Informal, visionário,
franqueado ou social. Com mais de 5 milhões de pequenas empresas, não
poderiam faltar vários tipos de empreendedores. José Dornelas, especialista em empreendedorismo,
classifica os empreendedores em seu livro Empreendedorismo para Visionários. “O que eu tento
mostrar é que o comportamento empreendedor pode existir em várias pessoas,
independente da atividade dela”, conta Dornelas.
Como cada um tem seus motivos para empreender, as variações
são grandes. Há dois grandes grupos: os empreendedores por necessidade, que só
empreendem para sobreviver, e os empreendedores por oportunidade, que
identificam um nicho com potencial de crescimento. Veja a seguir os principais
tipos propostos por Dornelas e descubra qual o seu perfil.
1. O informal
Este tipo ganha dinheiro porque precisa sobreviver. “O
informal está muito ligado a necessidades. A pessoa não tem visão de longo
prazo, quer atender necessidade de agora”, diz Dornelas.
O empreendedor deste perfil trabalha para garantir o
suficiente para viver, tem um risco relativamente baixo e não tem muitos planos
para o futuro. “Esse tipo tem diminuído bastante com iniciativas como o
Microeemprendedor Individual (MEI)”, opina.
2. O cooperado
Este tipo costuma empreender ligado a cooperativas, como
artesãos. Por isso, trabalho em equipe é primordial. Sua meta é crescer até
poder ser independente. “Empreende de maneira muito intuitiva”, explica
Dornelas. Geralmente, estes empreendedores dispõem de poucos recursos e tem um
baixo risco.
3. O individual
Este é o empreendedor informal que se formalizou através do
MEI e começa a estruturar de fato uma empresa. “Por mais que esteja
formalizado, ele não está pensando em crescer muito”, diz Dornelas. Este perfil
ainda está muito ligado à necessidade de sobrevivência e geralmente trabalha
sozinho ou com mais um funcionário apenas.
4. O franqueado e o
franqueador
Muitos desconsideram o franqueado como empreendedor, mas a
iniciativa de comandar o negócio, mesmo que uma franquia deve ser levada em
conta. Geralmente, procuram uma renda mensal média e o retorno do investimento.
Do outro lado, está o franqueador, responsável por construir uma rede através
de sua marca. “Costumam ser exemplos de empreendedorismo”, afirma.
5. O social
A vontade de fazer algo bom pelo mundo aliada a ganhar
dinheiro move este empreendedor. “Este tipo tem crescido muito, principalmente
entre os jovens que, ainda na faculdade, têm aberto o próprio negócio para
resolver problemas que a área pública não consegue”, diz Dornelas.
Nesta categoria, trabalho em equipe é primordial e o
objetivo é mudar o mundo e inspirar outras pessoas a fazerem o mesmo.
6. O corporativo
É o intra-empreendedor, ou seja, o funcionário que empreende
novos projetos na empresa que trabalha. “O dilema das empresas hoje é aumentar
a quantidade de pessoas com esse perfil”, explica. Seu principal objetivo é
crescer na carreira, com promoções e bônus.
7. O público
O empreendedor público é uma variação do corporativo para o
setor governamental. Para Dornelas, ainda existem muitos funcionários públicos
preocupados em utilizar melhor recursos e inovar nos serviços básicos. Sua
motivação está ligada ao fato de conseguir provar que seu trabalho é nobre e
tem valor para a sociedade.
8. O do conhecimento
Este empreendedor usa um profundo conhecimento em
determinada área para conseguir faturar. É como um atleta que se prepara e
ganha medalhas importantes. “Eles sabem capitalizar para empreender e fazer
acontecer, como escritores e artistas”, explica. Eles buscam realização
profissional e reconhecimento com isso.
9. O do negócio próprio
Este é o mais comum e costuma abrir um negócio próprio por
estilo de vida ou porque pensa grande. “Este é o mais se aproxima do
visionário”, define Dornelas. Dentro deste perfil, encontramos subtipos: o
empreendedor nato, o serial e o “normal”.
O empreendedor nato costuma ser tido como genial, com
trajetória de negócio exemplar, como Bill Gates. Já o serial é aquele que cria
negócios em seqüência. Ele não se apaixona pela empresa em si, mas pelo ato de
empreender. Por fim, o “normal” é o empreendedor que planeja para minimizar os
riscos e segue o plano estabelecido.
No fundo, todos procuram satisfação pessoal, autonomia
financeira e querem deixar um legado. “Esses modelos não são estáticos. Ele
pode evoluir e mudar para outro tipo no decorrer da sua vida”, explica
Dornelas.
Fonte: EXAME, acessado em 26 de Março de 2014.
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