
Imagine um jovem impaciente, ansioso e conectado com tudo ao mesmo tempo. Daquele que é capaz de ir para o trabalho de bermudas, chinelos e, é claro, ouvindo sua própria “playlist”. Criou a imagem? Então, fique atento com seus pré-conceitos, pois não necessariamente esse “cara” é um profissional improdutivo.
Na nova geração, esse comportamento é mais comum do que você pensa. Questionamos regras de etiqueta coorporativa e as empresas comumente se veem em “saia justa” para lidar com essas atitudes. Nós, os “Ys”, acompanhamos as mudanças com uma rapidez absurda, afinal, somos filhos das redes sociais, do Youtube e do Google. Para nós, o trabalho deve ser flexível, brigamos para viver plenamente o conjunto da obra (vida pessoal e carreira).
Para os que são “jovens há mais tempo” pode ser complicado entender que, para a nossa geração, formalidade é algo visto, muitas vezes, como desnecessário. Crescemos questionando e a hierarquia é um de nossos alvos preferidos!
Entre gerações, é primordial estar aberto para a diversidade de ideias e, para isso, você precisa esquecer os rótulos que aprendeu, pois estes podem ser uma armadilha. Entender o contexto de cada pessoa é um bom caminho para otimizar resultados. O desconforto entre as gerações é normal, cada um aprendeu um jeito diferente de olhar para a vida e é importante perceber isso. Entretanto, inteligente é nunca deixar de lado a vontade de ter novas experiências e maneiras diferentes de ver a carreira na vida.
Bruno Figueira
Vivemos dias de grande transformação. A tecnologia vem permitindo uma aceleração no comportamento humano, com inegáveis ganhos – com destaque para a produtividade na captura de informações. Porém, junto com esse bônus, vêm enormes e complexas incertezas que ainda não foram integralmente processadas pela sociedade. Serão ônus?
Já foi iniciado um processo de “troca da guarda” no mundo corporativo, tendo como protagonistas duas gerações consideravelmente distintas e potencialmente antagônicas na sua forma de ver o mundo – abundam preconceitos e generalizações perigosas.
Infelizmente, estereótipos como os do garotão que vai trabalhar de bermudas e do executivo careta engravatado ocupam mais espaço no debate do que aquilo que realmente interessa: desenvolvimento pessoal, empresarial e social.
Isso é tema para várias teses de doutorado, mas em um resumo rápido, eu destaco: a absorção acelerada e massiva de informação – e, eventualmente, de conhecimento teórico – por jovens superconectados não é garantia de sucesso para ninguém ou empresa alguma. Experiência de vida não é substituída por pesquisas no Google. Habilidade para lidar com múltiplos problemas e crises não se aprende nos 140 caracteres do Twitter. Profundidade analítica para decidir qual caminho seguir em um projeto não se compartilha no Facebook.
Da mesma forma, mudar de emprego frequentemente, em função da intolerância com padrões mínimos de formalismo e com a necessidade de dar tempo ao tempo nas organizações, dificilmente irá acelerar a carreira de um jovem impaciente. O sucesso – em qualquer campo de atividade – é, infelizmente, recheado de percalços. E só se desenvolve a necessária resiliência para vencê-los através do enfrentamento e não através da fuga para outro desafio, supostamente mais descolado.
Por outro lado, pobre do executivo tradicional (Baby Boomer ou da Geração X) e da empresa que apostarem na postura conservadora e na lentidão do passado, achando que já dominam processos e mercados. O desaparecimento é questão de tempo.
Os líderes veteranos já descobriram que precisam lidar – e extrair produtividade – de uma geração diferente da deles. Abrir mão de um padrão mínimo de formalidade e organização, ou promover jovens inexperientes ou despreparados, é e sempre será sinônimo de fracasso. Por outro lado, tirar proveito da ultraconexão dos jovens e da sua inquietude é o que há de melhor neste mundo novo. A recomendação que dou ao executivo maduro é simples: traga o jovem para o seu lado, valorize-o, aceite as diferenças e procure mostrar que reflexão também é importante para o sucesso. Exemplos abundarão, mas não caia no erro de brecar tudo porque um dia algo do gênero já deu errado.
A aceleração excessiva e o conservadorismo à moda antiga serão mortais no mundo que se apresenta. O sucesso sempre foi e, mais do que nunca, estará no equilíbrio. E cabe aos mais experientes mostrarem o caminho desse novo equilíbrio, ao invés de fugir dele por medo do desconhecido.
Fernando Blanco
A primeira impressão que se tem é de que as gerações estão vivendo um tempo de ruptura total, onde os mais velhos não entendem os jovens de hoje, que, por sua vez, consideram os mais velhos como absolutamente lentos e desconectados da realidade atual. Evidentemente, essas divergências sempre aconteceram entre as gerações. O fato novo é que os conflitos atuais estão mais potencializados, principalmente pelo ritmo de vida que surgiu com as novas tecnologias.
O desafio é para os que chegam – os jovens da Geração Y –, que mesmo tendo mais habilidades, precisam reconhecer que isso é apenas fruto de um cenário de superestimulação a que foram submetidos desde a primeira infância. E isso não os torna “especiais”. Eles precisam entender que são e precisam ser mais preparados para o novo ambiente hipercompetitivo e que, além de todo o conhecimento técnico e toda a informação que conseguem absorver, precisam acessar um tipo muito especial de conhecimento – o TÁCITO –, que apenas os mais velhos possuem, fruto de todas as experiências acumuladas em suas vidas.
O caminho é a negociação de interesse entre as gerações. E essa negociação precisa acontecer com maior rapidez.
Sidnei Oliveira
Fonte: http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/sidnei-oliveira/2012/10/04/a-armadilha-dos-rotulos/ acesso em 05 de outubro de 2012.
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