Parques temáticos apresentam aplicativos para pedir refeições em
restaurantes
Parques começam a permitir que visitantes escapem
da fila do caixa e peçam comida antecipadamente; nesse mês, o Disney World
testou um serviço de pedidos via smartphones
ORLANDO -
Os parques temáticos estão usando a tecnologia para reduzir os tempos de espera, mas isso não se limita às filas das
atrações. Agora os parques começam a permitir que os visitantes escapem da
fila do caixa e peçam comida antecipadamente.
Recentemente,
o Disney World começou a receber pedidos antecipados online para o restaurante Be Our Guest e, nesse mês, a empresa
testou um serviço de pedidos via smartphones para o restaurante
Backlot Express e durante o espetáculo noturno Fantasmic!
Em
novembro, o SeaWorld Orlando disse que os visitantes poderiam usar um aplicativo para pedir determinados itens do cardápio
antecipadamente no SeaWorld Pizza. A SeaWorld Entertainment planeja
expandir o sistema para mais de seus restaurantes e parques em meados do
ano.
Recentemente,
o Disney World começou a receber pedidos antecipados online para o
restaurante Be Our Guest
“Trata-se
de algo muito conveniente, e esse tem sido o comentário feito pelos visitantes”, disse Cathy Valeriano, vice-presidente
de operações culinárias da SeaWorld. “Não há dúvida que essa é a onda
do futuro.”
Ainda
assim, os restaurantes dos parques temáticos estão apenas molhando os dedos dos pés na água, se comparados aos
demais restaurantes. Entre as redes oferecendo pedidos online há a
Panera Bread e o Olive Garden (para os pedidos para viagem).
Os
supermercados Publix deram início a um sistema de pedidos online em 2013
para os sanduíches na baguete e wraps. Os restaurantes e parques temáticos
dizem estar respondendo aos clientes, que se mostram cada vez mais ligados
em tecnologia e esperam novas conveniências.
Outro
benefício é o fato de “trata-se de um dispositivo que poupa trabalho, pois eles não precisam de tantos caixas”, disse o professor de
hospitalidade Chris Muller, da Boston University.
A redução
da espera nas atrações e passeios é tida como um dos maiores desafios para os parques temáticos. As empresas do ramo de
atrações consideram o problema das filas nos restaurantes como uma
prioridade menor, disse Robert Niles, editor do blog Theme Park Insider.
“Para um
restaurante, a comida é o principal. Num parque temático, com frequência a alimentação é secundária em relação às atrações”,
disse ele. “Seu foco está em melhorar as filas para os espetáculos.”
Além
disso, acrescentou Niles, há o problema de “quantos produtos para evitar filas podem ser lançados simultaneamente antes que o
visitante do parque fique confuso”.
A Disney
não quis conceder entrevista para a reportagem, mas uma porta-voz disse por e-mail que a empresa está respondendo às
mudanças nas expectativas dos visitantes, ressaltando que seu
projeto tecnológico bilionário MyMagic+ torna mais fácil a exploração de
opções digitais.
A
Universal Orlando não respondeu aos pedidos de entrevista. Em fevereiro, o restaurante Be Our Guest do Magic Kingdom, no
Walt Disney World, começou a aceitar reservas para o almoço e permitir
aos visitantes responsáveis por elas que façam pedidos com antecedência
de até 30 dias. O pagamento é feito ao chegar no restaurante. É
necessário usar o cartão de crédito para garantir a reserva.
O Be Our
Guest também oferece aos comensais quiosques equipados com telas sensíveis ao toque. A Disney avaliou conveniências
eletrônicas de todo o tipo, desde cardápios digitais personalizados até
contratar garçons equipados com tablets para anotar os pedidos das pessoas
nas filas das atrações.
Mas
apresentar novas tecnologias aos visitantes dos parques temáticos pode ser complicado, disse Niles. “É muito difícil alterar o
comportamento dos visitantes no ambiente do parque temático porque, com
frequência, as pessoas estão de férias, e não querem analisar nada”, disse
Niles.
É por
isso que ligar tais recursos a um sistema como o MyMagic+, da Disney - usado pelos visitantes para fazer reservas
antecipadamente - seria inteligente, disse Niles. “O sistema pede às
pessoas que transfiram a maior parte do planejamento para um momento em
que estejam em casa, com disposição mais analítica, o que funciona melhor
do que apresentar-lhes uma série de opções quando estiverem no parque”,
disse ele.
Durante
um recente horário de almoço no SeaWorld, não havia ninguém retirando pedidos na janela destinada aos fregueses que usaram
o aplicativo. O SeaWorld não quis revelar quantos fregueses usaram
o serviço de pedidos antecipados, mas disse que este é mais
utilizado durante o auge da temporada de férias.
O serviço
foi lançado de maneira limitada, permitindo a compra de pizzas tamanho família por US$ 29,99, mas não os pedidos
individuais. O SeaWorld disse que mais itens estarão disponíveis em meados
do ano.
O
SeaWorld está lançando também quiosques self-service. Em sua nova sorveteria Manta Soft Serve, os fregueses podem fazer o pedido e
pagar com cartões de crédito ou débito no quiosque.
Mas
muitos deixaram essa opção de lado, preferindo em vez disso a fila que conduzia a um caixa para pagamentos em dinheiro. Mas os
turistas britânicos Toni Crews e Simon Wilkin disseram ter gostado da
opção eletrônica.
A única
queixa de Wilkin: “Tivemos que tirar os óculos escuros” por causa do brilho da tela. “Foi muito fácil”, disse Toni.
“Estávamos comentando como a ideia é boa. Não há fila.”
Fonte: Estadão – Sandra Pedicini – 30/05/15