sexta-feira, 31 de maio de 2013

13 dicas para encantar os seus clientes

O atendimento é mais que um diferencial, é uma necessidade básica em qualquer negócio. Atender bem extrapola as premissas da boa educação, atender bem é ter sensibilidade, entendimento e técnica para transmitir ao cliente todas as informações necessárias que o mesmo necessita saber.
Segundo uma pesquisa da empresa norte-americana US News And World Report, especializada em comportamento dos consumidores, aproximadamente 68% dos clientes não voltam ou não continuam a comprar determinado produto ou serviço pelo mal atendimento e pela má qualidade dos serviços prestados. A pergunta que fica é a seguinte: como está o atendimento em sua empresa? Seus funcionários são qualificados, motivados e treinados para atender os anseios dos seus clientes? O que os clientes falam de  sua empresa?

Hoje, por mais que a empresa esteja extremamente estruturada e que a marca esteja adequadamente exposta, um desvio na reputação pode ser fatal. Assim, manter o nome sem reclamações ultrapassa investimentos nas áreas de marketing.
O consumidor é implacável com os deslizes das empresas e dependendo da gravidade do deslize impactará diretamente nas vendas e até mesmo em uma desvalorização financeira de seus produtos e serviços. Para as pequenas e médias empresas a importância do atendimento se torna ainda mais relevante. A marca de uma pequena empresa não é tão divulgada como as das grandes corporações, assim, a repercussão de um atendimento inadequado pode ser desastrosa.
Para estas empresas, o bom atendimento é vital, pois são seus poucos clientes quem propiciam a sobrevivência de um negócio. O cliente deve sair satisfeito com o atendimento recebido, sendo necessário verificar quais os comportamentos, quais as necessidades e como supri-las.
Assim, os colaboradores das organizações devem atuar para encantar os clientes, obtendo um melhor retorno financeiro a todos. Superar as expectativas sempre, esse é o caminho! Lembrando que cliente insatisfeito conta para dez pessoas e as satisfeitas para apenas duas pessoas.
Veja algumas orientações sobre o tema:
  1. Ser rápido e solícito com o cliente é uma necessidade para cativar o consumidor. O profissional deve ser treinado para atender a cada cliente como ‘o cliente dele’;
  2. O colaborador deve conhecer a fundo todos os detalhes do produto ou serviço que está oferecendo ou que o cliente está pedindo;
  3. É fundamental ter em mente que nunca é perda de tempo fazer demonstrações e prestar detalhadas informações;
  4. É importante que se recepcione, identifique-se e deixe o cliente conhecer a empresa, fazendo com que ele se identifique com o que se está oferecendo;
  5. Ser verdadeiro é fundamental, tenha isso como preceito básico e exercite o perguntar mais do que falar;
  6. Todo cliente tem seu tempo, se ele estiver com pressa, seja ágil, se for moroso, mantenha-se tolerante, paciente e calmo;
  7. Só  prometa prazos, horários e outros se realmente puder cumprir;
  8. Seja ético, íntegro e sincero com todos os tipos de clientes e conquiste para sempre sua confiança;
  9. Evite deixar o cliente esperando, se observar que irá demorar, pare por um instante o que está fazendo para dar um posicionamento pela demora;
  10. Evite amadorismo e erros grosseiros de linguagem, isso vale tanto com atendimento pessoal como por telefone, busque reconhecer qual o estilo do cliente e adapte sua linguagem, se atentando para nunca ser vulgar ou inconveniente;
  11. Evite transferências desnecessárias, entenda o que a pessoa  necessita e caso tenha que transferir para outro colaborador, seja assertivo;
  12. Cuidado com os valores ou mesmo produtos que serão apresentados, se o cliente sentir que estão tentando enrolar ou tirar vantagem a negociação ficará muito mais difícil;
  13. Sempre faça um follow-up, ligue para ver se estava tudo e avalie o atendimento e a satisfação.
Ricardo Barbosa 

Sua motivação é mecânica ou você é realmente motivado?

Na nossa volta ao mundo constatamos que existem dois tipos principais de motivação. Um deles é a “motivação mecânica”, ou seja, o simples impulso que leva à uma ação (como todas aquelas atitudes praticamente automáticas do dia a dia), e o outro tipo de motivação, a “real motivação”, aquela que nos gera o entusiasmo e vem da satisfação em cumprir uma necessidade interior (muitas vezes difícil de identificar, chamada de “Ouro Interno” ou Talento).
Mas se não definirmos muito bem quais são as nossas reais necessidades ficaremos gastando à toa o nosso bem mais precioso, o tempo. E aí nosso entusiasmo pode ir por água abaixo caso não saibamos diferenciar e identificar o que nos motiva.

Nos países pelos quais passamos até agora pudemos notar que as influências da cultura e da religião definem a maior parte da “motivação mecânica” de um povo, algumas ações se tornam padronizadas, um belo exemplo disso é que no Vietnã muitos produzem aqueles típicos chapéus de palha e carregam seus utencílios da mesma maneira.
Assim como em Bali, todas as casas seguem um padrão religioso na construção, desde a disposição dos cômodos, número de degraus, direções, dimensões até os enfeites, influenciados pelo Hinduísmo. Então, muitos homens e mulheres executam várias funções mecânica, cultural e religiosamente, sem contestar absolutamente, não criando algo diferente ou mais pessoal nesse contexto.
Observando essas ações cotidianas podemos dizer que a maioria das pessoas seguem padrões, mas também há os que se destacam, que são reconhecidos e mais valorados.
Quando notamos alguém mais entusiasmado que os demais vamos direto perguntar e tentar descobrir como isso acontece.
Desse modo começamos a entender um pouco mais sobre a “real motivação”, a descobrir quais são os pontos comuns entre pessoas mais entusiasmadas e motivadas em qualquer lugar do mundo. Foi unânime até agora o fato de que: quem ama o que faz, seja trabalho ou lazer, leva vantagens. E em todos esses casos, a coragem foi uma das palavras que melhor descreveu a diferença para os demais.
Talvez esses sejam os mais belos desafios do homem: descobrir suas paixões, suas aptidões e acreditar em si próprio.
Danilo España e Luah Galvão

3 maneiras de ter um negócio mais inovador

Inovar é antes de mais nada uma questão de concepção. Na Mandalah, consideramos inovador tudo aquilo que melhora a vida das pessoas e traz prosperidade para a sociedade, o planeta e as organizações. No contexto de mercado, aplicamos esse propósito em produtos, serviços, estratégias, experiências, conceitos, modelos mentais e cultura, sempre centrados no ser humano e na geração de um valor que possa ser compartilhado. Destaco algumas dessas inovações abaixo:
1. Produtos

Sem abrir mão do design e praticidade, é possível desenvolver produtos que exijam pouca extração de matéria-prima, distribuídos com estratégia de logística reversa, comercializados de forma transparente e não impositiva (reconhecendo seu papel na vida das pessoas). E, que levem a um consumo saudável, consciente e que ofereçam serviços de descartabilidade para reaproveitamento. 

2. Modelo mental

Por muito tempo as empresas cresceram em detrimento de alguém ou alguma coisa. Modelos centrados única e exclusivamente no lucro acabaram, muitas vezes, por destruir recursos naturais e causaram impactos negativos na sociedade. Soa no mínimo incoerente dizer isso, já que deveria ser regra, mas adotar um novo modelo que contemple métricas como felicidade, vidas mudadas para melhor, longevidade no mercado e respeito ao meio ambiente se mostra hoje extremamente inovador. 

3. Linguagem

É preciso que as empresas sejam simples, verdadeiras, humildes e sobretudo humanas na relação com as pessoas. Afinal, cidadãos não são apenas mais um número em uma planilha. O primeiro passo para isso é abandonar os chavões do mercado, que falam tudo e não dizem nada na tentativa de mascarar as reais características dos produtos e serviços comercializados.

Paulo Bustani 

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Sem liderança invisível não existe líder

O que significa liderança invisível? O poder de orientar a decisão dos instantes de cada profissional, no instante de suas decisões. Representa tomar conta das decisões íntimas dos seres humanos exatamente na liberdade de suas livres decisões e escolhas.
O líder atua com a liderança invisível. A missão, visão e valores das organizações são encontradas em diversos ambientes corporativos, porém cartazes nas paredes e folhetos e textos nos sites, mas com relativa pouca aplicabilidade na vida concreta. Afinal a liderança invisível, apesar de visível nesses ingredientes, termina sendo paisagem do cenário.

A liderança invisível termina por ser a realidade e a verdade legítima do lugar. Se explicitada ou não. Uma linguagem dos seres humanos, o amor e a paixão, são formas dessa liderança invisível, pois atuam na complexidade do desconhecido e motivam poderosamente as ações na vida concreta. A maldade e a articulação entrópica, por outro lado, significam a invisibilidade das motivações não luminosas e muito menos ascensionais.
A liderança invisível é a única coisa real e visível, na complexa arte de liderar. Pergunto: você está sendo suficientemente invisível? Ou enfaticamente percebido e tangível? Se sim…mude. Sem liderança invisível não existe líder.
José Megido

Conheça a sua base motivacional

“Nós sabemos o que somos, mas não o que podemos ser.”(William Shakespeare)

Vamos colocar de lado o conceito equivocado de que motivação, no mundo corporativo, significa bônus salariais, promoções, eventos festivos, palestras-show e tapinhas nas costas. Embora importantes e desejáveis, profissionais responsáveis sabem que estes são aspectos apenas estimuladores de um comportamento proativo.

Motivação é um processo endógeno, responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para atingir uma determinada meta. A intensidade está relacionada à quantidade de esforço empregado – muito ou pouco. A direção refere-se a uma escolha qualitativa e quantitativa em face de alternativas diversas. E a persistência reflete o tempo direcionado à prática da ação, indicando se a pessoa desiste ou insiste no cumprimento da tarefa.

Teorias comportamentais 


Muitos são os estudos acadêmicos envolvendo teorias comportamentais. Abraham Maslow e a Teoria da Hierarquia da Preponderância das Necessidades, Burrhus Skinner e a Teoria da Modificação de Conduta, Victor Vroom e o Modelo de Expectância, Julian Rotter e a Teoria da Aprendizagem Social, Frederick Herzberg e Teoria dos Dois Fatores, Douglas McGregor e a Teoria X e Y, e mais recentemente, Mihaly Csikszentmihalyi e a Experiência Máxima ou Flow.
Enfim, há uma série de outros autores dignos de menção, mas meu intuito aqui não é fazer um tratado acadêmico. Aliás, falar de teoria no mundo corporativo é falar de fumaça. Esta introdução foi apenas para apresentar um último nome que tem uma grande contribuição prática para ser apreciada: David McClelland, psicólogo da Universidade de Harvard, com a Teoria das Necessidades.

Três bases motivacionais 


McClelland identificou três necessidades secundárias adquiridas socialmente: realização, afiliação e poder. Cada indivíduo apresenta níveis diferentes destas necessidades, mas uma delas sempre predomina denotando um padrão de comportamento.
Pessoas motivadas por realização são orientadas para tarefas, procuram continuamente a excelência, apreciam desafios significativos e satisfazem-se ao completá-los, determinam metas realistas e monitoram seu progresso em direção a elas.
Indivíduos motivados por afiliação desejam estabelecer e desenvolver relacionamentos pessoais próximos e pertencer a grupos. Cultivam a cordialidade e o afeto em suas relações e estimam o trabalho em equipe mais do que o individual.
Finalmente, aqueles motivados pelo poder apreciam exercer influência sobre as decisões e comportamentos dos outros, fazendo com que as pessoas atuem de uma maneira diferente do convencional, utilizando-se da dominação (poder institucional) ou do carisma (poder pessoal). Gostam de competir e vencer e de estar no controle das situações.
Meu convite é para que você reflita, respondendo a si mesmo: onde me encaixo?É provável que você goste de ter o controle, deseje realizar coisas, tenha prazer em competir, estime cultivar relações pessoais. Mas observe como há um padrão dominante. Se eu solicitar a uma plateia que todos cruzem os braços, algumas pessoas colocarão o braço direito sobre o esquerdo e vice-versa. Se eu solicitar que invertam estas posições, todos serão capazes de fazê-lo, mas seguramente sentirão certo desconforto. Assim são as preferências: tendemos a optar por alguns padrões. Você tem uma base motivacional preponderante.
Teoria aplicada à prática

Em minha carreira como empreendedor e consultor, muitas vezes questionei-me por qual razão certas organizações fracassavam. Deparei-me com modelos de negócios fantásticos que não geravam resultados. Encontrei empresas lucrativas que definhavam devido à incompatibilidade entre seus sócios. Observei executivos talentosos, porém sem brilho nos olhos.

Hoje, à luz da Teoria de McClelland, passei a ter a visão menos turva. Consigo compreender quepara uma empresa lograr êxito é preciso a praticidade e o foco de pessoas motivadas pela realização, a liderança e a firmeza de indivíduos motivados pelo poder, a sinergia e empatia daqueles motivados por afiliação.
Quando as empresas perceberem isso, será possível encontrarmos pessoas mais felizes trabalhando pelo simples fato de estarem posicionadas nos lugares corretos. Passarão a gostar do que fazem, pois poderão exercer suas habilidades com plenitude.
Quando os empreendedores perceberem isso, será possível construir sociedades mais estáveis formadas por pessoas que se complementam mais por suas habilidades e anseios e menos por cultivarem apenas relações de amizade. Teremos negócios mais sólidos, gerando mais empregos, sendo mais autossustentáveis.
Quando as pessoas perceberem isso, será possível que passem a abrir mão da necessidade de estarem certas – ou de alguém estar errado – sem abdicar de suas próprias verdades filosóficas ou opiniões mais sensíveis. E passem, a partir deste autoconhecimento, a fazer o que podem, com o que têm, onde estiverem.
Tom Coelho 

terça-feira, 28 de maio de 2013

Espelho, espelho meu, que líder sou eu?

Todo líder passa por altos e baixos na carreira. Muitas vezes ele só para e pensa como as coisas vão indo quando já está dentro de um furacão e nessas condições a busca de uma saída é um pouco mais difícil. Convido você leitor e líder, a refletir um pouco sobre algumas perguntas que tenho usado nos meus encontros com lideres de diversos calibres e sempre com objetivo de gerar uma reflexão e daí um aprendizado.
As perguntas sempre serão mais poderosas do que as afirmações quando o assunto em pauta é a solução de problemas e o desenvolvimento pessoal. As perguntas ajudam o líder a reconhecer e reorganizar seu conhecimento e visualizar com mais clareza as perspectivas. As perguntas mais difíceis fazem o líder pensar e refletir sobre como anda seu desempenho e, principalmente, o que é necessário mudar.
Acredito que todo líder deve se fazer regularmente essas 10 perguntas. Lembre-se que aqui não há uma resposta certa e sim, uma oportunidade para melhorar e crescer.
  1. Como tenho gasto o meu tempo?
  2. Tenho constantemente comunicando a visão da empresa e as nossas prioridades? Se o meu pessoal fosse questionado, eles seriam capazes de articular essa visão e essas prioridades?
  3. Estou atento a mudanças no ambiente de negócios que exigiriam mudanças no modo como organizamos e tocamos a empresa?
  4. Meu estilo de liderança reflete quem de fato sou?
  5. Como me comporto sob pressão, e que sinais transmito a minha equipe?
  6. Sou suficientemente assertivo, ou virei um líder hesitante?
  7. Forneço ao meu pessoal um feedback construtivo, direto, no momento oportuno?
  8. Conto com cinco ou seis subordinados capazes de me dizer aquilo que preciso ouvir, por mais desagradável que seja?
  9. Defini, ainda que apenas para mim, um ou mais potenciais sucessores?
  10. Minha definição de líder reflete minhas ações diárias?
Aqui vai uma dicaduka: ter respostas em geral é muito menos importante do que fazer, a si mesmo, as perguntas certas – e produzir insights reveladores. Um processo de autoquestionamento conduzido regularmente vai ajudá-lo a enfrentar desafios e dilemas característicos ao dia a dia de um líder.
Mochila nas costas e até a próxima trilha.
Professor Paulo Campos tem 20 anos de experiência em soluções de aprendizagem(Ensinar, Aprender e Liderar). Desde 2000 já realizou mais de 1.500 palestras para 75 mil pessoas nos temas relacionados ao comportamento humano nas áreas de Liderança, aprendizado de adultos e gestão de pessoas.
Paulo Campos

Acredite no poder de suas escolhas!

No mercado de trabalho, a exigência pela qualificação técnica dos jovens está cada vez maior e mais apurada. Ter fluência em uma segunda língua, conhecimento no mínimo intermediário em uma terceira, vivência no exterior, faculdade de primeira linha, rapidez de raciocínio, atividades extracurriculares que demonstrem o dinamismo do candidato e até, em alguns casos, vivência em trabalhos voluntários. Isso tudo, de preferência, antes da primeira graduação.
E nos últimos anos, alguns comportamentos se transformaram e a aspiração pela conquista dos objetivos deixou de ser apenas do indivíduo e passou também a representar os sonhos dos pais, como parte do processo educacional, gerando toda a pressão que observamos sobre a geração Y, que em muitos cenários precisa ser mais conectada, mais talentosa e mais inteligente que qualquer outra geração.
Após a leitura do meu livro Geração Y: Ser Potencial ou Ser Talento, a consultora de gestão Beatriz Carvalho diz ter ficado com o título ecoando em sua cabeça por mais alguns dias, a ponto de duvidar quem, na vida real, seria o interlocutor mais adequado para apresentar essa questão; as gerações mais antigas – incluindo chefes e pais, como uma forma de provocar o interesse do jovem pelo seu próprio desenvolvimento – ou justamente o jovem, como uma forma de autocobrança, em função das expectativas externas e internas investidas nele?
Para Beatriz é natural que o círculo de pessoas mais próximas desse jovem, que investiu e torceu durante todo esse período preparatório, comece a gerar expectativas sobre ele, que tendem a aumentar a cada nova conquista. Sabendo ele disso, a expectativa interna também virá, inicialmente como fonte de motivação, mas que, se mal gerenciada, pode se tornar um sentimento negativo de pressão, gerando a grande insegurança que muitos jovens podem sentir dentro desse contexto.

No mais dramático dos dilemas, você se pergunta: Como é que eu, jovem potencial, credibilizado por mim e por aqueles que acompanharam minha trajetória, consigo promover essa grande alavancagem profissional, de maneira a deixar de ser apenas um potencial e passar a ser um caso real de talento, comprovado através de uma conquista que de fato marque minha carreira e que me deixe livre do peso de ter que viver apenas com base nos desejos e ambições que guardo na gaveta?”, questionou a consultora.
Taís Targa, psicóloga e especialista em transição de carreira, acha inegável a cobrança que o mercado de trabalho transfere para a geração Y, a qual muitas vezes teve oportunidades fantásticas de qualificação técnica e muito mais tempo de estudo que a geração anterior. “Geralmente os pais realizaram um alto investimento financeiro e emocional na educação de seus filhos e têm expectativas altamente ambiciosas no que diz respeito ao sucesso na carreira. Repetidas vezes ouço relatos como: ‘Eu trabalho duro, engulo muito sapos para dar uma educação melhor ao meu filho, de forma que ele nunca passe por isso.’”, comentou a psicóloga.
No entanto, para Taís, esse comportamento protetor dos pais acaba por gerar muita ansiedade em toda a família, pois transferem um ideal de vida e de sucesso sem pressão e sofrimento, de forma que essa nova geração acaba tendo dificuldades de ordem comportamental, por não conseguir corresponder aos ideais familiares. “Adversidades são cruciais para o desenvolvimento de certas competências comportamentais. Resiliência, habilidade de trabalhar sob pressão, resistência à frustração… Alguns percalços no caminho são tão importantes para formar um profissional seguro e automotivado quanto uma boa formação técnica”, explicou ela.
Contudo, há coisas que não podem ser alteradas. Todo processo de desenvolvimento exige algum tipo de obstáculo e um objetivo. Sem esses elementos, não há como despertar a aspiração, a qual permite o crescimento resultante da superação do obstáculo. Esse é um processo individual e completamente dependente das escolhas que cada um faz em sua trajetória. Ser um sucesso sempre será um conceito que primeiramente precisará de validação pessoal e somente depois disso que o jovem deverá considerar a validação das outras pessoas.
Beatriz ainda diz que é preciso acreditar no poder de suas escolhas e na capacidade de transformação. “Se você tem muito claro seu conceito de ser talento ou o que a palavra ‘sucesso’ representa para você, não importa o tamanho do seu sonho ou o que as outras pessoas acham a respeito. Agradeça aos pais, aos chefes e aos amigos pelo investimento e pela torcida, mas nunca duvide que, no final das contas, a decisão pelo seu futuro está unicamente em suas mãos”, concluiu a consultora.
Sidnei Oliveira 

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Elogio ao mau humor


Fim de semana passado estive em três grandes livrarias. De um lado, “gurus” das finanças pessoais prometem riqueza fácil investindo com algum esquema fantástico. Do outro, autores com sorriso de Pollyanna* ensinam como montar sua “start-up” e ficar rico, feliz e sorridente com ela.
Não me leve a mal, caro leitor: um pouco de otimismo é fundamental. Bom humor é importante, e me considero um cara mais bem humorado que a média. No entanto, em algum momento, a coisa precisa ficar séria.
E por isso é preciso olhar com desgosto para a maioria dos livros de “finanças pessoais”, não pelo tema importantíssimo que eles se propõem a tratar, mas pelo fato de a maioria dos autores estar mais interessada em virar “guru” do que ajudar seus leitores. Aproveito para fazer um desafio a todo esse povo: que esses “gurus” das finanças divulguem abertamente os resultados dos próprios investimentos. Quem sabe parem de dizer que é fácil ficar rico. 
Ter um projeto, aliás, não é a mesma coisa que ter uma start-up. Empreendedores não são só pessoas felizes e sorridentes que muitos livros pintam. Ser responsável por um negócio requer seriedade e disciplina, temas que ficam de fora de vários textos. É mais fácil falar sobre como tudo é legal e excitante, do que mostrar o trabalho duro e o silencioso desespero que muitos empreendedores enfrentam ao longo de suas carreiras. O mesmo vale para temas como inovação, “mídias sociais” e estratégia, onde todo mundo vai encontrar um “Oceano Azul” ou ser a próxima Apple.
E esses são só alguns exemplos. Não é de hoje que os textos de Administração namoram a auto-ajuda. O problema, a meu ver, é que essa onda de conselhos fáceis e sorrisos deixa para trás características importantíssimas do mundo real. Lembro de uma conversa que tive com um recém contratado de uma grande empresa de tecnologia, daquelas pintadas como o paraíso pela mídia. Ele me contou que muita gente fica boba ao saber que ele também tinha chefe e metas a cumprir. Entre em uma dessas empresas esperando a imagem pintada em certos livros e a decepção é certa.
Por que falar tudo isso? Me desculpem as noviças rebeldes, mas mau humor é fundamental. Um bom planejamento estratégico, uma boa gestão financeira e até uma boa ideia de negócios precisa de uma boa dose de descontentamento e mau humor. Estou falando daquilo que Mihaly Csikszentmihalyi chamou de “pessimismo ensolarado”: é preciso ser pessimista para ver imperfeições no mundo, para ficar descontente com as coisas a ponto de querer fazer algo a respeito, e otimismo suficiente para imaginar que você pode mudar as coisas.
É preciso, também, saber que tudo que é importante exige algo em troca. Em algum momento, as coisas ficarão difíceis, as ideias darão errado e o dinheiro vai ficar escasso. Você vai duvidar de você mesmo, de suas escolhas e do caminho que está seguindo. Se fosse fácil, todo mundo teria um sucesso estrondoso e seria milionário. Falando nisso, ter um sucesso estrondoso e se tornar milionário não te tornam necessariamente mais feliz.
Então, por que fazer algo diferente? Por que criar uma empresa? Por que economizar dinheiro, aprender uma nova habilidade ou desbravar um novo campo?
Porque muitos dos nossos melhores momentos na vida também são os piores. Olhando para trás, são os momentos de provação, de dúvidas, momentos em que superamos algo que tornam as pessoas mais orgulhosas. 
Ficar em casa vendo televisão não vai fazer você olhar satisfeito para seu passado daqui a vinte anos. Coisas fáceis são passageiras. Tentar algo novo, buscar um objetivo que exija sacrifícios, assumir um risco que valha a pena. Essas sim são coisas que valem ser lembradas. No mundo real, um pouco de mau humor faz parte da vida, e por isso ele é essencial.

Os desafios para gerenciar a reputação corporativa


Reputação é o tipo de coisa que todo mundo só lembra que existe quando acontece uma crise e a imagem da pessoa ou da empresa desce pelo ralo. Em tempos de “bonança”, o comportamento natural é ir levando sem muita preocupação. Mas por que pouco se pensa em construir de forma sólida o seu capital social?
Do ponto de vista corporativo, 87% das empresas em todo o mundo ainda estão no primeiro terço de sua jornada para estabelecer um processo consistente de gestão de sua reputação. Mais da metade não passou da etapa de organizar como mensurar e gerir esse importante ativo intangível e apenas 2% podem dizer que a gestão da reputação está totalmente integrada à sua estratégia de negócios de longo prazo e que merece um naco de seus investimentos.
“Gerir a reputação é manobrar para encontrar oportunidades e ao mesmo tempo mitigar os riscos do negócio”, diz Karper Ulf Nielsen, senior partner do Reputation Institute, organização responsável pelo levantamento desses dados.
Um curso promovido pelo instituto, em parceira com a Tuck School of Business, dos Estados Unidos, reforça: o que você é importa mais do que o que você vende. E traz um caminho muito claro para entender por que, apesar de ser uma demanda tão importante, muitas empresas ainda acreditam que gestão da reputação é apagar incêndios e que é responsabilidade apenas do departamento de comunicação da empresa.
A reputação de uma corporação, ou como ela é percebida pelo mercado, está diretamente ligada a três fatores:
1)    a experiência pessoal como usuário dos produtos ou serviços, como investidor ou como funcionário
2)    as atitudes da empresa, traduzidas em ações, comportamentos, responsabilidade social, governança corporativa e comunicação
3)    a opinião de terceiros, que exerce influência nas pessoas (mídia tradicional e social, líderes e especialistas, sua rede de contatos/network)
“Essas são forças que agem diretamente na construção da reputação e afetam nossa percepção de uma marca forte ou fraca”, afirma Charles J. Fombrun, fundador e chairman do Reputation Institute. É o que gera respeito, confiança, admiração e, por fim, estima por uma marca.
O que acontece em uma crise de imagem — Primeiro, há o choque do acontecimento, o “e agora?”, o telefonema no meio da noite. Em seguida, o evento ganha proporções assustadoras de forma acelerada, o que leva ao pânico e à tendência a agir de maneira irracional, impensada, confusa e até temerosa. Aí se instala o caos na hora de assumir a comunicação, de definir o que e como será dito e por quem. As informações podem se tornar desencontradas, superficiais e incompletas, o que é um prato cheio para a mídia, subitamente onipresente, e mais ainda se considerarmos que hoje os stakeholders podem bombardear diretamente a empresa via mídias sociais – tenham eles razão ou não.
Desafios aos líderes – Parece impossível proteger-se na era digital, em que as notícias – verdadeiras ou falsas — galopam nas redes sociais? O segredo para contornar com mais rapidez e eficiência os percalços do caminho passa pela construção de uma reputação consistente, que possa “segurar as pontas” quando algo ruim acontece.
Saber planejar o crescimento do negócio levando em conta a construção de uma reputação sólida é ainda o principal desafio dos líderes empresariais, segundo o estudo Reputation Leader 2013, baseado nas respostas de líderes de 292 das maiores e mais influentes corporações do mundo.
Os números comprovam: 79% desses líderes concordam que hoje se vive em uma“Economia da Reputação”, mas apenas 20% consideram que sua empresa está preparada para tirar vantagem disso. Em ordem de importância, eles disseram:
  1. Não temos um processo estruturado para integrar questões relativas a reputação em nosso planejamento de negócios (57%)
  2. Não estamos aproveitando o conhecimento que temos para nos tornarmos mais relevantes para cada grupo de stakeholders (45%)
  3. ”Panelinhas” dentro da empresa impedem a colaboração entre pessoas e departamentos (34%)
O estudo também mostrou que 56% dos líderes acreditam que a gestão da reputação é de fundamental importância e 62% disseram que, nos próximos anos, será uma prioridade ainda maior para as empresas.
Porém, a reputação está longe de ser sinônimo de “aparecer bonitinho” nas páginas dos jornais. Reputação é uma percepção muito mais profunda, reflexo de atitudes e ações, e qualquer tentativa de maquiar iniciativas reais com os recursos da comunicação será, mais cedo ou mais tarde, desmascarada.
Mariela Castro

Ganho de MPEs paulistas é recorde em março, aponta Sebrae

As micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas faturaram R$ 45,5 bilhões em março, alta de 3,1% ante o mesmo mês do ano passado, no melhor resultado para o mês desde 2001, segundo pesquisa do Sebrae-SP.

A receita total apurada no mês superou em R$ 2,5 bilhões a de R$ 43 bilhões de fevereiro e em R$ 1,3 bilhão o total de R$ 44,2 bilhões obtido em março de 2012.
A pesquisa aponta ainda que as MPEs encerraram o primeiro trimestre com alta no faturamento real, já descontada a inflação, de 3,6% sobre os três primeiros meses de 2012.
"O crescimento teve influência da boa evolução do consumo no mercado interno que, por sua vez, foi impulsionado pelo avanço da ocupação e da renda na economia", informou o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano.
O setor de serviços teve o melhor resultado no acumulado de janeiro a março, ante o primeiro trimestre de 2012, com alta de 6,1%, seguido pelo comércio (2,2%) e indústria (1,8%).
O rendimento real dos trabalhadores das MPEs, que inclui salários e outras remunerações, subiu 11% no primeiro trimestre em relação a igual período de 2012.
O valor da folha de salários pago pelas MPEs cresceu 9,2%. No comércio a alta ficou em 12,5%. Serviços e indústria apresentaram avanço de 9,2% e 1,9%, respectivamente, na folha de pagamento.
A pesquisa Indicadores Sebrae-SP também mostra que 54% dos donos de MPEs acreditam em estabilidade no faturamento nos próximos seis meses. Há um ano, os que tinham essa opinião somavam 50%. (Equipe AE).

quinta-feira, 23 de maio de 2013

O valor da experiência


Em minhas palestras, apresento um quadro explicando que se os jovens não tiverem paciência na consolidação de suas carreiras e ficarem trocando de emprego em busca de novos desafios, vão continuar sendo tratados como novatos em cada nova empresa que forem. Além disso, no novo emprego vão receber tarefas de novatos, ou seja, aqueles trabalhos que não representam alto risco para a empresa.
Após me assistir, Neilor Rückl, analista em controladoria e professor da Univille, disse concordar com as minhas palavras e completou, “é realmente assim que isso ocorre, o mercado de trabalho não mudou por decorrência das novas tecnologias e não vai se transformar somente por causa da geração Y. Ele vai continuar sendo severo como sempre foi.

Neilor ainda se diz descontente, pois acredita que os gestores não têm dado a devida importância aos funcionários mais veteranos. “Nós, da geração X, que enfrentamos o desesperador e longo tempo de maturidade e persistência, através da permanência maior dentro das empresas, já conseguimos adquirir a confiança dos nossos líderes, já executamos tarefas de alto risco e alta complexidade, já subimos um pouco de cargo e passamos a ser profissionais mais cobiçados. Porém, os gestores desprezam nossa formação e também a nossa experiência profissional”, comentou o professor, que ainda completou, “diferente dos nossos colegas de trabalho que pertencem a gerações anteriores, nas quais, quando ameaçavam sair da empresa, recebiam uma oferta salarial um pouco maior, voltavam atrás e continuavam na companhia, nossa geração, em sua grande parte, não tem agido assim – quando descontentes, simplesmente avisamos e mudamos de empresa –, porém, agora não seremos mais novatos na nova companhia e certamente iremos ingressar no mesmo posto que ocupávamos na empresa anterior, com salários melhores, ou, muitas vezes ainda, já ingressaremos em um posto mais elevado.
É claro que a experiência sempre terá valor, pois o custo para conquistá-la é bem elevado. Com o aumento na expectativa de vida, provocado principalmente pelos avanços científicos e tecnológicos, surgiu um novo comportamento nas pessoas “mais velhas”, que é a ampliação da juventude. Todos se sentem, ou pelo menos tentam ser jovens e produtivos.
Em quase todas as empresas, profissionais experientes, que não tiveram oportunidade de fazer uma boa faculdade, estão voltando para a sala de aula, em parte por pressão das empresas e em parte para continuarem se mantendo produtivos e empregáveis. Se avaliarmos com mais profundidade, iremos identificar nesse comportamento, o melhor exemplo de tentativa de “sobrevivência” diante da ameaça de perder a posição para jovens que chegam com graduação avançada e intimidade tecnológica, o que confere à geração Y a percepção de um ritmo muito mais dinâmico que os mais veteranos.
Aliane Rizzo, pedagoga e especialista em gestão estratégica de pessoas, admite que os jovens devem ter paciência para adquirir a experiência necessária para que as empresas possam valorizá-los como profissionais. Mas ressalta que a dificuldade não está apenas em dar importância ou reconhecer, porém, também em oportunizar o desenvolvimento integral desse profissional e conseguir traçar, de forma estratégica, um processo de desenvolvimento humano, que atenda as necessidades atuais e futuras da organização e do profissional nela inserido. “A impaciência dos jovens da geração Y em permanecer mais tempo nas organizações pode estar relacionada com a não concessão de um ambiente de trabalho ‘adequado’ (dinâmico, rápido, com oportunidades) para esses jovens. O mercado de trabalho é rápido e dinâmico. Profissionais e organizações que tenham esse perfil se destacarão no meio onde estão inseridos”, explicou a pedagoga.
Aliane ainda completou dizendo que a empresa do “futuro” não deve se preocupar apenas com o que o profissional já tem, mas sim, ter sensibilidade para visualizar onde ele pode chegar com foco na sustentabilidade organizacional.
Por isso, a empresa que não lida bem com esse cenário está perdendo muito com os conflitos gerados internamente. Perde quando os jovens talentos desistem de confrontar os mais velhos e partem para outra empresa, deixando a empresa inicial com um vácuo na formação de seus sucessores, e também perde quando o líder mais veterano é desligado ou vai embora da instituição levando o “legado de conhecimentos tácitos” que construiu junto com a empresa.
Sidnei Oliveira 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Por que não oferecer descontos aos clientes do seu negócio


Na rotina do vendedor existe uma situação muito recorrente, o temido momento em que os clientes da pequena empresa pedem descontos. É quando o consumidor afirma ter outra oferta em vista, de um produto melhor e mais barato. E também é nessa hora que o vendedor pensa que vai perder uma venda e o tempo investido na negociação.
Por várias vezes, quando o cliente pede um desconto, ele não busca apenas ou simplesmente um valor menor a pagar pelo produto ou serviço, ele busca a sensação de que está fazendo um bom negócio.

É como se ele lhe perguntasse: “esse é o melhor negócio que posso fazer?”. Você pode responder que sim, negando o desconto, ou dizer que sua primeira oferta não é o melhor negócio e que o melhor negócio seria mesmo um desconto de preço. Em vez de segurança, nesse caso, o desconto vai demonstrar que o valor de sua oferta inicial era falso.
Não ceda tão rápido, pois o desconto não garante um negócio fechado, diga a frase mágica: “fique tranquilo, esse é o melhor negócio que você pode fazer”.
O cliente está sempre procurando “torcer” o vendedor em busca da sensação do melhor negócio e é exatamente isso que você deve oferecer a ele, minimize a sensação de risco e maximize o valor de sua oferta. Lembre-se de que a barganha demonstra interesse.
O segredo é ser assertivo durante a venda, aumentando o valor agregado da oferta, utilizando argumentos sólidos, como a qualidade do produto, seu custo-benefício e suas soluções. Fortaleça o seu conceito de pós-venda impecável, com um ótimo atendimento. São estes os detalhes que fidelizam um cliente e o convencem a comprar um produto, ou serviço, sem reclamar de seu preço.
É fato que o cliente pode ter outra oferta em mente, analisando os prós e contras entre a sua oferta e a da concorrência. É um dos passos que faz parte do processo da tomada de decisão do consumidor, mas no qual o preço não é um fator decisivo. Por isso, é importante aprender a dizer pelo menos quatro “NÃOs”:
  1. Não é possível mexermos nesse preço;
  2. Não, esse é o preço justo para remunerar o valor de nosso produto;
  3. Não tenho como alterar o preço sem tirar parte do que estou lhe oferecendo;
  4. Não tenho como diminuir o preço, quero que fique seguro de que está fazendo o melhor negócio.
Se você não acredita nisso pense na seguinte questão: tudo que você compra é sempre o que há de mais barato? Por quê? Vale a reflexão.
Mário Rodrigues 

terça-feira, 21 de maio de 2013

A descentralização do crescimento brasileiro, e o que a sua empresa tem haver com isso.


O Nordeste era a terceira região que mais consumia no país. Nos últimos anos, passou a ser a segunda. A região foi também a que teve o maior crescimento em número de universitários, e hoje conta com 23% dos estudantes universitários do Brasil. Se o Nordeste fosse um país, ele seria a 39ª.  economia do mundo. Mas o Centro-Oeste foi a região que teve o maior crescimento: dependemos da agricultura e da pecuária. Em 2005, o agronegócio brasileiro foi responsável por 27,9% do PIB nacional, 36,9% das exportações e 37% dos empregos gerados no país.
Por outro lado, somos um dos maiores celeiros do mundo. Um relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), publicado em junho de 2011, mostra que as mercadorias exportadas pelo Brasil continuarão em alta até 2020, o que faz das exportações de commodities uma fonte segura de dinheiro externo. Além disso, as commodities agrícolas custarão em média 55% a mais na próxima década em comparação com a anterior, sendo que estes preços já dobraram desde o ano 2000. A razão para a alta dos preços é a maior demanda. Só a Ásia deve consumir 20% mais alimentos até 2020. O Centro-oeste é hoje o nosso Vale do Silício Verde.
O litoral fluminense vai mudar. A descoberta de uma reserva equivalente a 40 à 100 bilhões de barris na camada Pré-Sal transformará o Brasil em um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Essa reserva é um patrimônio nacional que deve ter impacto em todo país – se bem gerido, é claro. A indústria do Petróleo vai invadir aquelas praias. Para você ter uma idéia, no litoral fluminense, já está sendo erguido um enorme centro de pesquisa e desenvolvimento. Por causa dele, serão criados cerca de 5 mil empregos, sendo que 2,5 mil deles serão para pesquisadores: o dobro do que tem o Massachusettes Institute Technology (MIT). Tudo isso visa dobrar a produção de petróleo e gás até 2020. A Petrobrás diz que o pré-sal poderá gerar 15 mil empregos diretos e outros 10 mil indiretos. Já se estima um crescimento populacional de 25% nas áreas litorâneas em torno do pré-sal (Rio de Janeiro e São Paulo). Os estados do Sul sempre tiveram a qualidade de vida superior a maioria dos estados brasileiros, e o seu crescimento é menor por ter um patamar superior aos demais. Mas por que tudo isso importa?
Importa pois não teremos mais somente o eixo Rio-São Paulo. Importa pois as empresas vão ter que desenvolver produtos que respeitem os hábitos regionais. Importa pois o sistema de logística do país vai ter que se reinventar. A Kaiser, por exemplo, adota as cores azul e vermelho em suas ações na festa de Parintins, assim como a Coca-Cola, a Rede Bandeirantes e o tênis da Adidas. Na região Nordeste, a Nestlé tem uma linha de portfólios regionalizados, assim com a Kraft e a Kimberly Klark.
É como dizia Gilberto Freyre “O Brasil é um cadinho de raças”.

O verdadeiro potencial da Internet: aberta, inclusiva e gratuita


"Uma das características fundamentais da Internet é que com um simples clique chegamos a todo o lado. Não existe uma Internet francesa nem uma Internet inglesa: estão todas ligadas e não podem ser separadas. A Internet não está dividida em documentos de qualidade e documentos sem qualidade e também não está dividida em Internet acadêmica e Internet comercial. Não existe discriminação, trata-se de uma única Internet, livre e acessível. É aí que reside o seu poder" (Tim Berners-Lee).

Vamos ser bem francos: a Internet não é o que representa hoje por causa da vontade dos empresários ou porque algum visionário patronal acreditou que ela algum dia poderia ser lucrativa. Ela, desde o início, não foi desenvolvida de forma proprietária, não existe a patente da Internet. Se existisse, até hoje ela seria privilégio de meia dúzia de instituições de ensino superior dignas de rankings globais.

Não é muito cômodo para um administrador liberal admitir, mas a Internet tem um quê de comunista. Melhor, de idealista. Que empresa iria se interessar em investir num projeto de lucros incertos, e que iria ser tão útil para ela quanto para os seus concorrentes? Antes de Tim Berners-Lee liderar a criação da World Wide Web (WWW) - que constitui a parte "pública" da internet - várias pessoas tinham os seus micro-provedores independentes de serviços baseados em linhas telefônicas: os Bulletin Board Systems (BBS). O melhor exemplo de empreendedor brasileiro nessa área é Aleksandar Mandic.
Quando Berners-Lee começou a idealizar e desenvolver uma rede global de computadores, não foi para iniciar um novo negócio. A meta era justamente essa: uma rede aberta, global, inclusiva e democrática, sem muita preocupação de como as pessoas iriam utilizá-la, muito menos sobre direitos autorais ou patentes. Iniciativas de software livre - como o Linux e o GNU Project - e acesso aberto às informações - como o Projeto Gutenberg - certamente influenciaram a criação da WWW. Ou talvez todas elas representassem uma ampla necessidade de informação das pessoas, que simplesmente não estavam mais satisfeitas com as soluções propostas pelo mercado.
Aliás, um dos erros capitais de qualquer empresa é acreditar que as pessoas se importam com a sua tecnologia patenteada e exclusiva. Ou que elas irão pagar qualquer valor para ter acesso a informações exclusivas e lacradas por editoras de conteúdo. Isso leva os negócios a uma entropia caracterizada pela criação de "metatecnologias" (neologismo meu). Um exemplo? Livros, filmes e músicas digitais protegidos por DRM (Digital Rights Management), e bases de dados científicos trancadas e com acesso condicionado ao pagamento de somas vultosas a editoras comerciais.
Como bibliotecário em formação, sou totalmente partidário do pensamento de Aaron Swartz, ciberativista que foi condenado a 35 anos de prisão a uma multa estipulada em mais de um milhão de dólares por acessar, baixar e distribuir material científico restrito do MIT. É para isso que a Internet existe; se uma empresa não está preparada para lidar com esse tipo de comportamento, então é ela quem não se encaixa na lógica da Web e deveria tentar a sorte no mundo offline.
"Precisamos pegar a informação, onde quer que ela esteja armazenada, copiar e compartilhá-las com o mundo. Precisamos pegar as coisas que estão livres de copyright e adicionar aos arquivos. Precisamos comprar bases de dados secretas e colocá-las na Web. Precisamos baixar periódicos científicos e publicá-los em sites de compartilhamento".
Ainda é raro ver alguém ligado à indústria cultural ter o mesmo pensamento de Michael Lombardo, diretor de programação da HBO, que tem direitos exclusivos sobre a série Game of Thrones. "Eu provavelmente não deveria falar isso, mas a pirataria é uma espécie de elogio", disse, em entrevista à Entertainment Weekly. A série, em sua terceira temporada, é um dos programas de maior audiência dos Estados Unidos, com uma média de 10 milhões de telespectadores por episódio. Como a HBO - que não está de acordo com o pensamento de Lombardo - é um canal fechado e não tem parceria para transmissão da série em outros canais, muitos fãs recorrem aos torrents.
A Internet não é um condomínio fechado dos negócios e marcas. A Internet não é um celeiro de publicidade. A Internet não deve ser "catraquizada" - nas palavras do professor Pedro Rezende. O princípio da Neutralidade da Rede deve respeitado pelas operadoras independente dos seus interesses comerciais. O verdadeiro potencial da Internet reside em reunir as mentes conectadas em um único e amplo diálogo. Não no sentido sisudo da coisa, mas no sentido de possibilitar o contato de pessoas distantes fisicamente em uma gigantesca ágora virtual, onde as relações ocorrem tal como no mundo físico - incluindo piadas, memes, discussões, agressões, policiamento ostensivo, leis, aprendizado, leitura e todo tipo de fenômeno que ocorre em qualquer sociedade. A Internet não é uma entidade criada por pessoas - ela é as pessoas. E as pessoas devem ser livres.
Eber Freitas 

segunda-feira, 20 de maio de 2013

O papel do consumidor no desenvolvimento sustentável


Devido à grande circulação de informações a respeito das ações das empresas, tem-se crescido o número de consumidores que procuram saber a procedência do produto comprado. O mesmo está se tornando exigente a respeito do conteúdo e embalagem do produto, sendo cada vez mais comum o número de consumidores que praticam o chamado “consumo verde”, e assim,  valorizando os produtos e serviços de empresas que praticam a sustentabilidade. Este posicionamento dos consumidores está também motivando uma mudança de comportamento por parte das empresas, que se vêem cada vez mais pressionada a apresentarem o “selo verde” de qualidade em seus produtos e serviços para que possam competir no mercado globalizado.
O “custo ambiental” é uma das preocupações dos consumidores que praticam a sustentabilidade. Esse tipo de consumidor se preocupa a respeito da procedência dos materiais usados nas embalagens do produto, seu impacto no meio ambiente quando descartados, se existem procedimentos para a reciclagem e se as empresas se utilizaram de processos ecologicamente corretos no seu processo de fabricação, mesmo que a cultura voltada para a preservação do meio ambiente possa encarecer substancialmente o produto. Porém, embora o consumo verde seja uma realidade crescente, está longe de alcançar os níveis desejados.
Trazendo a discussão para a realidade do nosso Brasil, os dados mostram que o consumidor brasileiro é interessado no assunto, mas não se engaja nas questões ambientais. Segundo pesquisas realizadas nos anos de 2006 e 2007, a preocupação dos brasileiros com as questões ambientais é alta, atingindo 75% dos entrevistados. Além disso, subiu de 57% para, no primeiro ano do levantamento, 64%, o número de pessoas que acham que o governo deveria criar leis para obrigar as empresas a praticarem ações sustentáveis.
Porém existe uma redução no engajamento dos consumidores nas questões ambientais. As pesquisas mostram que houve uma queda no número de pessoas dispostas a comprarem produtos e serviços e a falar bem da marca de empresas socialmente responsáveis. Em 2000, o percentual dos consumidores que premiavam as empresas socialmente sustentáveis representava 39%, até que em 2007 esse percentual caiu pra 24%. Alem disso, há uma desconfiança por parte dos consumidores nas ações ditas sustentáveis das empresas. Em pesquisas realizadas pelo IBOPE, os dados mostram que 46% dos consumidores acham que ações de responsabilidade social das organizações são na verdade pura estratégia de marketing. A descrença de boa parte da sociedade nas ações sustentáveis é um dos grandes obstáculos para a criação de uma mentalidade voltada a sustentabilidade.
O brasileiro no geral é menos engajado que os consumidores dos países desenvolvidos, onde se percebe uma maior consciência ecológica. Nos EUA, por exemplo, a ação de premiar as empresas que agem sustentavelmente já alcança 50% da população consumidora. Nos países desenvolvidos, o percentual das pessoas que buscam os produtos ecologicamente corretos é de 39%, sendo 34% o percentual de pessoas que acham que se devem punir empresas que desrespeitam o meio ambiente. Por aqui, os percentuais são 13% e 12% respectivamente.
A evidente mudança nos padrões ambientais em todo mundo clamam por soluções eficazes que passam por uma mudança de prioridades governamentais, econômicas e sociais, mas principalmente uma mudança de comportamento do consumidor que durante muito tempo foi omisso e suas ações foram pautadas na insustentabilidade e na predação dos recursos naturais. O consumidor deve pensar de forma diferente, tanto na hora de comprar, quanto na hora de consumir. Mudar pequenas atitudes no dia-a-dia é o começo para uma grande transformação. Evitar o desperdício é o início de todo o processo.
Carlos Cesar