Fundo soberano de Cingapura paga R$ 3,2
bilhões por 16% da Rede D’Or
Fundo soberano de Cingapura paga R$ 3,2 bilhões por 16% da
Rede D’Or, que possui unidades no Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal e
Pernambuco
O BTG
Pactual e a família Moll concluíram, no dia 27/05/15 , a venda 16% da rede de
hospitais D’Or para o fundo soberano de Cingapura, GIC, por R$ 3,2 bilhões,
segundo fontes. Cada acionista se desfez de metade de sua participação,
conforme antecipou oBroadcast, serviço
em tempo real da Agência Estado.
A
transação ocorreu exatamente um mês após a venda de 8,3% da companhia de saúde
para o fundo de private equity americano Carlyle, por R$ 1,75 bilhão – montante
que foi para o caixa da empresa, por meio de um aumento de capital. Já os
recursos do fundo de Cingapura serão destinados aos acionistas, por se tratar
de uma operação secundária.
O GIC
abriu um escritório em São Paulo em abril do ano passado, com planos de investir
em setores como o imobiliário, de saúde, serviços corporativos e financeiros,
além de recursos naturais e infraestrutura. O fundo é o oitavo maior do mundo,
com US$ 285 bilhões em ativos. No Brasil, o GIC já é acionista de empresas como
Kroton, Abril Educação e Aegea, de saneamento.
A
entrada do Carlyle e do fundo de Cingapura na rede D’Or só foi possível por
causa da aprovação da Lei 13.097 no início deste ano. A regra permitiu o
capital estrangeiro em participações diretas em empresas de saúde. Antes da
aprovação da norma, os fundos poderiam buscar apenas maneiras indiretas de
estar no negócio.
Até a
venda para o Carlyle, a família Moll, que fundou a rede em 1977, detinha 74,4%
da companhia, que agora está sendo avaliada em R$ 19,6 bilhões. O banco de
André Esteves se tornou sócio do negócio em 2010, ao desembolsar cerca de R$
600 milhões por uma fatia minoritária, quando a empresa valia em torno de R$
1,9 bilhão. Isso significa que, em cinco anos, o BTG Pactual conseguiu
multiplicar por dez o valor do investimento.
Nesse
período, com os recursos injetados pelo banco, a rede D’Or iniciou uma
trajetória de expansão via aquisições. O passo mais ousado foi a compra da rede
de hospitais São Luiz, em 2011, que marcou a entrada da companhia no mercado
paulista. Além de 16 aquisições, a empresa também construiu e ampliou
hospitais.
Atuação. Hoje, a rede D’Or
está presente no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Distrito Federal e em
Pernambuco. A empresa tem 27 hospitais próprios e administra outros dois.
Apesar
de ser a maior rede do segmento no País, a D’Or domina apenas 3% do mercado de
hospitais. Hoje, o Brasil tem 7,9 mil unidades – 2 mil a mais do que nos
Estados Unidos. O detalhe é que, por aqui, a média é de 64 leitos por hospital,
enquanto o total nos EUA é de 161. Na D’Or, a média é de 177 leitos por
empreendimento.
Segundo fontes, a empresa estaria pronta para
o IPO (oferta pública inicial de ações) em um prazo relativamente curto, de
cerca de dois anos. A abertura de capital funciona como porta de saída para
fundos como o Carlyle e como o próprio GIC.
Mais
vendas. Nem a família Moll
nem o BTG deram entrevista sobre o negócio anunciado nesta quarta-feira. No fim
do dia, o banco confirmou a venda de uma fatia da empresa por R$ 1,6 bilhão,
sem dar mais detalhes. Há um mês, com o negócio envolvendo o Carlyle, a
participação do banco havia caído de 26,5% para 23,5%, enquanto a da família
Moll, maior acionista, ficou em 68,5%.
Há um
mês, fontes de mercado afirmavam que o fundo americano ainda poderia desembolsar
mais R$ 2 bilhões para a compra de 10% adicionais da rede D’Or, também por meio
de participação direta. Neste caso, o dinheiro iria para o bolso dos
acionistas.
Fonte: Estadão – Aline Bonzati - 28/05/15
Nenhum comentário:
Postar um comentário