A taxa de inovação caiu na indústria brasileira entre 2009 e 2011, em comparação com o período 2006-2008. A constatação foi feita pela Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec), divulgada hoje (5/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No último triênio analisado, o percentual de empresas inovadoras no país atingiu 35,6%, em um universo de 116,6 mil companhias. Na Pintec anterior, havia alcançado 38,1%. “A crise econômica foi a principal explicação para essa queda”, diz Flávio Peixoto, um dos responsáveis pelo levantamento do IBGE.
Na indústria, os empresários ouvidos pelos pesquisadores se queixaram do aumento de incertezas e riscos, pressões do câmbio, além do avanço da importação de artigos chineses. Por isso, o índice de inovações aplicadas a produtos caiu mais do que o indicador de processos. O primeiro foi de 22,9% (2006-2008) para 17,3% (2009-2011). O segundo passou de 32,1% para 31,7%. “Em relação aos processos, consideramos que houve uma estabilidade do percentual”, afirma Peixoto.
Os gastos da indústria com inovação também apresentaram redução. Isso quando se considera a relação com a receita líquida das empresas. Foram de 2,54% para 2,37%. Em valores absolutos, porém, os dispêndios aumentaram: de R$ 43,7 bilhões (2006-2008) para R$ 50,9 bilhões (2009-2011).
Além dos problemas econômicos, ainda há barreiras consideráveis para a inovação no Brasil. Inexiste, por exemplo, um ecossistema sólido, com financiamentos, ciência aplicada e um ambiente regulatório eficaz. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), por exemplo, defende o aprimoramento da Lei do Bem, de 2005, que concede incentivos fiscais a empresas que realizam pesquisa voltada à inovação tecnológica. “Hoje, a legislação se aplica somente a empresas que seguem o regime tributário de lucro real”, diz Rodrigo Teixeira, gerente-executivo de inovação da CNI. “Mas elas representam somente 8% da base industrial do país.”
Fonte: Época Negócios, acesso em 06 de dezembro de 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário