terça-feira, 11 de junho de 2013

Os líderes devem participar do projeto de vida dos jovens

Você já pensou qual o grande motivo para tantos jovens talentos abandonarem seus atuais empregos para buscar uma colocação melhor? Para o pedagogo e especialista em orientação vocacional e profissional, Maurício Sampaio, talvez o motivo seja o desinteresse pelo local de trabalho, pelo ambiente, pelas amizades ou por uma má orientação em sua fase de escolha profissional.
Maurício pesquisa há dez anos o tema, tem conversado com muitos jovens em escolas, universidades e empresas e descobriu que a grande pedra no sapato é a falta de visão de futuro. “Hoje, quem paga um preço muito alto por isso são as empresas e seus líderes, que investem milhões de reais e de esperança e acabam se decepcionando quando perdem precocemente um promissor talento”, explicou Maurício.
Muitos jovens saem das universidades e entram para o mercado de trabalho rapidamente pelas suas capacidades técnicas, porém, a grande maioria não possui um plano de carreira, um projeto de vida desenhado. Muitos não sabem, claramente, onde querem chegar e é aí que o problema começa. Por outro lado, nas empresas, muitos líderes também não conseguem prever se a empresa faz ou não parte do projeto de carreira desses jovens. Confusão armada! Líderes correm com um pensamento e estratégias de um lado e os jovens de outro. Tudo fica por conta do ‘achismo’!”, continuou o pedagogo.
Já para o profissional de comunicação digital, Bruno de Souza, a nossa sociedade está vivendo uma ‘barganha faustiana’. “Trocamos nossa genialidade por uma estabilidade aparente. Eu pergunto a você: o que seus pais traçaram para sua vida? A resposta é simples: estudar ensino fundamental e médio, entrar em uma excelente faculdade e, por fim, ter um emprego em uma empresa grande. Mas, e o que você traçou para você? Grande parte da frustração profissional acontece porque a maioria dos jovens seguem o modelo ‘sonhado’ pelos pais, com a falta de um plano de carreira a frustração será questão tempo”, comentou Bruno que ainda acha que a culpa pela frustação profissional dos jovens, em grande parte, é deles mesmos, e os líderes devem apenas dialogar da melhor maneira possível para mostrar o caminho a ser seguido.
Nesta mesma linha, Maurício dá uma dica para o líder que quer obter um melhor resultado da sua jovem equipe, conquistar e reter o jovem talento: “comece hoje a planejar em conjunto a carreira de seus jovens. Juntos, vocês podem descobrir a tão almejada luz no final do túnel.”
O que temos percebido é que empresas que trabalham fortemente no engajamento de suas jovens equipes, preparando seu líderes para esta geração, têm obtido resultados mais expressivos.
Conheço empresas que estão quebrando paradigmas ao adotar novas regras de relacionamento com seus colaboradores, considerando horários flexíveis, home-office e trabalho colaborativo, além de promoverem ações inovadoras que permitam um melhor equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional.
O mais surpreendente disso tudo é que não são transformações que têm o objetivo de atender apenas aos jovens da geração Y. A mudança de expectativa acontece no relacionamento com todos os profissionais, seja qual for a geração.
O caminho, então, é a integração entre as gerações de profissionais, onde veteranos buscam redesenhar seus projetos de vida, permitindo aos jovens utilizar a experiência dos mais velhos como referenciais para suas escolhas.
Sidnei Oliveira 

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