quando oportuno.
Sobre o contexto capacitante
Há uma interação muito estreita entre a colmeia e o ambiente. Para que a vida da colmeia seja garantida é preciso um contexto que capacite a vida, assim como uma atuação sábia do apicultor para perceber e respeitar os ritmos, as necessidades, o clima e os ciclos das colmeia e assim conseguir alta produtividade. A ganância do apicultor pode destruir a colmeia. A empresa deve garantir um contexto capacitante para que o conhecimento possa fluir. Um bom clima organizacional, onde as pessoas se sintam seguras, encorajadas, reconhecidas e amparadas e donas do processo. Isso é viabilizado por um estilo de gestão que possibilita o desenvolvimento do potencial criativo de todos os talentos, num ambiente de confiança mútua, autonomia e políticas coerentes.
Sobre estratégia
O intento de cada abelha, assim como o da colmeia, é prosperar a vida. O foco central não está num ganho imediato, ou individual, utilizando os recursos naturais, sem destruir a natureza, pois instintivamente sabe que "está nela", que precisa dela para continuar produzindo e vivendo. Sustentabilidade faz parte de sua estratégia, pois retira da flor só o que precisa e quanto mais trabalha, mais contribui para a polinização, garantindo recursos no futuro. Na empresa, o foco central deve estar na estratégia e no valor de seu capital intelectual e não na perspectiva de um lucro imediato. A sustentabilidade deve ser incorporada nas estratégias empresariais, não como retórica, mas como um compromisso genuíno com a vida, com as gerações futuras e com a felicidade no presente. O conhecimento, quanto mais circular, mas se multiplica. (Leia o artigo completo: http://br.hsmglobal.com/editoriais/gestao-e-lideranca/o-que-uma-colmeia-tem-ver-com-gestao-do-conhecimento)
A gestão do conhecimento é algo que cada vez mais os escritórios e empresas devem se atentar. Não podemos perder tempo em procurar algo que a gestão e o conhecimento da empresa já passaram por isto. Ao perder tempo com isto, estamos deixando de produzir e buscar novas soluções.
Vamos investir nosso tempo em documentar os processos, criar regras e opor gestão nestes processos internos, de modo a que nosso tempo seja resultado de somas constantes evolutivas e não de retrabalho constante.
Gustavo Rocha

Saiba quando falta liderança sustentável numa empresa?


No final do ano passado, publiquei no Facebook uma série de posts levemente irônicos à qual dei o título de "Sabe quando sei que falta liderança sustentável numa empresa?" À época, como justificativa para as "pérolas" oferecidas aos fiéis, amigos e seguidores, confidenciei que elas nasceram de observações da minha prática de consultor, e que, até então, as havia compartilhado apenas com alunos de pós-graduação e clientes, no âmbito restrito de aulas, workshops e palestras.

Com a proximidade do segundo encontro da Plataforma Liderança Sustentável, em 14 de agosto, muitos são os que têm me indagado sobre as razões pelas quais decidi focar meu trabalho em líderes de empresas. Costumo responder em duas partes. Na primeira, reforço o óbvio – que empresas têm enorme poder no mundo atual e que, se queremos fazer uma mudança para a sustentabilidade, não podemos ignorá-las. Na segunda, que embora não consigamos definir liderança, sabemos exatamente quais são os problemas originados por sua ausência ou escassez nas empresas. Isso vale – e muito – para a sustentabilidade.

Sei que falta liderança sustentável numa empresa, por exemplo, quando um diretor afirma a uma analista, com ar sério: "Para com esse negócio de sustentabilidade e vamos trabalhar um pouquinho, né?"
Quando o vice-presidente me diz, sem constrangimento, que sustentabilidade é importante, mas as medidas para garanti-la na gestão do negócio podem ficar para o ano que vem, pois a empresa não se encontra preparada para as mudanças necessárias. É certamente o que ele vai dizer no "ano que vem", simplesmente porque não quer aceitar as responsabilidades – e os custos – da transição para um modelo mais sustentável de negócio.
Quando o presidente diz, sem receio de parecer arrogante, que sustentabilidade está no DNA da empresa desde que ela nasceu e que, portanto, ela não precisa fazer mais nada para ser sustentável. Esta é uma das frases que mais me provocam comichão. Pelo que tem de prepotente e ingênua ao mesmo tempo. Estrutura-se na falsa ideia de que um tema contemporâneo –como é a sustentabilidade, valor deste século 21 – já venha sendo praticado pela empresa há 50, 80 ou 100 anos.
Quando quem deveria tomar a decisão de mudança, transfere a responsabilidade a alguém em posição hierárquica inferior, normalmente a menina ou menino "da responsabilidade social", um profissional júnior lotado num departamento meramente funcional, sem qualquer poder, que só vê o presidente uma vez ao ano, na festa de encerramento das atividades do ano. A diferença entre sustentabilidade para valer e sustentabilidade para constar está em quanto o tema encontra-se mais próximo de quem toma decisões. Com os anos de experiência, aprendi a identificar o estágio de sustentabilidade a partir do meu primeiro interlocutor. Mais próximo do poder, mais avançado. Mais longe, menos avançado.
Sei que falta liderança sustentável numa empresa quando o presidente cria um comitê de sustentabilidade e não aparece nem na primeira reunião para deixar claras suas crenças e expectativas. Este tipo de atitude, muito comum, revela dois problemas: (1) sustentabilidade não é um tema suficientemente importante para que eu, líder, invista meu tempo nele; (2) enquanto não tenho tempo para pensar em sustentabilidade, crio uma instância interna para fazer de conta que estamos preocupados com o tema. Uma pena. Comitês de sustentabilidade, quando bem liderados, podem ser extremamente úteis e efetivos. E existem os que são, felizmente.
Quando o presidente da empresa convence o marketing de que está na hora de botar sustentabilidade na imagem, mas se esquece de convencer os colaboradores de que ela deve estar na cultura? Lição aprendida nos últimos anos: primeiro a lição de casa, depois a comunicação. E a comunicação dever ser feita, antes de tudo, para os funcionários, colaboradores e parceiros. Se a empresa não consegue convencer os mais próximos de que se preocupa com a sustentabilidade, como espera persuadir os consumidores e a sociedade? As corporações que pularam essa lição, ainda hoje amargam arrependimentos.
Quando mesmo depois de ser apresentado, com detalhes, ao conceito de diversidade, o presidente continua achando que isso não tem nada a ver com a "lógica" da empresa! Este mesmo dirigente é o que precisa da "cola" de um assessor de imprensa para falar de sustentabilidade em uma entrevista para uma revista de negócio. O mesmo que diz em público que sustentabilidade está na "estratégia do negócio", e no privado, reclama com os mais próximos que ela representa só custo e desvio de foco. O mesmíssimo que, diante de uma crise que aponta trabalho escravo na cadeia de valor de sua empresa, afirma não ter responsabilidade nenhuma pelo que acontece com empresas terceirizadas!
Sei que falta liderança sustentável numa empresa quando pergunto a um diretor se a empresa tem uma política de sustentabilidade integrada à estratégia de negócio e ele diz que sim, mas só fala de projetos pontuais, localizados, periféricos e... completamente descolados da estratégia de negócio na empresa.
Quando existe um discurso pródigo sobre inovação em sustentabilidade e, na prática, nenhum ambiente favorável que valorize as contribuições vindas das bordas, isto é, dos colaboradores, fornecedores, clientes e comunidades.
Quando sai um presidente e o seu substituto decide pisar no freio das iniciativas de sustentabilidade, colocando no freezer ações que vinham ajudando a criar uma cultura para o tema na corporação. Ah, é claro, ao tomar tais medidas, ele se apoia em argumentos velhos conhecidos de guerra, como "reduzir custos", "resgatar o foco" e "concentrar energia no essencial." Business as usual total, mas com um verniz verdinho!
Quando a alta direção decide concentrar o pensamento estratégico da sustentabilidade (isso mesmo, mas sem essas palavras, claro!) no marketing, abrindo mão de construir ações de transformação "da porta para dentro" em detrimento de um bom discurso "da porta para fora"!!!
Quando o principal dirigente diz – entre os mais próximos, claro – que sustentabilidade "custa caro" e que só vai investir em produtos sustentáveis quando o consumidor estiver disposto a "pagar o preço" ou quando o governo oferecer algum tipo de "incentivo"...
Quando o diretor de sustentabilidade apresenta, em público, com orgulho, a política de diversidade da empresa e, no privado (numa impressionante demonstração de falta de coerência entre o pensar e o agir), destila fel e preconceito contra mulheres, negros e homossexuais.
Quando a moça da responsabilidade socioambiental me sabatina antes de começar uma reunião com o presidente da empresa para me alertar sobre o que ele "gosta ou não gosta" de ouvir sobre sustentabilidade... e ainda me pede para que eu seja breve, não passe de 15 minutos, já ele não tem muita paciência para assuntos que não sejam "do negócio".
Juro, amigos, vivi e vivo essas situações todos os dias. Espero que, ao dividi-las com vocês, entendam porque decidi trabalhar com liderança sustentável. Afinal, sabemos o que significa trabalhar numa empresa sem líderes com valores. E não me consta que estejamos felizes com isso.
Ricardo Voltolini

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Startups: Lista de clientes/ Pipeline


É muito fácil apresentar um plano de negócios agressivo, o papel aceita tudo, quer ver? Que tal uma equipe de 30 vendedores e cada um deles fechará 10 negócios por mês com uma média de R$80mil. Agressivo não?

Ser agressivo é importante, mas ser realista é mais importante ainda. O desenvolvimento do plano de negócios, é um momento que você se aprofunda e reflete sobre todos os principias pontos da sua startup. É um aprendizado sem fim, em cada nova etapa você tem mais embasamento para justificar cada um dos pontos e evitar que coloque absurdos como o exemplo acima.
A estratégia de vendas depende totalmente de qual grupo de clientes você vai atacar. Quando você coloca no seu plano de negócios que vai fazer aquilo do primeiro parágrafo, a primeira coisa que o investidor quer ver é quem vai pagar por toda essa conta. Ele quer ver nomes. Imagine que você receba hoje o investimento que está buscando. Amanhã você tem toda equipe de vendas contratada. Por onde eles vão começar?
Se você não tem um pipeline, você não está pronto para começar a vender. A lista de clientes ou comumente chamada de pipeline list, nada mais é do que a lista de clientes que cada um dos vendedores deve trabalhar. Quanto mais informações você tiver sobre os clientes, melhor. Dados completos de telefones, endereços, segmento, principais pessoas de contato, oportunidades e qualquer outra informação relevante.
Para registrar e gerenciar esses dados eu considero fundamental que você escolha um bom CRM. Pra quem nunca ouviu falar CRM (Customer Relationship Management) nada mais é do que um sistema de gerenciamento de clientes. É muito mais do que uma agenda de contatos, ele normalmente gerência toda a vida de um cliente, passando por todas as fases da negociação até o fechamento.
Uma equipe comercial que não tem a rotina de trabalhar totalmente atrelado a um CRM não pode ser considerada uma equipe comercial. Qualquer contato com cliente deve ser registrado. Com todos esses dados registrados, ao longo do tempo vai-se criando uma série de dados muito importantes e interessantes, como por exemplo um histórico de tempo de fechamento por tipo de cliente e valor de médio de cada oportunidade.
Começamos a ter o controle de quantos Xs são necessários para fechar um cliente. X é um termo utilizado no mercado que representa a margem de segurança para se alcançar a meta de vendas. Se depois de um determinado tempo utilizando um CRM você começa identificar que para cada dez prospects que você negocia, somente um fecha. O seu X é dez. Isso porque você precisa de um pipeline pelo menos dez vezes maior do que o número de clientes que você quer fechar.
Ter um pipeline e todos os dados de interação e gerenciamento dos clientes permite que você seja mais ou menos agressivo na sua estratégia de vendas. Se o seu negócio tem escalabilidade e rapidamente um vendedor consegue pagar mais do que seu próprio salário. Você só não contrata mais vendedores imediatamente se estiver louco. Imagina se isso estiver acontecendo na sua empresa e você não souber? Já imaginou quanto dinheiro você está perdendo?
Marcelo Toledo

O Futuro já chegou e muitos não perceberam


Enquanto os filmes de ficção científica apregoam maravilhas para o futuro, Walter Longo acredita que estamos deixando-o passar. Em sua participação no Fórum HSM Novas Fronteiras de Gestão, o vice-presidente da Young & Rubicam apresentou uma visão otimista do futuro. Segundo ele, atualmente o mundo está polarizado: de um lado estão os que acreditam que seremos vítimas de crises e problemas ambientais que podem colocar a vida humana em risco; de outro, estão os que acreditam que estamos entrando em uma era de abundância. Isso, é claro, deixa a todos em dúvida.
Além de apostar nos últimos, Longo sugere que os gestores se antecipem, provocando transformações em vez de reagir a elas. “Na aventura humana, sempre procuramos ir além do possível e do permitido, para chegar mais perto de Deus. O mundo digital está nos aproximando do divino ao permitir que qualquer pessoa do planeta tenha acesso a todo tipo de informação”, afirmou. 
A mudança é tão radical, aposta, “que deveríamos celebrar todas as noites, com fogos”. “A possibilidade de mostrar seu talento na internet é algo revolucionário, permitindo o surgimento de milhares de Einsteins e Mozarts que antes não teriam chance”, festejou, dizendo que isso também vai impactar de forma decisiva a educação, com a oferta cada vez maior de cursos. “Depois que alguém experimenta toda essa informação, o cérebro não volta ao tamanho original”, completou.
Para Longo, devemos estimular nossas competências em dois sentidos: a busca externa e a reflexão interna. “Nosso cérebro não deve mais ser usado como um HD, mas como memória RAM, pois todo o capital intelectual humano construído durante milênios está disponível para cada um de nós.” Essa inteligência em rede é chamada de exteligência e, segundo Longo, é o que diferencia os homens dos animais. 
Diante de tudo isso, vem a pergunta: estamos aproveitando tudo isso em nosso dia a dia profissional? Ele acredita que muito pouco. Todas as informações sobre clientes e empresas está à nossa disposição, mas muito poucos vendedores, por exemplo, “fazem a lição de casa”. 

A mudança não é tecnológica, mas humana

O palestrante destacou que o que está mudando é o cérebro humano e que estamos expandindo os limites da imaginação com a mídia digital. Se antes a possibilidade de criar robôs serviria para libertar o homem dos serviços que tem de realizar, como no caso da indústria automobilística, hoje a inteligência artificial serve para receber e processar informações que lhes permitem tomar decisões. É o caso, por exemplo, dos robôs da Amazon, que deslocam o estoque conforme a demanda dos produtos. 
O futuro, portanto, já chegou — ou está à nossa porta. É o caso das impressoras 3D, que já geram produtos personalizados e individuais e logo vão usar células como matéria-prima, criando um estoque de reposição de órgãos para transplante. 
Segundo Longo, agora, a hora é de esquecer tudo que nos ensinaram. “Não dá para acoplar o mundo digital ao nosso conhecimento analógico. Não adianta termos armas digitais, como sites e perfis no Facebook. Vamos ter de criar uma nova alma digital”, alertou, apontando que a primeira medida para isso é sair da zona de conforto. “Ser sustentável é reciclar ideias”, afirmou, apresentando quatro paradigmas que precisam ser mudados:
1. Tamanho não é documento
 Já houve um tempo em que ser grande dava segurança e poder. Uma empresa grande tinha mais acesso, mais potencial. Hoje o mercado é o mundo para todas as empresas, independentemente do tamanho. E as pequenas têm mais facilidade de se adaptar. O fundamental, porém, é não perder o foco. “As empresas de sucesso terão a capacidade de aprender, desaprender e reaprender, mas sempre mantendo o foco”, disse.
2. O que importa não é o negócio, mas o modelo de negócio
A concorrência deixou de ser entre empresas e passou a ser entre modelos de negócio. Nesse sentido, alguns conceitos são fundamentais: o uso de sistemas colaborativos, que podem ser aplicados a quase tudo e não só à inovação; o uso de sistemas generativos: cada empresa tem de criar sistemas para conectar pessoas e estimulá-las a gerar novos valores, ideias e realizações. Sustentabilidade, acredita ele, é usar o que não está sendo usado, como já descobriram empresas que alugam os carros de um vizinho para outro, ou outras que gerenciam quartos vagos em residências para hospedagem. É o fim da ideia de propriedade, que só é possível com o uso da exteligência. 
3. O futuro é dos nexialistas
 Já fomos generalistas e passamos a ser especialistas. Hoje, temos a necessidade do nexialista, que não é exatamente quem sabe a resposta, mas quem sabe o que e para quem perguntar. Diante da complexidade do mundo, é preciso ter alguém que encontre nexos. 
4. O ótimo é inimigo do bom?
Para Longo, é uma questão fundamental diante do universo de possibilidades no qual estamos imersos. “Se partirmos do princípio de que tudo pode melhorar, em que momento temos de parar de procurar o ótimo e aceitar o bom? Antes havia todo tempo do mundo, mas hoje os critérios têm de ser reavaliados”, afirmou. “Empresas de sucesso têm uma compreensão do que é suficientemente bom. Fomos educados para tirar 10 e não dar valor para o 9, mas qual a real necessidade de ter o ótimo?” Segundo Longo, as empresas precisam incorporar o conceito de upgrades, assim como as empresas de TI. 

O papel dos rebeldes

Para concluir, o palestrante afirmou que o bom mocismo está expulsando os rebeldes das empresas. “Toda empresa precisa de rebeldes, de gente que pergunte ‘por que não?’. Uma organização de acomodados quebra em três anos, uma só de rebeldes quebra em três meses. É preciso haver um equilíbrio entre os dois. Infelizmente estamos num mundo em que os acomodados estão se dando muito bem nas empresas.”
Ele acredita que se uma empresa não tem a capacidade de nutrir rebeldes, seu futuro não está assegurado em um mundo em que imaginação não tem limites.

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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Lidando com decisões complexas

A tomada de decisão em um mundo cada vez mais complexo, descentralizado e imprevisível não é fácil. O que explica isso é o fato de que nosso cérebro ainda funciona da mesma maneira de quando éramos homens das cavernas, dominado por nossas necessidades biológicas. Para falar sobre como lidar com tal limitação, o Fórum HSM Novas Fronteiras da Gestão 2012 trouxe Eric Bonabeau, um dos maiores especialistas do mundo em sistemas complexos e em sistemas adaptativos para a resolução distribuída de problemas.

Bonabeau explicou que as múltiplas variáveis envolvidas em sistemas complexos provocam resultados inesperados. “Se construirmos uma pista adicional numa rodovia, a velocidade média dos veículos deveria aumentar, mas isso não acontece sempre. Às vezes, mais significa menos”, disse o francês. “Por outro lado, temos exemplos reais de rodovias que reduziram o limite de velocidade de circulação dos veículos e conseguiram o aumento da média geral de velocidade com essa iniciativa. Nesse caso, menos significa mais.”

Com seu estilo bem humorado, o especialista elencou cinco aspectos que devem ser considerados na análise de sistemas complexos para se obter melhor eficiência nas decisões. São eles:

1. Médias são de morte;
2. Causalidade é uma vadia; 
3. O futuro não é o que costumava ser; 
4. Postes de luz são para suporte, não iluminação;
5. A multidão nem sempre é louca.

Errando com a média e a casualidade

Decisões em sistemas complexos exigem a análise de estatísticas. Bonabeau chama a atenção, no entanto, para os dados que são apresentados pela sua média, uma vez que esse viés despreza as flutuações que ocorrem ao longo do tempo. “Médias nem sempre representam a realidade. Em determinados sistemas, as flutuações fazem muita diferença”, explicou.

Outro ponto fundamental para lidar com a complexidade, na visão do especialista, é aprender a diferenciar a casualidade de uma possível correlação entre dois indicadores. Em tom de brincadeira, Bonabeau apresentou um gráfico com dados reais que mostravam o aumento da criminalidade em uma cidade quando caia o consumo de vinho.  “Tomar mais vinho certamente não vai fazer a criminalidade da cidade diminuir. A dificuldade de distinguir a diferença entre casualidade e correlação nos leva a decisões erradas”, alertou. 

O palestrante afirmou que decisões equivocadas como essas acontecem o tempo todo. Ele deu como exemplo a venda de um produto pela internet: “Numa venda online, o último clique garante a realização do valor. Obviamente, isso não significa que todo o valor da operação foi construído ali. Inúmeras etapas foram necessárias para convencer o consumidor a efetuar aquela compra. No entanto, ainda existem pessoas que olham apenas para o último clique.”

Lidando com incertezas

“O passado não é um bom preditor do futuro”, disse Bonabeau. “Antigamente, o surgimento de um cisne negro era considerado algo extremamente raro e extraordinário. Hoje, existe um grupo cada vez mais numeroso dessa variedade. Eventos inesperados podem se tornar corriqueiros”, acrescentou. 

Transportando seu exemplo para o mundo empresarial, o francês citou o caso de empresas que foram surpreendidas por eventos absolutamente inesperados, que levaram a grandes prejuízos. Fatos como esse podem ser desencadeados de diversas formas, até mesmo com a disseminação involuntária de um boato. 

Bonabeau afirmou, ainda, que o cérebro humano está condicionado a procurar soluções usando os meios que conhecemos melhor. “Nosso cérebro prefere procurar aquilo que está cognitivamente disponível. Por isso nem sempre encontra.” A solução para isso, segundo ele, está na busca de respostas em locais inesperados. “Aprender a lidar com a diversidade é fundamental para encontrar o novo”, elucidou.

Nesse aspecto, a avaliação de grupos numerosos pode ser útil. “A observação do comportamento da multidão não significa necessariamente a coisa certa a se fazer, porque na maioria das vezes eles não agem de maneira eficiente espontaneamente”, disse, ponderando que, por outro lado, adicionando componentes de diversidade você pode descobrir a resposta que procura.

Outra sugestão deixada por Bonabeau é que se incentive o comportamento espontâneo: “As pessoas tornam-se mais felizes quando fazem aquilo que gostam, mesmo que precisem trabalhar mais. Se você precisa redefinir as regras de um sistema, não se esqueça de considerar isso em suas decisões.”

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Capacidade de Adaptação faz a diferença


Estabelecer processos bem definidos e obter um faturamento estável para uma empresa pode parecer a coisa certa a se fazer diante de um mercado cada vez mais competitivo. Certo? Na verdade, não. Na visão de Christopher Meyer, processos estáveis são fatais para as organizações. Segundo ele, empresas adaptadas a um processo mais volátil estão mais preparadas para aproveitar melhor as oportunidades que surgem.

Autor de diversos best-sellers, entre os quais se destacam It’s alive: the coming convergence of information, biology and business, Meyer abriu as apresentações do Fórum HSM Novas Fronteiras da Gestão 2012. Ele tratou da importância das administrações prepararem suas empresas para se adaptarem às mudanças cada vez mais frequentes do mercado. “Estamos passando da otimização para a adaptação”, destacou.

Economia molecular

Meyer explicou que a era da economia industrial já atingiu sua maturidade e que agora as melhores oportunidades de ter um ganho significativo estão nos negócios da economia da informação. “Se você sempre continuar investindo na economia existente e no mercado que você já detém, será superado pelas mudanças”.

O escritor defende que uma nova era da economia já está se configurando com o desenvolvimento de novas áreas de conhecimento, como nanotecnologia, genômica, biologia sintética, neurociência, inteligência artificial, fusão de bits e átomos. “A economia molecular está chegando. Uma nova revolução iniciada pela ciência está em curso”, revelou.

Diante dessa realidade que muda cada vez mais rápido, as empresas precisam aprender a se adaptar para não serem eliminadas. “A economia muda sempre que a ciência apresenta algo novo. Por isso, hoje vemos empresas consolidadas na economia industrial se debaterem para ingressar na economia da informação. Enquanto isso, estamos vendo a chegada da economia molecular”, alertou Meyer. “As economias da informação e molecular vão se combinar, criando novas formas de negócio que hoje somos incapazes de prever”, acrescentou.

Inspiração na biologia

O palestrante sugeriu que os organismos biológicos devem servir como exemplo inspirador para as empresas, que precisam aprender a se adaptarem aos novos ambientes e às novas situações. Em sua análise comparativa, ele afirmou que as empresas devem obedecer a três regras para se adaptarem de maneira mais eficiente:

1. Sentir e responder (aprenda e adapte-se)
2. Seleção e recombinação
3. Emergência

No primeiro aspecto avaliado pelo autor norte-americano, a empresa deve se preparar para avaliar o ambiente constantemente, através de seus processos, dados, oferta e regras. Com base nisso, precisa ser proativa na criação e evolução de novos modelos de atuação. “A ideia de que não se mexe em time que está ganhando é um tremendo erro. Para se criar uma empresa adaptativa, é preciso avaliar o ambiente constantemente e sempre propor mudanças, fazer testes e tentar combinações diferentes”, apontou Meyer.

A combinação de elementos diferentes é justamente o segundo princípio enumerado por Meyer para instigar a empresa a se reinventar. “Colocar um novato na linha de frente da equipe obriga a empresa a se readaptar e renovar constantemente. As ideias precisam ser recombinadas para que surja algo novo. Cultive a diversidade”, aconselhou.

A equipe precisa ser condicionada a encontrar seus próprios caminhos de maneira inovadora, e isso diz respeito ao terceiro princípio das empresas adaptáveis. Em situações de pressão esses resultados podem ser ainda melhores. “Devemos gerenciar as regras e não as pessoas. Ao invés de ordens descritivas, devemos estabelecer os princípios táticos e mostrar os objetivos”, orientou Meyer, garantindo que a equipe, por sua vez, se adaptará às situações e, como resultado, a empresa colherá resultados melhores no decorrer do tempo.

Como consequência de uma postura inovadora, é natural que as falhas aconteçam. Por isso, o gestor precisa saber extrair o melhor dessa experiência. “Você precisará aprender a tolerar resultados indesejados. É importante enxergar o aprimoramento de um processo também na falha. Devemos celebrar quando nos livramos de algo que não funcionaria e nos traria mais perdas”, concluiu.

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Como investir em treinamento


"Todos nós adoramos vencer, mas quantas pessoas adoram treinar?"
                                                                                                 (Mark Spitz)
A atividade de treinamento é inerente ao mundo corporativo. Algumas empresas a entendem como imprescindível para o desenvolvimento de seus colaboradores, elevando a produtividade com impacto positivo na última linha do balanço. Já outras companhias a enxergam como símbolo de desperdício – de tempo e dinheiro. E outras tantas apenas a realizam para colorir suas estatísticas de responsabilidade social corporativa a fim de concorrer a prêmios e ganhar títulos.
O fato é que o treinamento é primordial para capacitar, desenvolver, integrar e estimular as pessoas, permitindo-lhes realizar mais com menos, ensinando-as a trabalhar mais inteligentemente. Todavia, um programa formatado sem planejamento pode mesmo representar tempo, dinheiro e energia jogados ao vento.
Por isso, uma questão recorrente é: como realizar um treinamento produtivo?
1. Palestra ou treinamento?
O primeiro passo é compreender as diferentes abordagens possíveis.
Uma palestra caracteriza-se por ser um evento de curta duração, podendo se estender desde apenas quinze minutos até duas horas, sendo que convencionalmente gira em torno de 75 a 90 minutos.
Em regra, a palestra é proferida por um único ministrante que a apresenta em formato de monólogo, ainda que muitos profissionais façam uso de diversos recursos para interagir com a plateia, admitindo sua participação.
Diante do tempo disponível, uma palestra tem alcance reduzido, abordando diversos assuntos superficialmente, exceto se o tema for muito específico e de cunho técnico ou científico. Todavia, no universo empresarial, a palestra tem o poder de agir com caráter de sensibilização, buscando promover a reflexão, surpreendendo, provocando e estimulando as pessoas a saírem da zona de conforto para atentarem sobre novas possibilidades.
Já um treinamento consiste em um trabalho com mais profundidade que demanda maior dedicação. Evidentemente a carga horária recomendada depende de variados fatores, podendo transitar de um mínimo de oito horas até cerca de 100 horas ou mais, divididas em módulos exercitados no decorrer de semanas ou meses. Entretanto, diante das dificuldades de agenda das empresas, é comum observarmos a realização de treinamentos com carga de oito a 16 horas, num sistema de imersão total (cursos de um ou dois dias integrais) ou parcial (cursos de meio período ou realizados à noite).
Um treinamento pode ser conduzido por um único facilitador, não sendo raro que dois ou mais profissionais trabalhem em conjunto. Enquanto uma palestra pode ser apresentada para um público diminuto ou para grandes plateias, um treinamento, a fim de ser bem-sucedido, deve considerar grupos menores, com um máximo de 50 participantes por turma, sendo desejável a metade deste número na maioria dos casos.
O propósito de um treinamento é mais do que sensibilizar. Espera-se desenvolver nos participantes a habilidade de desempenhar uma determinada tarefa com destreza e segurança. Isso justifica a recomendação de grupos menores, pois um treinamento deve contemplar a realização de atividades individuais e coletivas para fixação dos conceitos ilustrados. Não basta ao participante ouvir e falar. É imprescindível fazer.
Há outras modalidades de trabalho derivadas das anteriores, como por exemplo, os chamados workshops, que nada mais são do que minitreinamentos com cerca de quatro até oito horas de duração.
Entre contratar uma palestra ou um treinamento, a empresa deve considerar seus objetivos e orçamento. Assim, para divulgar um novo conceito, reforçar um procedimento ou festejar uma conquista, a contratação de um palestrante é suficiente e adequada. Já para a implantação de projetos e desenvolvimento de competências, um treinamento faz-se necessário.
2. Planejando o evento
Qualquer seja a modalidade de trabalho escolhida, a ausência de um planejamento detalhado é o caminho mais curto para o fracasso. É dentro deste contexto que colhemos tempo perdido, investimento sem retorno e funcionários desestimulados.
O filme "Como fazer o treinamento valer a pena", distribuído com exclusividade no Brasil pela Siamar, apresenta uma eficiente metodologia de planejamento para eventos de treinamento corporativo. A proposta básica consiste em gerenciar o antes, o durante e o depois do evento.
2.1. Antes do evento
É responsabilidade do gestor levantar necessidades e objetivos que pretende atingir. Isso já sinalizará inicialmente qual modalidade de trabalho contratar.
Se o motivo for premiar os resultados alcançados pela força de vendas, a melhor opção é uma palestra com abordagem motivacional e até lúdica, pois o momento é de celebração. Porém, se os resultados estão insatisfatórios, a mesma palestra com perfil motivacional deve primar pelo conteúdo, buscando de forma envolvente apresentar técnicas que possam ser colocadas em prática com o intuito de auxiliar na reversão dos resultados adversos.
O local do evento também é importante. Muitos trabalhos podem ser realizados in company, dentro das instalações da própria empresa, minimizando custos com deslocamento e infraestrutura. Contudo, treinamentos com imersão merecem um ambiente neutro, fora dos muros da corporação, para incentivar os participantes a se desligarem da rotina e entregarem-se de corpo e alma à atividade.
A contratação da empresa ou profissional que conduzirá o trabalho deve considerar formação, experiência, referências e, em especial, capacidade de personalização do serviço. Converse com o profissional. Observe se há a preocupação em conhecer o perfil dos participantes e os objetivos delineados pela empresa. Nada leva mais ao descrédito que uma apresentação nitidamente não preparada para a audiência que a assiste. São os famosos "enlatados", trabalhos padronizados que são indistintamente levados à apreciação de empresas de todos os portes, de todos os segmentos e para públicos de todas as idades, graus de escolaridade e níveis hierárquicos. A customização é um fator crítico de sucesso, pois cada empresa e cada público têm características próprias que exigem abordagens diferenciadas.
Definidos tipo de evento, objetivos e empresa contratada, é fundamental orientar e aconselhar os colaboradores. O grande erro neste estágio reside em enviar as pessoas para o treinamento sem prepará-las. Por isso, explique a necessidade do evento. Diga abertamente porque a empresa está investindo tempo e dinheiro na atividade. Demonstre claramente suas expectativas de melhoria no desempenho. E, sempre que possível, explicite como será feito o acompanhamento pós-evento, evidenciando que a proposta básica é utilizar efetivamente o aprendizado no dia a dia da empresa. Isso derruba a mística de que a atividade é um mero evento social, desconectado da realidade da companhia e que no dia seguinte não se lembrará de nada do que foi visto.
2.2. Durante o evento
Há uma regra entre os organizadores de evento que diz: "Só termina quando acaba". De fato, até que todos tenham partido, nenhum detalhe pode ser negligenciado. Isso envolve, por exemplo, a estrutura física. Cadeiras desconfortáveis, baixo índice de luminosidade, ar condicionado desregulado, acústica deficiente, são fatores que comprometem a atenção dos participantes.
Os equipamentos solicitados pelo palestrante ou facilitador devem ser previamente checados. Atenção com pilhas e baterias usadas, pois podem falhar no momento da apresentação, prejudicando a qualidade do áudio. A sugestão é utilizar sempre peças novas.
Horários precisam ser respeitados e intervalos regulares devem ser previstos para café e refeições, sempre com escolha de cardápio adequado. Em treinamentos com imersão, é comum e mesmo aconselhável a realização de uma confraternização. Mas esta deve ocorrer apenas ao final do encontro, nunca na noite anterior ao último dia de evento, por exemplo, pois os efeitos de uma noite com poucas horas de sono e o provável consumo de álcool impactarão negativamente o rendimento da equipe.
Uma ocorrência comumente observada é a ausência de um colaborador no evento sob a alegação de que gostaria de participar, mas sua caixa de entrada está cheia. Barreiras ambientais desta espécie precisam ser superadas com a ajuda da liderança. Agendas devem ser flexibilizadas, escalas remanejadas e todo empenho deve ser empreendido no sentido de possibilitar a inclusão de pessoas identificadas como target para o treinamento.
Por fim, não meça esforços no sentido de subsidiar o evento com a máxima qualidade. É lamentavelmente comum, por exemplo, encontrarmos materiais pirateados sendo utilizados, o que denota grande incoerência com o propósito do treinamento e possivelmente com a própria carta de valores da companhia.
2.3. Após o evento
Concluída a atividade é importante verificar se as metas foram atingidas. O primeiro instrumento é uma pesquisa de satisfação que deve idealmente ser aplicada ainda durante o evento, ao seu término. Pesquisas respondidas posteriormente perdem em representatividade, posto que deixam de captar o momento vivenciado pelo participante.
Uma segunda mensuração deve investigar se houve melhora no desempenho e na produtividade em decorrência do treinamento realizado. Porém, isto só é possível se um pré-teste tiver sido realizado antes do evento.
Nesta etapa, cabe novamente ao líder identificar no colaborador as vantagens do treinamento, demonstrando-lhe pontualmente o progresso auferido. É a hora certa para recompensá-lo, sempre ressaltando que a remuneração financeira não é o único e nem sempre o melhor expediente para reconhecer e fidelizar talentos.
Entretanto, como o trabalho não cessa, é significativo também reafirmar periodicamente os conceitos e aprendizados, a fim de promover a melhoria contínua. Um bom instrumento de apoio, nestes casos, pode ser o e-learning.
3. Conclusão
A realização de palestras e treinamentos é uma atribuição das corporações. Afinal, considerando-se a crise do ensino em nosso país e um modelo de desenvolvimento socioeconômico que transfere muitas responsabilidades do Estado para as empresas, o trabalho de capacitação dos trabalhadores ganha relevância como pré-requisito na busca pela competitividade.
Mas sem planejamento adequado que identifique por que fazer o treinamento, quando e onde realizá-lo, quem participará, quem ministrará, quanto será investido, como será mensurado o resultado e o que empresa e colaboradores ganharão com a atividade, corre-se o risco de efetivamente ver tempo e dinheiro desperdiçados.
Tom Coelho