Que as redes sociais vieram para ficar é impossível negar. Que elas podem ajudar a diminuir distâncias e aproximar pessoas também é fato. Mas profissionais de Recursos Humanos e psiquiatras têm observado que as redes vêm contaminando negativamente o relacionamento nas corporações.
Segundo especialistas entrevistados por NEGÓCIOS, há nas organizações, cada dia mais, uma superficialidade das relações que é decorrência do mundo virtual. “As pessoas estão mais preocupadas em se exporem, em se exibirem, do que em serem realmente quem elas são”, diz Denys Monteiro, managing partner da Unidade de Negócios da Fesa.
Para Paulo Gaudêncio, médico psiquiatra, psicoterapeuta e consultor, as redes sociais não deveriam substituir o olho no olho e a importância dos relacionamentos interpessoais. O assunto foi tema do 5º Fórum Alatur, (21/09), na Fecomercio, em São Paulo.
“Essa interação pelas redes é acessória, secundária. O homem é um animal racional, que sente e pensa, mas tem o defeito de viver como se só pensasse. Por isso, acaba falando o que pensa e agindo como sente. Daí fala uma coisa, vai e faz outra”, diz Gaudêncio para explicar a importância da interação pessoal.
Com as redes, as pessoas tendem a se relacionar com muita gente e ter pouca proximidade com os outros, na opinião de Monteiro. Até aí, nenhuma grande novidade. Mas o fato é que essa é a realidade, na corporação.
“As pessoas deixam de contribuir, porque passa a ser uma necessidade estar o tempo inteiro aparecendo e trocando. E no ambiente corporativo são essas relações de troca que definem a sua carreira”, afirma Monteiro.
O consultor dá algumas dicas para evitar que a comunicação nas empresas se deixe levar pela superficialidade das redes:
- Comunicação clara é fundamental. Muitas vezes as pessoas acham que entenderam ou que foram entendidas. E não foram. Tome o cuidado de comunicar, por exemplo, o que se espera, de que maneira e quando.
- A comunicação geralmente trava quando não foi desenvolvido um vínculo que faça com que o interlocutor escute de verdade. Quando há preconceito em relação ao que o líder ou ao que o liderado diz, é certo que haverá perda.
- É preciso praticar a tal da escuta generosa (termo bastante usado por psicólogos). Pratica a escuta a ponto de ela te transformar.
- Atualmente, as pessoas precisam se sentir engajadas. As redes mostram isso: as pessoas querem ter voz e querem participar. Antigamente, o líder era um chefe que ordenava. Dar espaço para que o empregado se sinta engajado é um desafio.
Epoca Negócios
Fonte: http://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Carreira/noticia/2012/09/redes-sociais-atrapalham-relacionamento-nas-empresas.html acesso em 24 de setembro de 2012.
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