quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A Colmeia e o conhecimento


Sobre a função do conhecimento
Na colmeia, as abelhas interagem por meio de uma complexa comunicação e a ação de cada abelha serve a um propósito comum que é buscar, criar, disseminar, utilizar e transformar matéria-prima (néctar, pólen, própolis, água) em produtos úteis para comunidade, garantindo a sua manutenção e sobrevivência. Na empresa, os talentos buscam, criam, disseminam, utilizam e transformam informações em conhecimentos uteis para a empresa para garantir sua sustentabilidade e capacidade de inovação. Isso só é possível se os talentos tiverem um forte senso de identidade com a organização a que servem, com orgulho de pertencer a ela.
Sobre o conhecimento em si
Na colmeia, as abelhas jovens produzem a geleia real por uma glândula localizada em sua cabeça, alimento nobre, que nutre a rainha por todo seu ciclo de vida. Na empresa, os talentos disponibilizam seus conhecimentos tácitos (que estão em suas cabeças) para nutrir o grupo, o líder e a organização em seu intento estratégico.
Sobre a liderança
A única função da rainha é produzir filhos (germinar, fecundar, fertilizar). Quando uma rainha não cumpre seu papel ela é substituída pelas operárias (é a comunidade quem comanda e não a rainha). Nas empresas, a função do líder é nutrir e fertilizar os talentos e os acionistas. O líder que não desenvolve, não germina, não cumpre sua função essencial, perde legitimidade e credibilidade, sendo substituído cedo ou tarde. A liderança que fomenta e estimula o processo de aprendizagem organizacional é um líder polinizador da criatividade e da inovação.
Sobre a utilização do conhecimento
Cada produto colhido ou produzido tem uma função para a colmeia. Nada é desperdiçado. As abelhas armazenam seus produtos em formas hexagonais para otimizar ao máximo o espaço na colmeia. Cada conhecimento tem uma relevância e função estratégica para a organização, devendo ser armazenado apropriadamente (sistemas de informação, banco de dados, processos internos, manuais, etc.) e com livre acesso pelos talentos, para ser usado quando oportuno.
Sobre o contexto capacitante
Há uma interação muito estreita entre a colmeia e o ambiente. Para que a vida da colmeia seja garantida é preciso um contexto que capacite a vida, assim como uma atuação sábia do apicultor para perceber e respeitar os ritmos, as necessidades, o clima e os ciclos das colmeia e assim conseguir alta produtividade. A ganância do apicultor pode destruir a colmeia. A empresa deve garantir um contexto capacitante para que o conhecimento possa fluir. Um bom clima organizacional, onde as pessoas se sintam seguras, encorajadas, reconhecidas e amparadas e donas do processo. Isso é viabilizado por um estilo de gestão que possibilita o desenvolvimento do potencial criativo de todos os talentos, num ambiente de confiança mútua, autonomia e políticas coerentes.
Sobre estratégia
O intento de cada abelha, assim como o da colmeia, é prosperar a vida. O foco central não está num ganho imediato, ou individual, utilizando os recursos naturais, sem destruir a natureza, pois instintivamente sabe que "está nela", que precisa dela para continuar produzindo e vivendo. Sustentabilidade faz parte de sua estratégia, pois retira da flor só o que precisa e quanto mais trabalha, mais contribui para a polinização, garantindo recursos no futuro. Na empresa, o foco central deve estar na estratégia e no valor de seu capital intelectual e não na perspectiva de um lucro imediato. A sustentabilidade deve ser incorporada nas estratégias empresariais, não como retórica, mas como um compromisso genuíno com a vida, com as gerações futuras e com a felicidade no presente. O conhecimento, quanto mais circular, mas se multiplica. (Leia o artigo completo: http://br.hsmglobal.com/editoriais/gestao-e-lideranca/o-que-uma-colmeia-tem-ver-com-gestao-do-conhecimento)
A gestão do conhecimento é algo que cada vez mais os escritórios e empresas devem se atentar. Não podemos perder tempo em procurar algo que a gestão e o conhecimento da empresa já passaram por isto. Ao perder tempo com isto, estamos deixando de produzir e buscar novas soluções.
Vamos investir nosso tempo em documentar os processos, criar regras e opor gestão nestes processos internos, de modo a que nosso tempo seja resultado de somas constantes evolutivas e não de retrabalho constante.
Gustavo Rocha

Nenhum comentário:

Postar um comentário