A competitividade tem caráter multidimensional e promovê-la passa por atuar nos seus determinantes. O principal é a produtividade. As ações para aumentar a produtividade têm origem em duas fontes: na empresa, fruto da estratégia e de ações na operação; e no ambiente externo à sua operação, passível de influência, mas não de decisão por parte do empresário. Os fatores-chave do Mapa Estratégico da Indústria capturam essas duas dimensões. A sustentabilidade tem uma relação direta com a produtividade e a inovação. Os ganhos de produtividade reduzem o uso de recursos naturais e eliminam desperdícios. A inovação, por sua vez, introduz novos produtos, processos e modelos de negócios que geram menos impacto ambiental e social.
A busca por competitividade com sustentabilidade deve orientar decisões, estratégias e ações do Sistema Indústria, bem como influenciar as ações e posições das empresas industriais brasileiras e das demais entidades de representação da indústria, do governo e de outras organizações relacionadas direta ou indiretamente à questão industrial. Levando em consideração esses aspectos, o Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022 está estruturado em torno de fatores-chave capazes de garantir a competitividade da indústria brasileira na próxima década.
A seleção dos fatores-chave respeitou dois critérios principais: (i) impacto relevante e direto na competitividade da indústria; e (ii) abrangência e durabilidade do impacto do fator-chave, em termos de ganhos de produtividade. A proposição e seleção dos fatores-chave e de seus focos de atuação levam em consideração as oportunidades e ameaças decorrentes das mudanças em curso no Brasil e no mundo com maior impacto na atividade industrial, abordadas no capítulo anterior.
Os fatores-chave podem ser classificados em quatro grupos:
I. na base de tudo temos a educação. Uma sociedade educada é essencial na construção de
instituições e de um ambiente favoráveis aos negócios. A educação também é o principal insumo para a inovação;
II. em seguida, têm-se os fatores-chave relacionados ao ambiente de atuação da indústria, que criam as condições favoráveis para que os demais fatores estejam presentes e sejam influentes. São eles o ambiente macroeconômico, a eficiência do Estado, a segurança jurídica
e burocracia e o desenvolvimento de mercados;
III. o terceiro grupo impacta diretamente os custos de produção e dos investimentos, influenciando as condições de oferta. São gargalos a serem superados pela ação direta das políticas públicas e por meio da atuação empresarial. São eles a tributação, o financiamento, as relações de trabalho e a infraestrutura;
IV. por fim, tem-se o fator-chave inovação e produtividade, ligado às competências da empresa industrial.
O fator-chave educação tem destaque no Mapa, como base para os demais fatores, pois sem educação de qualidade um país dificilmente será capaz de se desenvolver de forma sustentada. Por sua vez, o fator-chave inovação e produtividade está na parte superior por ser, em grande medida, resultante da criação de um ambiente competitivo e do protagonismo e ação no nível da empresa.
Para cada fator-chave foi definida uma macrometa, proposição que sintetiza o principal resultado a ser alcançado, situando o desafio em torno do qual os melhores esforços dos atores envolvidos devem ser mobilizados. Os fatores-chave desdobram-se em temas prioritários e objetivos, que traduzem as respostas aos principais gargalos identificados em cada fator. Para cada objetivo foram definidos um ou mais indicadores para monitorá-lo com uma meta para 2022.
As ações transformadoras representam o que de mais importante deverá ser feito para se alcançar cada um dos objetivos. Em seu conjunto, deverão alcançar os objetivos definidos e que poderão ser conduzidas pelo Sistema Indústria. As ações transformadoras dão a diretriz estratégica para os planos de ação do Sistema Indústria, onde estarão definidos os projetos necessários para se alcançar o objetivo final.
Diagrama do Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022
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