O avanço dos tablets segue o crescimento da relação dos bancos com a internet, que desde 2010 é o principal meio de relacionamento com os bancos. Agora, a web responde por 37% das operações. A procura por agências e caixas eletrônicos, por outro lado, seguiu em queda. Os clientes também têm recorrido cada vez mais a estabelecimentos conveniados, como lotéricas e farmácias.
O crescimento dos tablets pode ser explicado pela preferência pelo aparelho no País. Muitos consumidores estão "pulando" desktops e laptops e optando por comprar tablets. Segundo a consultoria IDC, as vendas de computadores devem recuar 8% neste ano, para cerca de 14,2 milhões de unidades, enquanto a comercialização de tablets deve saltar 89%, para 5,8 milhões de unidades.
Dada a evolução das tecnologias de relacionamento entre cliente e bancos, o Banco Central ganhou mais poderes para regular o mercado de cartões e as tecnologias em desenvolvimento para transações entre celulares, por exemplo.
As novas regras foram sancionadas anteontem pela presidente Dilma Rousseff, mas ainda dependem de regulamentação do Conselho Monetário Nacional (CMN). Segundo o BC, as mudanças vão contribuir para aumentar a competição e reduzir custos.
Hoje, os clientes utilizam os telefones móveis, em geral, apenas para consultas bancárias. Segundo o BC, 98% dos acessos não envolveram operações financeiras no ano passado, apesar de os bancos oferecerem aplicativos com várias opções de serviços desse tipo. O pagamento de contas, por exemplo, cresceu em ritmo inferior ao aumento do total de operações por meio desse canal.
Na internet, pelo contrário, as operações financeiras ganham espaço a cada ano e já representam 25% do total, com destaque para pagamentos e transferências.
Presença física. O levantamento também mostra que a utilização de agências e caixas eletrônicos caiu 1% em relação a 2011. As duas modalidades responderam, respectivamente, por 25% e 26% das transações. No primeiro caso, o destaque foi a queda de 12% no pagamento de contas nos estabelecimentos bancários. As agências vêm perdendo esse mercado para correspondentes, como lotéricas, farmácias e supermercados, líderes nesses serviços.
Os números do BC mostram que mais da metade dos clientes que foram aos bancos procuravam serviços que não envolviam operações financeiras, o que inclui abertura de conta e solução de problemas.
Em relação aos caixas automáticos, houve redução no número de saques, consultas e depósitos, operações que respondem por 83% do total. A instituição ressalta também que não houve aumento significativo no número de máquinas disponíveis ao público.
Em alguns locais, como no Estado de São Paulo, por exemplo, houve até redução.
Em termos de atendimento presencial, os correspondentes bancários registraram aumento de apenas 4% nas transações em 2012. Com isso, tiveram pequena queda de participação, para 9% do total. Estabelecimentos conveniados, como lotéricas e farmácias, verificaram aumento de 14% no pagamento de contas, maior porcentual entre todos os canais.
Eduardo Cucolo
Fonte:ESTADÃO, acessado em 28 de Abril de 2014.
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