quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A verdade está lá fora


O título do post é frase bastante conhecida pelos fãs da série Arquivo-X, mas ela poderia também ser um mantra para as empresas que desejam manter-se competitivas no século atual.
Isso se deve ao fato de que, com o crescimento das redes sociais, a relação de forças no jogo econômico mudou. Hoje são os consumidores que detêm o maior poder na economia, pois as midias sociais possibilitaram que as pessoas articulem-se em prol de objetivos comuns que antes não eram possíveis.
Historicamente muitos mercados eram protegidos por fortes barreiras de entrada, como a inércia dos consumidores (relutância ou preguiça para mudar), restrições de capital (financiamentos caros e inacessíveis), economias de escala (métodos de produção que favoreciam grandes quantidades) e tecnologias proprietárias (marcas e patentes).
Tais restrições foram caindo paulatinamente com a crescente desregulamentação e afrouxamento de leis, bem como evoluções tecnológicas disruptivas.
No passado, a colaboração era de pequena escala, pois uma quantidade excessiva de pessoas era excluída da circulação de conhecimento, poder e capital, e, portanto, participava das margens da economia. Elas ficavam restritas a pequenos territórios como comunidades e locais de trabalho. O advento da Internet e a web 2.0 possibilitam a todas essas pessoas participarem da inovação e da criação de riqueza em cada setor da economia.
A velocidade da mudança hoje é exponencial e só há um jeito de acompanhá-la: acompanhando a velocidade de mudança dos seus clientes. Nesse sentido, recorro a duas referências, para mim, no acompanhamento e monitoramento das forças por trás das mudanças atuais na economia: Tom Peters e Silvio Meira.
Em 2010, participei do Forum HSM de Estratégia, onde eles palestraram. Tom Peters abriu o evento e afirmou logo de cara: “98% de uma empresa são as pessoas” e complementou dizendo que colocar os clientes em primeiro lugar é colocá-los em segundo lugar, pois em primeiro lugar estavam seus funcionários. Silvio Meira fechou o Fórum resgatando o postulado dos 98% de Tom Peters e complementou: “Tom Peters está correto ao dizer que 98% de uma empresa são as pessoas, mas gostaria de complementar que 98% das pessoas estão fora das empresas”.
Tal postulado torna-se ainda mais importante, e crítico, quando tratamos de empresas grandes em que o poder decisório de lançamento de produtos e formulação de estratégias está extremamente concentrado no alto escalão – alto escalão esse que está cada vez mais afastado do contato com os consumidores.
Por essas razões é que a abordagem do Design Thinking vem ganhando força nas empresas, pois ela é baseada na empatia, colaboração e experimentação. O Design Thinking incentiva a observação do mundo sob o ponto de vista dos outros, empregando-se a empatia. Incentiva também a criatividade pessoal e coletiva, a experimentação intelectual e prática e a colaboração interdisciplinar nos processos dos negócios. Em problemas cada vez mais complexos, com variáveis que mudam ao longo do tempo, somente com a soma de diversos conhecimentos compartilhados temos oportunidade de encontrar soluções mais sustentáveis, inovadoras e sedutoras.
Tudo isso só é possível se você se aproximar de seus consumidores e buscar utilizar todo o potencial de inteligência coletiva existentes nas multidões. Somente dessa forma é que as empresas se manterão competitivas no atual século e conseguirão enxergar a verdade que está lá fora.
Marcelão

Fonte:  http://www.hsm.com.br/blog/2012/08/a-verdade-esta-la-fora/ acesso em 09 de Agosto de 2012.

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