quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Palestrantes destacam métodos de inovação em fórum da Fiergs

Foto: Dudu Leal
"Aceitar o fracasso é um dos primeiros passos para quem deseja ter sucesso na hora de inovar. A diferença entre o vencedor e o perdedor é que o vencedor não desistiu". Essa foi uma das mensagens deixadas pela economista chinesa Ann Lee, em sua passagem pelo 1º Fórum de Inovação, realizado pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), nesta quarta-feira, no Teatro Feevale, em Novo Hamburgo.

Autora do livro "O que os Estados Unidos têm a aprender com a China", ela citou o exemplo de alguns bancos onde um dos pré-requisitos para a concessão de empréstimos a empreendedores é que eles já tenham falhado.

Para a economista, a riqueza de uma nação não pode ser medida apenas pelo PIB, pois não leva em conta o lucro, a distribuição de renda, os níveis de felicidade e de educação. Ressaltou que inovar é uma questão de sobrevivência no mercado atual e lembrou que a América Latina, especialmente o Brasil, tem alto potencial para inovar, com sua população numerosa e elevado índice de biodiversidade.

Segundo Ann, a China está abrindo as portas para que pessoas de outros países se instalem em seu território, com o objetivo de estimular a troca de conhecimentos e ideias diferentes. Em 2012, pela primeira vez, o país asiático ultrapassou os Estados Unidos em número de imigrantes.

— A China está recrutando ativamente estrangeiros para seus centros de inovação e universidades. Professores qualificados são estimulados a trabalhar por lá, com salários elevados, por exemplo, algo que não ocorre na América Latina — lamentou.

A burocracia foi apontada por ela como um dos grandes vilões contra a inovação:

— A maioria das normas limitam a concorrência e bloqueiam o processo criativo.

A palestra Conexões Improváveis gerando Inovação, do espanhol Roberto Gomes de La Iglesia, defendeu a participação de artistas nas empresas como forma de gerar inovação.

— Os artistas são criativos e catalisadores de criatividade entre os colegas — disse ele.

Iglesias explicou que o contexto atual ainda é confuso e ninguém sabe para onde vai e que o momento é de mudanças.

— Primeiro era preciso independência, competitividade e competência para inovar. Mas o cenário mudou com a cooperação e a multidisciplinariedade. Temos que ser competentes competidores e cooperativos, sem barreiras entre setores como economia e arte — destacou.

Decisão deve evitar "truques" da mente, diz especialista

Decisões econômicas e empresariais, capazes de definir o rumo de milhares pessoas, devem ser tomadas com o cuidado de evitar "armadilhas" da mente. A sugestão é do físico Leonard Mlodinow, especialista em estudos sobre a influência do inconsciente em decisões.

— Nossa percepção, nossos instintos, consideram uma imagem ou um símbolo da realidade, e sobre esse símbolo tomamos decisões. Mas essa associação pode nos enganar — afirmou Mlodinow.

Isso ocorre porque a mente "atalha" informações, julga rapidamente algum fato e, inconscientemente, associa-o a uma imagem já familiar ao cérebro. Evidentemente, essas associações podem estar erradas, como mostrou o especialista ao testar a plateia com a identificação de imagens e sons.

— Não se pode confiar totalmente no inconsciente, mas muitas vezes esse inconsciente pode beneficiar a inovação e a tomada rápida de decisões, desde que se esteja bem treinado e atento aos fatos — afirmou.

Fonte: Zero Hora, acesso em 24 de outubro de 2013.

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