Para Domenico de Masi, Criatividade é a síntese não só de fantasia e de concretude, mas acima de tudo de "emoções administradas" e "técnicas introjetadas". O que quer dizer: " emoções administradas e "técnicas introjetadas". É o estímulo que se eleva e processo que desce, isso ocorre no bom piloto automobilístico, quando consegue vencer a corrida, porque sabe guiar com tanta desenvoltura, que aciona os freios, troca as marchas, aperta a embreagem e o acelerador com tamanha maestria, tudo com movimentos automáticos, enquanto o seu cérebro concentra a atenção na escolha do percurso ótimo, na tática para ultrapassar o adversário, e na trajetória para cortar uma curva. Assim, o indivíduo criativo terá a mente desimpedida para o cimento da invenção, somente quando tiver as técnicas de que a sua arte precisa, completamente introjetadas.
Não existe criatividade sem uma fantasia desenfreada que nos faça sonhar de olhos abertos, sem um impulso emotivo que nos encoraje a ousar, superar os obstáculos que separam os nossos sonhos da sua realização.
O que existe de comum entre Albert Einstein e Oscar Niemeyer:
Einstein escreveu: " Quando observo a mim mesmo e os meus métodos de pensamento, chego a conclusão que o dom da imaginação foi mais importante para mim do que a minha capacidade de assimilar conhecimento".
Niemeyer declarou: "Na arquitetura, a intuição desempenha um papel tão importante quanto o conhecimento. A imaginação e a espontaneidade são para mim as fontes da arquitetura".
Como cultivar a criatividade dos indivíduos e dos grupos, diante das transformações tecnológicas, computadores nas empresas fazendo o trabalho de rotina e burocrático, enquanto o trabalho criativo dos gestores, se revela na produção de produtos e serviços inovadores.
O computador que entra na empresa pode cuidar das tarefas repetitivas, enquanto as ações criativas são executadas pelas pessoas, livres para sonhar e realizar seus sonhos, em prol da melhoria de qualidade de vida na sociedade pós-industrial. Em oposição ao Taylorismo da sociedade industrial, não é somente os gerentes que pensam e são capazes, operários também são pessoas criativas, que pensam e geram soluções inéditas para resolver problemas ocasionais e complexos da organização.
O modelo de gestão tradicional foi criado para organizações de estruturas burocráticas, muito mais eficientes em estruturar as responsabilidades de seus funcionários, do que em permitir a criatividade.
O exercício da criatividade navega através da capacidade de observação e de síntese, excepcional, da energia psíquica e particular inclinação para produzir e escrever coisas inusitadas. O ser humano é criativo por natureza, na medida que ele está desprovido das preocupações e pressões do trabalho cotidiano.
Como uma cidade se torna criativa?
A economista brasileira, Ana Carla Fonseca, criou alguns conceitos inovadores para ajudar na identificação do que seria uma cidade criativa: Inovação, cultura, talento, tecnologia . Cidades criativas são lugares onde as coisas acontecem, tudo que dá prazer, para se trabalhar, morar e se divertir. A singularidade de convergências, para exaltar a arte, a música e a cultura. Cidades criativas celebram novos espaços públicos, culturais e esportivos. O espaço dado a cultura deve ser valorizado, como parte integrante do desenvolvimento, e do planejamento estratégico de marketing.
O principal eixo da dinâmica urbana está na cultura, na revitalização dos centros históricos, teatros, parques, cinema, música, design e arquitetura. O artesanato local e sua originalidade é um forte elemento da cidade criativa. Talento e tecnologia são outros dois elementos da configuração de uma cidade criativa, trabalhadores do conhecimento, o trabalho medido pela quantidade de mestres, doutores, patentes, profissionais de teatro, engenharia, biotecnologia, decoração, moda, pesquisa e desenvolvimento e de inovação em ciência , cultura e sociedade.
A economia criativa estimula a criação de empreendimentos criativos, os cafés literários, as feiras de livros, os festivais gastronômicos, festivais de música, e a tecnologia desenvolve a criação de softwares, citando o Porto Digital do Recife, considerado o maior e mais rentável parque tecnológico do Brasil, com 135 empresas, movimentando R$ 500 milhões por ano , com o desenvolvimento de softwares.
A criatividade é a principal estratégia de desenvolvimento do século XXI, e as cidades criativas possuem uma conexão, uma ligação eficiente entre o local e o global. Mobilidade, espaços públicos vivos, onde as pessoas trabalham de forma criativa em ateliês de arte, criações locais, com uma intensidade cultural, no design das lojas e demais centros urbanos.
Jaime Lerner, arquiteto e ex-prefeito de Curitiba, afirma que a existência da cidade criativa depende da habilidade para construir um sonho coletivo e mobilizar esforços de seus cidadãos, para transformar esse sonho em realidade, um esforço que pode ser realizado por qualquer cidade, pequena, média ou grande.
Segundo Lerner, uma cidade torna-se criativa através de um conjunto de pequenos atos: "uma obra de arte pública, um banco confortável, uma praça agradável, uma árvore bem localizada, uma bar delicioso, uma banda de música fantástica".
As piores práticas que matam a criatividade das pessoas nas organizações públicas e privadas: Você como o gestor, líder, gerente e coordenador, sempre sabe mais!
Finja saber mais que qualquer pessoa e desconfie quando as pessoas de nível hierárquico mais baixo surgem com novas idéias; policie seus funcionários e insista para que obedeçam a normas de boa e velha burocracia e que preencham muitos formulários que necessitem ser assinados por quase todos os gerentes e diretores da empresa; aceite somente as novas ideias quando estiver falando, mas não faça nada prático com relação a elas; monitore constantemente e faça verificações diárias sobre o progresso de trabalho de cada funcionário; esteja convencido que a equipe criativa deve fazer muito trabalho burocrático, técnico e bem detalhado; crie limites entre as tomadas de decisão, a equipe técnica e as mentes criativas. Eles precisam falar línguas diferentes. Seja o porta voz exclusivo de cada nova ideia, independentemente de ela ser sua ou não; quando a ideia proposta é muito radical, você pode sempre afirmar que ninguém fez isso antes e que deve ter havido uma razão para isto ou quando a ideia proposta não é radical o suficiente, apenas diga que a ideia não é realmente nova e que alguém já fez tal coisa.
Rosival Fagundes
Fonte: http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/cidades-pessoas-e-organizacoes-criativas/68183/ acesso em 08 de Janeiro de 2013.
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