sexta-feira, 25 de maio de 2012

Contratados pelo Q.I, demitidos pelo Q.E


Até pouco tempo atrás, as considerações a respeito do Q.I. (quociente intelectual) das pessoas nos levou à crença de que o sucesso de nossas conquistas estava prioritariamente ligado às qualificações acadêmicas. Com o passar do tempo, estudos a respeito da excelência humana comprovaram que as pessoas com Q.I. excepcional não eram, obrigatoriamente, as mais bem- -sucedidas profissionalmente. Enquanto outras com Q.I. moderado, mas dotadas de determinadas competências emocionais sobressaíam-se em suas carreiras. Aspectos como empatia, autogestão, proatividade e flexibilidade passaram a pautar o conceito de profissional bem-sucedido no mercado de trabalho. Na prática, constata-se que as empresas, cada vez mais, tentam munir-se de recursos que possibilitem antever características relacionadas ao perfil sociopsicológico de seus colaboradores, para evitar contratações indevidas, já que é sabido que a contratação de um profissional desprovido de ética, respeito mútuo e disposição para atuar em conjunto pode comprometer o ambiente de trabalho e provocar sérios problemas à equipe e, por consequência, à empresa.
E as mídias corroboram o que o tempo evidencia como consequência: comportamentos inadequados causam mais demissão do que erros cometidos. As empresas preferem trabalhar mais com quem sabe se relacionar do que com gênios problemáticos (Fonte: Jornal Hoje – Maio/2011).
No universo corporativo, bem como nos demais segmentos da nossa vida, terão sucesso aqueles que, dedicados ao seu aperfeiçoamento pessoal, com boa dose de resiliência e determinação, se adaptarem ao meio e àqueles com quem convivem. E somente a criação de um diferencial pelo desenvolvimento das habilidades emocionais nos distanciará do estigma de sermos contratados pelo Q.I. e demitidos pelo Q.E. (Inteligência Emocional).
 Waleska Farias
Uma vez escutei um conselho que guardo comigo até hoje: “Quando você percebe que, durante um período significativo, seu cansaço no final do dia é decorrente muito mais dos desgastes emocionais do que de suas próprias funções na empresa, está na hora de reavaliar alguns conceitos”.
Nessas horas, a pergunta valendo 1 milhão não pode ser outra: vale a pena? Aliás, aproveito para desmentir aqueles que acham que a resposta dos jovens para essa pergunta, na maioria das vezes, tende a ser “não”. É necessário ter um desgaste bem maior para que a rotina de ter que lidar com algumas situações mais desconfortáveis se torne uma pequena parte de tudo aquilo que aquela função ou aquela empresa significam para você.
Beatriz Carvalho
O comportamento sempre foi o fator fundamental no relacionamento do profissional com sua empresa, superando inclusive os conhecimentos e habilidades para desempenho das funções. Contudo, nos últimos 20 anos, ocorreram tr ansformações significativas na gestão das empresas.
Fatores como resultados e processos foram priorizados pelos gestores, que acabaram se omitindo ou “terceirizando” para o RH as questões que envolviam gestão de pessoas. Essa atitude, essa omissão, criou um “ponto cego” na visão dos gestores, que muitas vezes não observam que a atitude é o verdadeiro foco na gestão.
Em tempos em que o equilíbrio entre vida pessoal e profissional assume prioridade na vida das pessoas, considerar o Q.E. (Inteligência Emocional) é a única forma de responder a questão: vale a pena!

Sidnei Oliveira 

Nenhum comentário:

Postar um comentário