quarta-feira, 24 de abril de 2013

Como escolher o melhor lugar para começar seu negócio


 Com alta bem acima da inflação, o ponto comercial virou um desafio a mais para quem começa uma pequena empresa. Além da escassez de imóveis, os preços tornam a negociação essencial para que a empresa se estabeleça. “Está difícil, mas existem pontos e tudo vai depender da negociação”, explica Marina Bechtejew, advogada e sócia da KBM Advogados.
Com um planejamento em mãos, fica mais fácil localizar o lugar ideal para começar o negócio. “A missão é conseguir o melhor ponto e o menor custo. A ciência de localização de ponto está cada vez mais valorizada. Para quem não conhece ou não tem parâmetro é difícil avaliar qual ponto é melhor”, diz Luis Henrique Stockler, sócio-diretor da consultoria de varejo e franquias ba}Stockler. 
O passo inicial é certificar-se de quem é e onde está o seu mercado consumidor. “Verifique se o produto se encaixa na região. Não adianta colocar uma loja sofisticada em uma rua popular”, diz Marina.
1. Faça uma lista de prioridades
Faça uma lista com 20 a 30 itens fundamentais para o ponto do negócio. “Se a loja precisa de estacionamento e o ponto não tem, é melhor vetar porque isso vai prejudicar o negócio”, opina Mariana. Para Stockler, vale a pena atribuir pesos a cada item. “Começa a ser mais criterioso ao dar nota”, diz. Com essa lista em mãos, o empresário deve avaliar seu limite e o que ele pode abrir mão ou não. 
2. Verifique as regras
De nada adianta o ponto perfeito, se o empreendedor não tiver as autorizações exigidas para operar no local. “Infelizmente, muitos corretores não se atentam a esses detalhes. A gente conhece muitas histórias de pessoas que não tiveram o cuidado de verificar e depois que assinam o contrato, vão descobrir e não conseguem alvará”, diz Marina.
Segundo ela, em São Paulo, a verificação pode ser feita pela internet. “Não adianta tomar por base outros lojistas, que podem ter conseguido alvará lá atrás ou estar na clandestinidade”, afirma. 
3. Observe o ponto
Alguns fatores que parecem irrelevantes podem valorizar ou não um local. “Se faz sombra ou sol, se os clientes chegam a pé, se existe um lado da rua mais movimentado”, exemplifica Stockler. Para saber como isso influencia a decisão de compra do consumidor, vale a pena passar alguns dias observando o movimento no local. “O movimento muda e tem que visitar o ponto na hora que abre e fecha. Visitaria segunda, quarta, sexta, sábado e domingo”, sugere o consultor. 
4. Cheque a concorrência
Um ponto importante antes de escolher o local é verificar a presença de concorrentes. Dependendo da região, muitas lojas do mesmo tipo em uma determinada rua fazem bem ao negócio. “Dependendo da operação, verifique se cabe mais uma loja em um determinado local”, explica Marina. 
5. Faça um contrato de 5 anos
A negociação é indispensável. Um ponto muito importante é o tempo de contrato. “Na parte da negociação, o ideal é sempre pegar um contrato de pelo menos cinco anos”, explica Marina.
Outro fator importante é a avaliação das condições físicas do negócio. “Dependendo da obra, tem que aproveitar esse momento para pedir uma carência de aluguel ou uma redução”, explica a advogada.
6. Não decida sob pressão
Ponto é uma decisão sem volta, define Stockler. “Depois que colocou dinheiro, não adianta reclamar”, diz. Por isso, a dica é ter cabeça fria na hora de escolher o local e não se deixar levar pela pressão do proprietário ou do corretor. “Precisa fazer conta e colocar tudo no papel. Faça isso com muita cautela”, diz o consultor. 
Marina lembra a importância de verificar o valor final do aluguel com bastante cuidado. “Faça uma boa negociação do valor do aluguel. Depois que estiver assinado, não adianta reclamar”, afirma a advogada. 
7. Exija a cláusula de vigência
No contrato, uma condição em especial é muito importante. É a chamada cláusula de vigência. “Esse item fala que quando o imóvel for vendido para um terceiro ele é obrigado a respeitar o contrato de locação até o final do prazo”, explica Marina. Esta condição tem que estar no contrato e na matrícula do imóvel.
Priscila Zuini 


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