sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A gentileza como estrategia na captação de clientes


A simples vontade ou necessidade de comprar um produto ou contratar um serviço não é mais, nos dias de hoje, o principal fator de escolha de um cliente por uma ou outra empresa. Sabemos que a concorrência mercadológica tem aumentado consideravelmente, e cada estabelecimento precisa destacar-se, diferenciar-se dos demais, para conquistar cada vez mais clientes dispostos a suprir suas necessidades, desejos ou chame lá como quiser.
Devemos nos lembrar de que o consumidor está disposto a buscar a qualidade e sua plena satisfação. A lista de exigências é muito mais ampla, e quem preencher o maior número de requisitos, sai na frente. Em pleno século 21, fará a diferença aquele empreendedor ou administrador que puder se destacar em elementos básicos exigidos por seus clientes.
Vamos começar pela parte interna do negócio. Além de um bom entrosamento entre as equipes – valorizando o relacionamento interpessoal entre gerentes, recepcionistas, instrutores, auxiliares de limpeza, etc. – o atendimento às pessoas que vão até seu estabelecimento deve ser cordial, gentil e acolhedor, onde todos os colaboradores devam estar envolvidos e empenhados em receber, captar, fidelizar e, principalmente, mantê-los ali dentro.
Atenção: o primeiro atendimento pode ser de suma importância para a conquista de um novo cliente! Não podemos desperdiçá-lo, seja através de uma visita informal ou ligação telefônica. Responder em tempo o contato feito pelo site da internet e manter suas informações de atividades atualizadas podem gerar bons resultados, em especial para aqueles que não dispensam o mundo virtual.

Algumas ações também são muito bem vindas e devem ser adotadas por todos. Aí vão algumas dicas:

- Receba o futuro cliente com um belo sorriso! Apresente seus produtos (ou serviços), mostrando exatamente o que eles estão prestes a comprar e consumir. Cuidado ao prometer o que não pode cumprir: o combinado não sai caro!
- Faça um "follow-up"! Um simples contato - dias depois - com o visitante pode demonstrar preocupação com sua satisfação. Assim, as chances de se ganhar a confiança desse possível cliente é tão grande, que o mesmo poderá voltar diversas vezes e melhor ainda, te indicar para um grande número de pessoas!
- Qualificar as equipes para atender e receber bem é fundamental! Todos os profissionais envolvidos devem estar aptos a oferecer um serviço de qualidade. Não basta ter conhecimento técnico. Hoje, saber se relacionar com as pessoas e se preocupar com elas é determinante para a permanência de um cliente em sua empresa.
- Mantenha as dependências de seu estabelecimento impecável! Um ambiente organizado e bem estruturado é imprescindível para a boa imagem de sua empresa.
- Criar e inovar são predicados que podem ser desenvolvidos e estimulados! Dar ouvidos aos colaboradores em brainstormings pode trazer à tona algumas ideias interessantes de melhorias e satisfação do cliente. Quem melhor para falar sobre os clientes do que aqueles que convivem com eles o tempo todo?
Como podemos ver, não é tão difícil assim gerir um negócio com qualidade. O mundo corporativo atual é exigente, e você – empresário ou administrador – precisa estar preparado para atender essa nova clientela! Para você, seus produtos ou serviços podem significar trabalho e rentabilidade. Para seus clientes, significa um passo para sentir-se bem e feliz!
Promova a gentileza entre seus profissionais! Trate seus clientes como únicos! Essas são tarefas do dia a dia que, quando praticadas com determinação, geram sucesso absoluto!
Luis Gabriel Tiago

Reengenharia da negociação


Partindo da definição formal sobre o termo negociação, Hallam Movius, diretor do Consensus Building Institute e professor adjunto visitante da Darden Graduate School of Business, determina que negociar é um processo pelo qual duas ou mais partes com objetivos ou preferências conflitantes e compatíveis voluntariamente buscam chegar a um acordo sobre uma decisão ou transação.  
Nesse sentido, pode parecer que negociar significa exercer influência sobre o outro, a fim de chegar a um denominador comum que favoreça todos os envolvidos. Na verdade, existe uma grande diferença entre influência e negociação, conforme explicou o acadêmico no Fórum HSM Negociação 2012. 
Influência é quando uma pessoa quer que a outra veja ou avalie algo de acordo com o seu pensamento, ao passo que negociação é quando ambos veem e avaliam de modo diferente, mas são capazes de conceber opções que proporcionem o que ambos precisam. “Negociação é uma via de mão dupla. As pessoas têm um mapa mental de que devem entrar na sala e conseguir influenciar ou resistir à influência do outro, mas isso não é negociar”, esclareceu.

Nenhuma negociação é igual à outra

Em algumas negociações, relações são importantes. Em outras, o resultado final é mais importante. Cada uma tem seus objetivos, definidos pelas partes envolvidas. Para o acadêmico e escritor, em um mundo globalizado, há um risco muito grande de não se fortalecer relacionamentos. “As pessoas assumem diferentes posições. Então, às vezes é difícil quantificar o valor do relacionamento. Mas quando se está operando nos negócios é preciso fazer esse balizamento”, reforçou.
De qualquer forma, independente do desfecho, toda negociação gera consequências econômicas e psicológicas. Do ponto de vista econômico, as implicações envolvem problemas de estabilidade de acordos, falta de compartilhamento de informações, entre outros aspectos que não levam a resultados bons para ambas as partes. Da ótica psicológica, há efeitos interpessoais, como deterioração da credibilidade e da confiança, além de relacionamentos colocados em risco.

Ganhos mútuos e criação de critérios

Para o acadêmico, as organizações precisam trabalhar uma abordagem de ganhos mútuos na negociação. Isso requer uma preparação prévia que esclareça as responsabilidades da empresa e equipe, além de tornar possível refletir sobre os interesses das outras partes, facilitando a proposição de opções vantajosas para todos. “Não é possível criar valor internamente quando há interesses internos diferentes. É preciso definir o que é importante na negociação antes que ela aconteça”, pontuou. “Criar valor no momento da negociação significa pensar em critérios e padrões que a tornem justa”, acrescentou. 
Em sua apresentação, Movius apontou também que acordos devem ser auto implementáveis, promovendo incentivos para que as partes façam, de fato, o que disseram que fariam. “É importante monitorar um progresso da negociação e não apenas fechar um acordo para passar a questão adiante. Em uma negociação, muitas vezes temos falhas de foco em que deixamos de ver o quadro macro”, complementou. 
Para garantir uma negociação de sucesso, o estudioso propõe uma reengenharia baseada em sete elementos-chave:
1. Tenha aspirações elevadas, mas plausíveis;
2. Identifique os interesses e as metas em comum;
3. Busque as diferenças;
4. Evite resolver as questões uma a uma;
5. Desmembre os tópicos com base em interesses;
6. Vincule ou acrescente novos temas de discussão;
7. Faça acordos contingentes para tirar proveito das diferentes crenças ou previsões.
Para essa reengenharia funcionar, contudo, é preciso vencer os obstáculos organizacionais para a negociação, que são:
1. Inexistência de uma teoria e um modelo de negociação em comum na organização;
2. Autoridade, funções e regras de decisão pouco claras;
3. Ausência de processos eficazes de preparação para a negociação;
4. Falta de recursos para treinamento;
5. Recompensas e métricas desalinhadas;
6. Ausência de mecanismos de aprendizado.
A empresa que consegue um acordo de maior valor e que perdure, tem vantagem competitiva, segundo Movius. Assim, é preciso intervir de forma eficiente, ajustando os treinamentos às principais carências da companhia e recompensando o desempenho por meio de incentivos baseados em critérios de sucesso em negociação. “É fundamental que os valores da organização sejam traduzidos durante uma negociação, para criar valor na relação estabelecida”, concluiu.

Portal HSM

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

4 passos para manter o diferencial


Destacar-se da concorrência é um passo fundamental para quem quer crescer. Entre os vencedores do Extreme Makeover 2012, esta é uma preocupação constante. Na Altura Andaimes, a estratégia é diferenciar-se pelo alto padrão de qualidade no atendimento. Na Ecoville Brasil, produtos com fórmulas exclusivas dão competitividade à marca. E na Suklaá Chocolates, a personalização é o diferencial.
“Muitas empresas baseiam sua estratégia no preço, outras em logística, mas é a diferenciação que realmente fideliza o cliente”, diz Ladmir Carvalho, diretor executivo da Alterdata. Confira dicas para manter o foco no seu diferencial:
Identifique sua proposta
Tenha claro qual é o valor que seu negócio traz para os clientes e certifique-se de que eles o percebem. “É o cliente que precisa ver que há uma diferença no que a empresa faz em relação aos concorrentes”, destaca Carvalho. Faça um exercício. Descreva a estratégia da empresa por escrito, em uma folha de papel. Sua descrição é centrada em fontes cruciais de diferenciação? É afiada e convincente para os outros, incluindo clientes e investidores? É sustentada por dados? As respostas vão ajudar a entender se você está no caminho certo.

Espalhe a mensagem
Não basta que o líder entenda o diferencial do negócio. Toda a empresa deve perceber este valor. “Quanto mais a companhia cresce, mais dificuldades ele terá para manter todos alinhados, uma vez que o contato com a base da pirâmide diminui expressivamente”, diz Carvalho. Para contornar o problema, é preciso criar uma estrutura de comunicação eficaz. “É fundamental que sua palavra chegue a todos, seja por e-mail, quadro de avisos, intranet, discursos ou reuniões”, diz o executivo.

Mapeie os gargalos
Faça verificações periódicas para entender se a mensagem correta está sendo passada e se a estratégia de diferenciação é colocada em prática. “Uma ideia é pedir que cada um diga, por escrito, qual seria o diferencial do negócio e agrupar os resultados, para fazer uma discussão”, diz Carvalho. Parta das seguintes questões: Quais as grandes fontes de diferenciação competitiva da empresa na opinião dos principais clientes? Como sabemos disso? Estas fontes estão ficando mais ou menos robustas? Compare os resultados e veja se toda a equipe está de acordo. Sondagens anônimas podem ajudar nesta tarefa.

Monitore
Não basta ter claro quais são os diferenciais da empresa. É preciso monitorar constantemente se eles estão sendo postos em prática e percebidos pelos colaboradores e clientes. Criar indicadores para que isso possa ser medido no dia a dia permite tanto ajustes no curto prazo quanto investimentos em longo prazo.

Pequenas Empresas Grandes Negócios 




A negociação começa na preparação


Não importa quanto poder você tenha, não é possível dar ordens a todos. Por isso, a habilidade de negociação está se tornando mais e mais valorizada na sociedade. Para William Ury, um dos maiores especialistas em negociação e gestão de conflitos da atualidade, essa transformação da sociedade é parte de uma revolução em andamento nas relações.
Durante sua participação no Fórum HSM Negociação 2012, ele explicou que as partes envolvidas numa negociação são movidas não apenas pelo que pedem concretamente, mas também pelos seus interesses subjacentes, que envolvem suas necessidades, desejos, temores e preocupações. Segundo Ury, é fundamental compreender esses interesses para que a negociação possa resultar num acordo que proporcione ganhos mútuos.
Durante a primeira parte de sua apresentação, o especialista se dedicou a falar sobre a preparação para a negociação propriamente dita. Nesta etapa, é preciso aprender a controlar as atitudes impulsivas. “Podemos achar que nossos interlocutores são o nosso maior obstáculo para que uma negociação seja bem sucedida. Existem mesmo alguns interlocutores difíceis, mas eu asseguro que o somos nós mesmos, porque temos uma tendência a agir sem pensar”, disse. 
Diante de um posicionamento impositivo ou agressivo o interlocutor, existem três reações naturais que devem ser evitadas:
• Revidar ou responder na mesma moeda;
• Romper o diálogo ou retirar-se;
• Ceder ou conciliar.

Ganhe tempo para pensar

Ury ressaltou que, ao longo de uma negociação, é necessário “ir ao balcão”, ou seja, buscar um momento de calma para analisar a situação e entender o que está sendo proposto sob diferentes perspectivas, antes de dizer sim ou não. “Não tome decisões à mesa. É muito importante apertar o botão de pausa algumas vezes ao longo de uma negociação. Procure ter um parceiro para trocar impressões nesses momentos.”
Qualquer decisão precisa envolver sempre uma avaliação dos verdadeiros interesses envolvidos. “Primeiro, pergunte-se o que você quer. Depois, pergunte-se o que você realmente quer. Por que você quer aquilo? Pergunte-se cinco vezes para ter certeza do que você está buscando de verdade,” ensinou o especialista.
Procure sua melhor alternativa
Antes de sentar-se diante do interlocutor e começar a trocar ofertas, é preciso ter em mente claramente o que vai acontecer caso a negociação falhe. Afinal, essa possibilidade é real. “Não se trata de ser pessimista, mas devemos nos preparar e procurar soluções criativas e realistas para um plano alternativo”, explicou o palestrante.
O que uma empresa que depende de um fornecedor faz, por exemplo, caso não consiga fechar um acordo para obter a matéria-prima de que precisa para fazer seu produto? Procurar outro fornecedor? Mudar as características de seu produto? Quais seriam os impactos dessas alternativas? 
Segundo Ury, esse exercício é muito saudável e, depois de algum estudo, é possível obter uma perspectiva diferente do que está em jogo na negociação. “Ao ter consciência de que talvez você não dependa tanto de que o negócio seja fechado, você vai à mesa de negociação mais confiante e certamente terá chances de conseguir um resultado melhor”, afirmou.
A esse plano alternativo, Ury chama de “BATNA” (sigla de Best Alternative To a Negotiated Agreement). “É preciso sempre ter um BATNA para o caso do acordo falhar. Isso significa apenas que você terá mais poder, e não necessariamente uma punição para seus interlocutores”.

Coloque-se no lugar do outro

O especialista enumerou dois erros clássicos na questão do relacionamento numa negociação: “Ser brando com as pessoas e, com isso, brando com o problema; e ser duro com o problema e, com isso, duro com as pessoas”. Ele entende que é preciso aprender a ser brando com as pessoas e duro com os problemas. A chave para isso é colocar-se no lugar do interlocutor. “Ouvir é muito importante. Mas não faça isso para poder refutar os argumentos do seu interlocutor, e sim para entendê-lo. Aprenda a enxergar a situação com o ponto de vista dele”, orientou.
A preocupação em ser sempre respeitoso é essencial também, segundo o palestrante. “Se seu interlocutor se sentir desrespeitado a qualquer momento, será um sério problema. Fique muito atento a isso principalmente se você lida com pessoas de outras culturas. Algo que é trivial para você pode ser um grande desrespeito em outro local.”

William Ury

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Organize-se, delegue e, enfim, descanse


Tirar férias anualmente e se desligar totalmente do trabalho é vital para que o profissional renove suas energias e consiga se manter produtivo, indicam os estudiosos e especialistas em qualidade de vida.
Entretanto, nem sempre essa pausa é respeitada, segundo aponta um estudo feito pela Consultoria BTA , sobretudo nos cargos de liderança. De acordo com os dados, cerca de um terço dos executivos brasileiros não consegue tirar férias há mais de três anos. E entre os que conseguem, quase metade não fica mais de 10 dias seguidos longe do trabalho ao longo de um ano. O estudo ouviu executivos das 500 maiores empresa do Brasil.
Autora da pesquisa, professora do programa de administração da PUC-MG e diretora da BTA, Betania Tanure avalia que resolver a questão não é tarefa simples, porque os motivos que levam esses dirigentes a adiar seu descanso por longos períodos são diversos.
“Esse comportamento é reflexo, em parte, de uma cultura de liderança centralizadora, que tem dificuldade de delegar e fica com a agenda entupida e inviável”, diz a especialista.
Ela acrescenta que, seja por medo de perder o posto, ou por desconhecer os próprios limites, os sem-férias acabam aceitando todas as demandas, muitas delas de curto prazo. Dessa maneira, criam-se as condições para um desequilíbrio entre a vida profissional e pessoal que impede essas pessoas de se afastarem da empresa.
A coach e diretora-presidente do Instituto de Desenvolvimento Humano Lippi, Flávia Lippi, alerta que, imerso nesse ritmo por longos períodos, o grau de energia abaixa e o profissional começa a se voltar para o universo interno, perde a visão mais ampla da situação e aumentam as chances de ele tomar decisões erradas.
“Sob estresse, a amígdala cerebral aciona o medo. Quando isso ocorre, o cérebro se programa para tomar medidas imediatas, que nem sempre são as mais inteligentes”, afirma Flávia. Ela ressalta que o período de férias tem por objetivo justamente levar o executivo a se afastar do cotidiano e se recuperar para enfrentar outro período de trabalho de forma saudável.
Medidas. Organizar a agenda é a primeira medida para inverter esse quadro, recomendam ambas as especialistas. “O ideal é ter pelo menos 70% do seu tempo planejado. Entretanto, o que se vê entre os executivos é que eles conseguem gerir apenas 20% do seu tempo”, diz Flávia.
Segundo ela, existem cursos e programas de treinamento que podem auxiliar os profissionais a lidar melhor com seus compromissos, permitindo incluir as férias nos planos.
É o que faz o diretor de captação de dados da Serasa Experian, Amador Rodriguez. Ele diz não se lembrar de nenhuma ocasião em que tenha ficado um período prolongado sem férias durante sua carreira. “Eu me planejo para isso. Tento fechar os compromissos da minha agenda anualmente, para conseguir conciliar meu descanso com as férias escolares dos meus filhos.”
Para Rodriguez, o período anual de descanso é imprescindível para se manter produtivo.
“É o momento em que se reflete a respeito de tudo que envolve a própria vida, que se pensa com mais clareza, de longe, naquilo que precisa ser reestruturado quando voltar para o trabalho.”
Outra prática adotada por Rodriguez é confiar na equipe e delegar responsabilidades – e que é indicada por consultores de recursos humanos como primordial para obter equilíbrio. “Saber delegar é uma excelência em liderança. O líder que delega, se estressa menos, pois o que centraliza está sempre fazendo o trabalho do outro. É como o cozinheiro que não permite que o assistente corte uma cebola, porque ele o faz de forma diferente da dele”, diz Flávia.
Rodriguez afirma que seu foco no desenvolvimento da equipe dá a tranquilidade necessária para poder se ausentar, tanto para cumprir compromissos externos quanto nas férias.
“É comum eu ficar até cinco dias fora. Por isso, tenho a preocupação, no dia a dia, de fazer com que os membros da minha equipe assumam responsabilidades maiores para que estejam prontos para responder por mim quando necessário.”
Adotar essas atitudes, no entanto, não é fácil, admite Betania. O executivo terá de passar por uma jornada de autoconhecimento, lidar com seu ego, aprender sobre as suas limitações e calcular o risco que ele corre ao ficar de fora de algumas decisões.
“A dinâmica do mercado é que exige que as pessoas estejam sempre no limite. Esse ciclo que vivemos, de aumento de exigência constante vai continuar. Algumas empresas já estão revendo essa equação e tentando equilibrá-la. Entretanto, o responsável por essa mudança é o indivíduo. É ele quem deve ditar as regras de vida e da carreira dele.”
‘Dormia e comia mal; estava desequilibrado’ 
Depois de ver sua produtividade e saúde desabarem, Flávio Ferraz, então executivo global de vendas de uma indústria de pisos de madeira, precisou rever seus conceitos. “O ser humano pensa que está sempre consciente, mas não está”, diz. Responsável, na época, pela implantação de uma filial da empresa nos Emirados Árabes e pelas vendas para outros 25 países, o hoje empresário ficou quatro anos seguidos sem férias, entre 2005 e 2009. “Eu dormia mal, comia mal. Tive problemas com meu peso, que começou a afetar a minha coluna. Enfim, tudo estava desequilibrado”, conta.
Esgotado, ele deixou a empresa, abriu o próprio negócio no mesmo ramo e criou a Tinderfloor, que hoje vende para o Brasil e o exterior.
Para não cometer os mesmos erros, fez coaching para, sobretudo, deixar de ser centralizador. “Eu canalizava tudo para mim, guardava muita coisa que não precisava. Coisas pequenas que não cabem a um líder”, revela. “Aprendi que não posso suportar e decidir tudo sozinho, que é preciso dividir.” Desde então, Ferraz consegue se planejar para sair de férias todos os anos. Compromisso assumido consigo mesmo e expresso no contrato social da sua empresa.
A organização, além de confiar na equipe e dividir as tarefas, é que tem permitido isso.
“Hoje, faço mais coisas que antigamente por ser mais organizado. E minha produtividade nem se compara à do passado.” Com a agenda definida para o ano todo, Ferraz diz que hoje consegue traçar planos para de longo prazo para a empresa, diferentemente do tempo em que ficava preso ao dia a dia. “Agora, eu consigo ver onde posso estar daqui a cinco anos. Antes, eu só pensava nisso, mas não tinha ação ou planejamento.
Empresa corta acesso remoto de quem sai de férias
Tão ruim quanto não tirar férias é tirar e continuar trabalhando, afirma o médico e mestre em medicina e economia da saúde Alberto Ogata, presidente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV). Ogata diz que é muito comum as pessoas saírem de férias e continuarem conectadas ao trabalho remotamente boa parte do tempo.
“As férias são para descansar e se desligar completamente do trabalho. Ficar 30 dias preocupado, ansioso, checando e-mails não é o ideal”, afirma o médico. Nesse sentido, diz, a tecnologia é prejudicial, pois impede que durante as férias exista o desligamento, que ele aponta como importante para que o profissional se revigore para voltar ao trabalho melhor do que quando saiu. “Não são raras as ocasiões em que a pessoa, ao viajar, elege como fator decisivo de escolha um hotel que tenha conexão com a internet.” Para ele, a tecnologia reforçou a noção de que a pessoa está disponível para trabalhar o tempo todo e em qualquer lugar, o que, em sua opinião, não é sustentável.
Há, no entanto, empresas que tentam evitar que o funcionário em férias caia nessa ‘tentação’. Na Serasa Experian, segundo conta o seu superintendente de desenvolvimento humano, Elcio Trajano Júnior, quando o colaborador sai para o seu período anual de descanso todos os acessos remotos, de e-mails a sistemas internos, são bloqueados até sua volta.
“Enxergamos a questão do equilíbrio entre o pessoal e profissional como sendo vital para a qualidade de vida e, consequentemente, da produtividade. Nesse sentido, a questão das férias é crítica. Estamos sempre reiterando com os líderes a importância dessa pausa”, diz.
Segundo Ogata, as empresas têm de prevenir o “presenteísmo”, termo que se refere ao profissional que está apenas de corpo presente na empresa, mas não está em condições plenas para produzir como deveria.
“Quase 70% da queda de produtividade é relacionada à essa questão”, afirma. Para ele, se a empresa permite que o funcionário saia de férias e continue trabalhando ela assume o risco de perder produtividade.

Claudio Marques



Avaliação de Desempenho


Podemos definir que Avaliação de Desempenho é como uma medição ou identificação de ações realizadas dentro de uma organização durante um determinado período pelos seus colaboradores. Tem o objetivo de avaliar e diagnosticar o desempenho individual ou grupal dos colaboradores, desenvolvendo seu crescimento pessoal quanto o profissional, bem como melhor desempenho.
 
Com isso, traz melhores informações para tomadas de decisões ao RH acerca de salários, demissões, treinamentos, planejamento de carreira e promoções, auxiliando o desenvolvimento na pessoa avaliada em relação ao seu crescimento.
Além do mais, a Avaliação de Desempenho vem facilitando a aplicação do feedback nas pessoas da organização,com informações íntegras,intangíveis e indicando o caminho para seu autodesenvolvimento.Outra possibilidade seria a descoberta de novos talentos, que são o resultado da indicação das qualidades de cada pessoa da organização.
Como regra, o sistema deve ser flexível, capaz de regular as perspectivas do aperfeiçoamento contínuo. A implantação do sistema deve ser evitada em momentos de turbulência na organização, na falta de comunicação na empresa, nas situações de baixa receptividade do conhecimento ou falta e preparação por parte da chefia ou avaliador.
A Avaliação de Desempenho deve ser em períodos interativos, atribuir aos objetivos fixados, não é uma técnica objetiva, porém limitada, envolvendo certos graus de erros, contribuindo em uma base para tomada de decisões.
Portanto, quanto mais rápido ocorrer os processos de mudanças da uma organização maiores serão as capacidades de desenvolvimento do potencial existente, sendo que esta situação gera motivações e contentamento nos colaboradores.
Tamires Pereira

Email marketing: saiba como ter uma base de contatos atualizada pode contribuir para o sucesso das suas campanhas


É preciso criar o hábito de limpar a base de e-mails. Isso mesmo, você precisa deletar alguns contatos! Tire da sua base os e-mails que não interagiram com suas campanhas nos últimos 6 meses.


O e-mail marketing exige atenção e cuidado em todas as etapas, desde a concepção da peça até a análise de relatórios, mas o fator que julgo mais importante é a base de e-mails. Digo isso porque se não tivermos os devidos cuidados com a manutenção da base, a entrega na caixa de entrega dos destinatários de nossas mensagens pode ser comprometida.
É preciso criar o hábito de limpar a base de e-mails. Isso mesmo, você precisa deletar alguns contatos! Tire da sua base os e-mails que não interagiram com suas campanhas nos últimos 6 meses.
Veja alguns bons motivos para isso:
E-mails inválidos: São usuários que, por algum motivo, deixaram de acessar por muito tempo a conta de e-mail e acabaram tendo esse endereço "cancelado". Os provedores de e-mail observam o período de inatividade e passam a classificar esse email como inválido. Quanto mais você tenta enviar mensagens para um e-mail inválido ou inativo, mais o provedor se "irrita" com você. Assim, sua reputação vai sendo rebaixada e suas chances de alcançar a caixa de entrada diminuem.
Spamtrap: Este é o principal vilão da história. São e-mails que não são de usuários reais, ou seja, são e-mails armadilhas criados pelos próprios provedores de e-mail para identificar os spammers. E não para por aí, agora existem ainda os "Spamtraps reais", que geram falsas taxas de aberturas e cliques. Os Spamtraps reais são mais uma barreira criada pelos provedores para dificultar a vida dos spammers.
Quando você envia e-mail marketing para um e-mail armadilha, sua reputação cai de forma drástica. Por isso a importância de não comprar nem utilizar bases de terceiros. Se você não conhece a procedência da base, não pode fundamentar todo seu planejamento enviando e-mails marketing para contatos desconhecidos. Um deles pode ser spamtrap.
Analisar as taxas de reclamações de spam feitas pelos destinatários e ficar de olho se seu domínio (ou IP) está em blacklist pode ajudar a analisar a qualidade de sua base de contatos.
Os dados de reputação podem ser consultados em diversos sites especializados, como:
- senderscore.org
- senderbase.org
- mxtoolbox.com
- uribl.com (exclusivo para domínios)
- multirbl.valli.org

Vale repetir: Cuide da sua base de e-mails, faça manutenções semestrais e jamais caia no erro de adquirir bases. Obter cadastros em seu site pode demorar, mas esta espera é infinatamente mais segura, ética e eficaz na construção de resultados animadores.
Any Zamaro

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Seis tendências do marketing digital em 2013


O início do segundo semestre de 2012 foi marcado por uma série de eventos mostrando novidades e tendências do marketing digital para empresas de todos os portes. A Clínica Marketing Digital antecipa as seis principais oportunidades em 2013 para você incluí-las desde já no seu planejamento e ficar um passo à frente da concorrência.
1. Mobilidade e sites responsivos

Segundo projeção da IDC, o Brasil deverá ser o quarto maior mercado de smartphones do mundo até 2016, o que significa mais pessoas acessando a internet por meio de aparelhos móveis. Sinal de que é preciso começar já a adaptar o seu site para ser acessado com facilidade em celulares e tablets. Novas tecnologias já permitem desenvolver com facilidade sites "responsivos", que se ajustam automaticamente suas páginas ao tamanho da tela em que estão sendo exibidos.
Segundo Larry Allen, VP de desenvolvimento de negócios do RealMedia Group, uma das preocupações deve ser a velocidade de carregamendo. Cada segundo a mais de carregamento representa 7% a menos de conversão.

2. e-Commerce portátil

As recomendações sobre mobilidade valem sobretudo para os sites de e-commerce. De acordo com a Câmara e-Net, houve crescimento de 400% nas compras realizadas por celulares e tablets somente no primeiro semestre de 2012 e esses números devem continuar em rápido crescimento nos próximos anos. O desafio do varejo é adaptar suas lojas aos aparelhos móveis, de modo que tenham a mesma facilidade de acesso, navegação e pagamento que suas versões para desktop e notebooks.

3. Conteúdo touch

O enorme sucesso da tecnologia touch iniciada com o iPhone, que se estendeu para o iPad e hoje domina os aparelhos móveis tende a ser assimilada também pelos desktops e notebooks, como já deu a entender a Microsoft com o Windows 8. O desafio para as empresas, portanto, é adaptar o conteúdo a esse novo formato. Isso significa pensar em formas inovadoras das pessoas acessarem e interagirem com textos, imagens, fotos e vídeos. Larry Allen, do RealMedia Group, destaca como exemplo dessa nova tendência o site Flipboard, uma rede social em que cada usuário personaliza tanto as fontes como também o formato em que são apresentados.

4. TV + Internet + Redes Sociais

Segundo o estudo Social TV do Ibope Nielsen Online, um em cada seis brasileiros navega na internet enquanto assiste à televisão. Esse comportamento tem um grande impacto na interação entre conteúdo das mídias e o telespectador/intermauta. Pode ver uma oferta na TV e imediatamente fazer uma pesquisa para comparar preços, ou trocar idéias com os amigos nas redes sociais sobre o capítulo da novela enquanto está assistindo, permitindo conhecer os diferentes graus de interesse do enredo e dos personagens.

5. Marketing estratégico

Lidar com este novo cenário requer também mudanças na gestão do marketing digital. Will Margiloff, CEO da Ignition One, ressalta que a área ganha papel estratégico, tende de estabelecer como metas: simplificar e integrar plataformas de tecnologia (como por exemplo as diversas redes sociais); planejar, desenvolver e executar as ações de forma a criar sinergia, ao invés de se focar em determinados canais; e fazer uso dos dados obtidos através de ferramentas de business intelligence e CRM.

6. Games e aplicativos

O poder de retenção, viralização e engajamento dos games sempre representou um enorme potencial para o marketing, mas esteve restrito ao relativamente pequeno universo de jogadores. Mas a popularização da internet, o lançamento do Nintendo Wii (que revolucionou o conceito de jogos eletrônicos, tornando-os simples e acessíveis para pessoas de todas as idades), a explosão das redes sociais e dos smartphones e tablets vem transformando os games como recurso perfeito para as empresas e marcas interagirem com seus potenciais consumidores e clientes.
Apesar de ser o quarto maior mercado de gamers do mundo, com 61 milhões de jogadores somente na internet, as iniciativas em advergames ainda são bastante tímidas, o que abre um grande potencial de oportunidades para as empresas que investirem nessa forma dinâmica de marketing digital.

Silvio Tanabe




O que as empresas podem fazer para inovar mais


O Brasil está aos poucos deixando de ser um mero coadjuvante no setor de tecnologia para se tornar protagonista. “No passado não nos preocupávamos em desenvolver a tecnologia, porque comprávamos as que julgávamos melhores. Hoje temos empresas no Brasil apostando no futuro”, afirma Fernando Landgraf, presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
Como exemplos ele cita a Vale, a Petrobras e o Grupo Ultra, que junto com o IPT estão desenvolvendo um projeto de gaseificação de biomassa no valor aproximado de R$ 80 milhões. A ideia é transformar o bagaço e a palha da cana em combustível e aumentar em até 60% o rendimento da cana. Ninguém no planeta utiliza comercialmente essa tecnologia. O Brasil pode ser pioneiro porque, além de estar focado no desenvolvimento da tecnologia, tem uma grande concentração de cana em seu território.
Esse é o maior projeto do IPT em termos financeiros dentre as 170 pesquisas em andamento. “Precisamos apostar em muitas tecnologias, porque não sabemos quais serão as melhores daqui a 10 anos”, afirma Fernando Landgraf, presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Para aprimorar os estudos, o instituto, vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, inaugurou no dia 27 de agosto o primeiro laboratório de bionanotecnologia da América Latina, chamado de Laboratório de Bionanomanufatura, um investimento de R$ 46 milhões.
Além das apostas para o futuro, o instituto também já vem desenvolvendo e testando tecnologias que fazem parte do dia a dia do brasileiro. O sistema Sem Parar é um exemplo. O IPT criou uma “tag” que permite passar pelas cancelas de pedágios e estacionamentos de shoppings sem parar. Ele também testou o desempenho dos radares de velocidade na cidade de São Paulo e é responsável por indicar maneiras de lavar a roupa nas máquinas de lavar. Para descobrir as melhores formas, ele possui máquinas giratórias que testam por horas as lavagens dos tecidos.
O IPT também testou a resistência do concreto, em 1913, do que foi considerado na época o primeiro “arranha-céu” do Brasil, o edifício Guinle, com sete andares e 36 metros de altura. O que existia até então eram basicamente casas com alguns andares de madeira. Até hoje o Instituto guarda pedaços de concretos de prédios para estudá-los e verificar se os arranha-céus centenários estão em boas condições.
Para descobrir mais projetos e como as empresas estão inovando e podem inovar,Época NEGÓCIOS conversou com Landgraf. Confira a entrevista:
Qual é o principal projeto do IPT?
O de gaseificação da biomassa, com a Vale, a Petrobras e Oxiteno, do Grupo Ultra. É um projeto de R$ 80 milhões para montar uma planta piloto de gaseificação em Piracicaba, em parceria com a Esalq [Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (USP)]. É uma rota para aproveitar melhor o bagaço da cana e transformá-lo em combustível. Imaginamos que em 2020, 140 novas usinas serão montadas com o crescimento da indústria sucroalcooleira. Queremos disputar essas 140 usinas e saber se essa tecnologia será viável economicamente. 

Ela é muito mais cara?
Ela tem um custo de investimento. Hoje esse custo está muito alto. Precisaríamos diminuir o custo de investimento pela metade. Essa tecnologia ainda nem existe, ninguém a usa comercialmente no planeta. Podemos ser pioneiros nessa tecnologia porque temos a cana que ninguém tem. Ninguém tem essa quantidade de biomassa que temos concentrada em um lugar. Temos que aproveitar as várias formas de gerar energia. Há 20 anos, só fazíamos energia hidráulica.

Seria uma solução para o setor elétrico? O que futuramente isso vai trazer de benefício para o Brasil? 
É um leque de tecnologias. Também temos a solar, a eólica e a biomassa. Temos que ver quais são as mais viáveis. Precisamos apostar em muitas, porque não sabemos quais serão as melhores daqui a 10 anos. Na Independência do Brasil não usávamos energia a vapor, a energia era praticamente animal e hidráulica. Uma coisa importante é que até muito recentemente não tínhamos essa preocupação. Antes comprávamos a melhor tecnologia disponível. Os outros desenvolviam e nós comprávamos. O Brasil chegou a um ponto em sua economia em que é importante as empresas apostarem no futuro e desenvolverem tecnologias que iremos buscar daqui a pouco. Isso já está acontecendo.

Qual outro projeto o IPT faz com empresas que pode esquentar a economia?
Temos uma parceria com a Minas Ligas, uma empresa que produz silício, que é um material usado na célula solar [converte luz solar em energia elétrica]. O Brasil produz uma quantidade grande silício, mas com pureza de 99%, que é baixa. Para a célula solar é preciso de um silício com 99,999999%. O silício que o Brasil vende custa US$ 3. Com esse silício de seis noves depois da vírgula, o silício passa a valer US$ 30. A Minas Ligas quer entrar nesse mercado que cresceu 100 vezes nos últimos dez anos. Para isso, ela tem o apoio do FUNTEC [Fundo Tecnológico], onde o BNDES [Banco Nacional do Desenvolvimento] banca 80% do total do projeto, que está na ordem de R$ 10 milhões.

Como as empresas podem formar parceria com o IPT?
É bastante simples. Temos que definir qual é a ideia e o que se quer desenvolver. Elaborar uma meta técnica clara e definir qual propriedade desenvolveremos. Depois disso, vamos juntos buscar as fontes de financiamento para o projeto. Nessa hora, é bastante importante também discutir a propriedade intelectual. A empresa está colocando uma parte do dinheiro, então ela tem direito, mas não é a única proprietária. Só quando o dinheiro é apenas da empresa. Quando há financiamento, o IPT também será dono de parte da propriedade intelectual, assim como o governo. É preciso ter um acordo entre a empresa, o IPT e o BNDES. Também ajudamos pequenas e médias empresas a exportar produtos com o PROGEX [Programa de Apoio Tecnológico à Exportação]. Auxiliamos as companhias a superar as dificuldades de exportação, passando pelas normas do país que ele está querendo exportar. Estamos agora tentando descobrir como mostrar o impacto econômico que o IPT gera para essas empresas. Quando a empresa compra o trabalho do IPT, esse trabalho gera um valor para a sociedade, então o nosso desafio é saber como calcular esse valor.

Quais projetos já estão sendo feitos no laboratório de bionanomanufatura inaugurado no final de agosto?
Logo após a inauguração fomos procurados por 30 empresas para fazer inovação. Um grupo grande do setor de cosméticos é um deles. A história das nanopartículas, usadas nos cosméticos, é um assunto muito quente [produtos com nanopartículas poderiam penetrar com mais eficácia na pele e no cabelo]. Além dos cosméticos tem o lado farmacêutico. Imagine que você tomou um remédio e quer que ele aja no intestino. Ele vai ter de atravessar o nosso estômago, que é muito ácido. O fármaco pode ser atacado pelo estômago, fazer mal. Se você encapsula o princípio ativo com uma substância que consiga sobreviver aos ácidos do estômago, esse fármaco vai chegar em maior quantidade e melhor estado no local em que você quer que ele aja. Hoje já existem remédios em que você coloca revestimento na pílula. A diferença é fazer isso nas partes nanoscópicas. Essas pequenas partes são mais finas que um pó de talco. Você reveste cada uma dessas partículas com uma substância protetora. Os nossos pesquisadores também querem mexer na superfície da partícula, ou seja, mudar as características químicas dela. Ela pode ser hidrofílica, gostar de água, ou hidrofóbica, que repele a água. Por exemplo, a vitamina B12 é hidrofílica e o hormônio de progesterona é hidrofóbico. O processo funciona para que os medicamentos consigam agir em determinadas regiões do corpo para tratamento de doenças e para a estética. 

Alguns especialistas dizem que com a bionanotecnologia poderíamos criar vida a partir do nada. Seria possível isso no laboratório? 
Não somos um centro de ciência, mas sim de tecnologia. É a ciência que pensa no futuro daqui a 50 anos, a tecnologia pensa daqui a 10 anos.

No mundo já existem 600 produtos de nanomateriais. Vamos criar novos produtos com nanomaterial? Já temos projetos?
Não podemos falar sobre isso porque todas as 30 empresas começaram a negociação e precisamos guardar sigilo. Posso comentar um projeto interno, que o IPT produz com recursos próprios. Um fármaco para melhor acondicionar o coquetel que os pacientes de HIV tomam. O objetivo é fazer com que eles tenham menos efeitos colaterais. Queremos diminuir a quantidade de remédios que a pessoa precisa tomar. Hoje, o paciente toma remédio e rapidamente ele é transformado pelo intestino e vai para o sangue. Essa quantidade grande que se coloca no sangue é que pode dar problema. Quando você microencapsula, aumenta o tempo necessário para as partículas se dissolverem no intestino e irem para o sangue. Não existe um pico, uma quantidade grande. Não fica tão agressivo. 

Como o laboratório do IPT está em relação aos outros laboratórios do mundo?
Do ponto de vista da ciência, os laboratórios científicos no Brasil estão avançados. Mas o nosso foco é tecnologia, então o foco é diferente. Os fármacos, até chegarem ao mercado, demoram cinco anos ou mais. É uma novidade para o Brasil e estamos passando por esse processo de licenciamento. A nossa ciência está avançada, mas a tecnologia não está. Nossa referência, nesse ponto de vista, é o ITRI [Industrial Technology Research Institute], um instituto de Taiwan.

O que precisa ser feito para melhorar?
Mais empresas precisam fazer desenvolvimentos que resultem em inovação no Brasil. O IPT tem ao todo 170 projetos em andamento, 53 internos e 117 em parceria com empresas. Para incentivar as empresas a inovarem, mapeamos os que elas estão fazendo e oferecemos serviços. Fizemos um trabalho a respeito da distribuição das chuvas na região metropolitana onde o nosso foco era descobrir como a qualidade da água é afetada com as chuvas. O nosso objetivo é vender o projeto para a Sabesp. O nosso solo já tem algumas contaminações, então chove e a água das chuvas leva isso para o lençol freático e para os reservatórios. Depois da chuva, quanto tempo demora para que os contaminantes apareçam na Billings ou na Guarapiranga e o que a Sabesp precisa fazer para limpar a água?

E em relação às enchentes?
Fazemos um trabalho com a prevenção de danos de escorregamento nas áreas de risco. Vídeos sobre como não fazer construções erradas. Muitos pesquisadores do IPT foram treinados no Japão nessa área de riscos ambientais. Tem muito a ver com o fato de educar as pessoas. O IPT também faz tecnologia social. Nem todas as nossas soluções são tecnologias “duras”, onde inventamos equipamentos novos, também temos uma área que trabalha com a tecnologia de convencer a população a evitar o risco, a ter um comportamento que reduza o risco.

E qual foi a atuação do IPT em tecnologias que hoje fazem parte do dia a dia do brasileiro? 
O IPT tem 400 pesquisadores, dentre eles engenheiros, geólogos e geógrafos, e 4 mil clientes. Somos um ‘shopping center’ de lojas vendendo produtos diferentes. O Orçamento de 2011 foi de R$ 130 milhões, sendo que R$ 90 milhões vieram das empresas com a venda de serviços e R$ 50 milhões de dotação do governo. Muitas pessoas nos conhecem por medir coisas. Medimos a qualidade dos coletores solares, a massa, o comprimento, a vazão. Por exemplo, todos os medidores de gás da Comgás são calibrados no IPT. Estamos ajudando o governo e as empresas a conter a sujeira das obras do anel viário sul. Evitamos que a sujeira das obras chegue aos mananciais. O nosso trabalho também é voltado à mobilidade, ao RFID [Identificação por radiofreqüência]. Um exemplo disso é o Sem Parar, que transmite a informação do carro para o pedágio e pode proteger o usuário de roubo. Apoiamos o Governo do Estado no sentido de recolher o imposto do pedágio.

E para melhorar o trânsito?
Essas informações do pedágio são enviadas para essas áreas do governo que controlam o fluxo dos veículos e podem buscar formas de minimizar os grandes congestionamentos em tempo real. Imagine que todas as rodovias de São Paulo têm os seus pedágios e essas informações são transmitidas em tempo real para a Artesp [Agência Reguladora dos Transportes do Estado de São Paulo]. 

E o que pode ser feito com essas informações?
As informações recebidas nos painéis ajudam a redirecionar o trânsito. Se ocorreu um acidente na Anhanguera e começou a se formar um congestionamento, é possível enviar informações e redirecionar o trânsito. Estamos estudando de que maneira a informatização pode melhorar o trânsito nas metrópoles com equipes da China e da Alemanha. O objetivo é saber como lidar com essa massa de informações. Imagine juntar a informação do metrô com as informações de trânsito para monitorar e administrar em tempo real como está o movimento das pessoas na metrópole. Imagine integrar o metrô, a CPTM e outros transportes. Como remunerar essas empresas com um bilhete único? Hoje, as pessoas compram um bilhete que serve para vários transportes, mas como é distribuído esse dinheiro? Atualmente é feito na base da estatística. As empresas fazem pesquisas para saber a quantidade de pessoas em cada transporte e pagam a partir dessa análise. Não existe um sistema para fazer esse pagamento.

ÉPOCA NEGÓCIOS





Os 6 princípios da influência


Robert Cialdini, a maior autoridade na ciência da persuasão, estará no Fórum HSM Negociação, onde falará sobre como convencer com ética e eficácia.

Sempre que aceitamos uma cláusula de contrato, respondemos ao pedido de um amigo, retribuímos um favor, seguimos um exemplo alheio ou acatamos o conselho de um especialista, estamos agindo sob influência de alguém. Segundo o especialista em negociação Robert Cialdini, a capacidade de influenciar os outros é totalmente humana e pode ser instrumento poderoso para qualquer líder.

Em seu livro Sim! 50 Segredos da Ciência da Persuasão (ed. Best Seller), Cialdini se diz intrigado com o fato de os tomadores de decisão não usarem teorias e práticas psicológicas em suas escolhas, provavelmente, segundo ele, porque acreditam ter conhecimento intuitivo suficiente sobre os princípios da psicologia. As consequências não são as melhores: o aprendizado é menor, muitas excelentes oportunidades são perdidas e é preciso arcar com muito prejuízo.

O autor, no entanto, aposta na possibilidade de se ensinar a ciência da persuasão até mesmo a quem não consiga “convencer uma criança a brincar”. É nesse sentido que ele voltará a ministrar palestra no Brasil, por ocasião do Fórum HSM Negociação 2012, que será realizado nos dias 25 e 26 de setembro.

PhD em Psicologia, o autor postula que seis princípios universais de persuasão foram cientificamente provados como eficazes, conforme se lê em reportagem de HSM Management. Veja a seguir.

1. Reciprocidade: Sentimo-nos obrigados a retribuir favores. Este princípio explica, por exemplo, degustações e cortesias, após as quais a pessoa se sente em dívida com a empresa. As concessões também geram essa sensação. “Se você rejeita minha primeira proposta e eu fizer uma segunda renunciando a algum benefício, certamente vou conseguir que você responda com uma contra-oferta um pouco menos ambiciosa”, exemplifica.

2. Coerência: Queremos agir segundo com nossos valores publicamente expressos. Um restaurante conseguiu reduzir o número de reservas canceladas sem aviso de 30% para 10%, mudando o discurso da recepcionista. Em vez de “Por favor, avise se mudar de planos”, ela passou a perguntar: “O senhor nos avisará se mudar de planos, certo?”. A resposta afirmativa oficializava um compromisso.

3. Validação social: Observamos o que os outros fazem para validar nosso comportamento. “Se muitos indivíduos, em circunstâncias similares, reagiram dessa ou daquela forma, é muito provável que decidamos imitá-los, porque percebemos sua eleição como válida.” Assim, comunicar que um pro¬duto é o que vende mais em sua categoria ou conquistou adeptos mais rapidamente funciona. 

4. Autoridade: Procuramos especialistas que nos mostrem o caminho. Frases como “A saúde de seus filhos é nossa única preocupação” ou “Quatro de cada cinco especialistas recomendam” são exemplos de frases persuasivas, que ajudam a decidir rapidamente e melhor, sempre que forem verdadeiras.

5. Afinidade: Quanto mais gostamos de alguém, mais queremos dizer “sim” a ele, e isso funcionou bastante para vender os produtos Tupperware, por exemplo. A atração física e os fatores em comum operam dessa maneira, estimulando vontade de cooperar e empatia.

6. Escassez: Desejamos mais o que é mais escasso. Daí vem as expressões como “somente hoje” ou “até o fim do estoque”. Se a informação é “exclusiva”, automaticamente ela é mais persuasiva.

Estamos condenados a ser manipulados em função desses princípios? Não, segundo Cialdini. “Ao contrário, aprendemos a reconhecê-los em ação e a analisar o que nos propõem de maneira mais ampla.” 

Portal HSM 

Fonte: http://www.hsm.com.br/artigos/os-6-principios-da-influencia acesso em 25 de setembro de 2012.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Redes Sociais atrapalham relacionamentos nas empresas


Que as redes sociais vieram para ficar é impossível negar. Que elas podem ajudar a diminuir distâncias e aproximar pessoas também é fato. Mas profissionais de Recursos Humanos e psiquiatras têm observado que as redes vêm contaminando negativamente o relacionamento nas corporações.
Segundo especialistas entrevistados por NEGÓCIOS, há nas organizações, cada dia mais, uma superficialidade das relações que é decorrência do mundo virtual. “As pessoas estão mais preocupadas em se exporem, em se exibirem, do que em serem realmente quem elas são”, diz Denys Monteiro, managing partner da Unidade de Negócios da Fesa.
Para Paulo Gaudêncio, médico psiquiatra, psicoterapeuta e consultor, as redes sociais não deveriam substituir o olho no olho e a importância dos relacionamentos interpessoais. O assunto foi tema do 5º Fórum Alatur, (21/09), na Fecomercio, em São Paulo.
“Essa interação pelas redes é acessória, secundária. O homem é um animal racional, que sente e pensa, mas tem o defeito de viver como se só pensasse. Por isso, acaba falando o que pensa e agindo como sente. Daí fala uma coisa, vai e faz outra”, diz Gaudêncio para explicar a importância da interação pessoal.
Com as redes, as pessoas tendem a se relacionar com muita gente e ter pouca proximidade com os outros, na opinião de Monteiro. Até aí, nenhuma grande novidade. Mas o fato é que essa é a realidade, na corporação.
“As pessoas deixam de contribuir, porque passa a ser uma necessidade estar o tempo inteiro aparecendo e trocando. E no ambiente corporativo são essas relações de troca que definem a sua carreira”, afirma Monteiro.
O consultor dá algumas dicas para evitar que a comunicação nas empresas se deixe levar pela superficialidade das redes:
- Comunicação clara é fundamental. Muitas vezes as pessoas acham que entenderam ou que foram entendidas. E não foram. Tome o cuidado de comunicar, por exemplo, o que se espera, de que maneira e quando.
- A comunicação geralmente trava quando não foi desenvolvido um vínculo que faça com que o interlocutor escute de verdade. Quando há preconceito em relação ao que o líder ou ao que o liderado diz, é certo que haverá perda.
- É preciso praticar a tal da escuta generosa (termo bastante usado por psicólogos). Pratica a escuta a ponto de ela te transformar.

- Atualmente, as pessoas precisam se sentir engajadas. As redes mostram isso: as pessoas querem ter voz e querem participar. Antigamente, o líder era um chefe que ordenava. Dar espaço para que o empregado se sinta engajado é um desafio.

Epoca Negócios