Já ouvi, e também conheço pessoalmente, uma série de histórias de profissionais que se aventuraram em jornadas empreendedoras depois de frustrações no mercado corporativo. Daqueles que conheci, todos eram profissionais que se destacavam em suas empresas, semelhantes no perfil ideológico de encarar o trabalho, diferenciados pelo olhar focado no futuro e em uma dimensão que sempre envolvia a empresa como um todo. Particularmente chamados pelos teóricos de intraempreendedores.
Intraempreendedor é o profissional que atua em uma empresa mas suas atitudes em relação a ela são tomadas como sendo seu próprio negócio. É peça fundamental nesse cenário, pois sua ousadia inspira inovação e sua determinação torna-se o combustível de uma busca incessante por resultados. É o profissional que toda empresa quer ter, mas nem todas elas estão utilizando os recursos necessários para atraí-los ou retê-los.
A Geração X é a que mais se assemelha a esse perfil. Na faixa entre os trinta e cinco a cinquenta anos, eles ainda serão os líderes na próxima década. Caracterizados pela busca de sua identidade, os profissionais dessa geração estão tendo dificuldades em se adaptar à nova rotina “descartável” das empresas, onde se substitui um “X” por um “Y” de custo menor. Soma-se a esse cenário uma elevada confiança na rápida capacidade de obter planos B; muitos veteranos partem para uma jornada empreendedora para tentar encontrar o que não lhes foi oferecido no passado.
O ponto que gostaria de destacar neste texto não é o surgimento de novos empreendedores e como isso acontece, até porque, isso é algo muito bom, pois mostra a capacidade de alguns profissionais de se adaptar ao cenário corporativo. O fato é que esses intraempreendedores da Geração X são fundamentais não só para o aumento da competitividade nas empresas mas, também, para nós, Y, que precisamos tanto de referências boas e líderes que nos ensinem a cultivar um ambiente empreendedor e de inovação.
Tudo aquilo que as pessoas se consideram como donas, responsáveis, possui sempre uma probabilidade maior de ser bem cuidado. Tenho certeza de que, se esse sentimento fosse repassado a mais pessoas dentro das organizações, atualmente teríamos profissionais mais engajados em suas tarefas e motivados a trabalhar por um bem comum à empresa a qual representam.
Beatriz Carvalho
O mercado nos últimos cinco anos andou trocando um X por dois Y, mas a crise de 2008 – 2010 deu uma lição para as grandes empresas: em alguns casos, tiveram que recorrer aos “cabelos brancos” da experiência para retomarem seus negócios.
A competência de empreender internamente realmente separa o joio do trigo no nível executivo, principalmente em organizações nacionais, em que a “matriz” não impõe seus processos e know-how (lembra desse termo?), além de aguardar seu desdobramento quase que inercial. E, como foi dito acima, vale muito na formação das competências dos “Y”.
Alcino Therezo
Conflitos sempre existem, pois as diferenças de estilo, de ritmo e de expectativas trazem desafios para os relacionamentos. A melhor forma de lidar com esses conflitos é refinar a comunicação, conscientizando ambos os lados de que há contribuições mútuas que podem e devem ser consideradas.
Com os veteranos, a maior vantagem é a manutenção do conhecimento tácito, conhecido como “experiência”, que leva a uma atitude mais empreendedora, por isso quando a empresa trabalha as diferentes gerações, permite que os mais jovens possam agregar velocidade e inovação aos negócios, sem que isso represente riscos elevados, pois, com a experiência dos mais veteranos, a empresa pode alavancar seus resultados com segurança.
Portanto, o mais importante é aproveitar o modelo empreendedor dos veteranos promovendo a interação com os jovens para que ambos se beneficiem das contribuições que cada geração pode dar.
Sidnei Oliveira
Fonte: http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/sidnei-oliveira/2012/07/16/empreender-e-uma-otima-alternativa-para-conflitos-de-geracoes/ acesso em 17 de Julho de 2012.

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