É comum escutar o bordão “ah se eu tivesse dinheiro eu mudava o mundo!” Será? Por hipótese, se uma empresa tiver dinheiro para investimento e caixa suficiente, pode aproveitar esta oportunidade para efetuar as mudanças que lhes dê melhores condições de competir no mercado.
Certo? Errado? Nem uma coisa e nem outra. O dinheiro pode facilitar sim, mas o que faz mudar é o interesse das pessoas. Se esse interesse existir, as mudanças ocorrerão com ou sem dinheiro.
Vou usar um exemplo que todo brasileiro adora opinar. Futebol.
No início dos anos 90, o meu time de coração (por favor torcedores de outras equipes continuem a ler), fez a mais importante e promissora parceria que se tem notícia em nosso país. Ganhamos tudo (nós achamos isto) ou quase tudo que podíamos. Tínhamos fama, poder e dinheiro. Queríamos comprar, comprávamos! Vivemos quase uma década acreditando que aquilo iria perdurar por muitos e muitos anos.
E o que fizemos enquanto isto para quando esta parceria acabasse? Nada. Simplesmente nada. Ficamos olhando o tempo passar. Ele passou rápido e nós envelhecemos. Envelhecemos porque não mudamos nossa essência. Deixamos que as eternas brigas pelo poder continuassem a ser mais importantes que o futuro do nosso clube.
Acreditamos que seríamos capazes de nos manter sem esta parceria, afinal, já éramos grandes antes .Por que não continuaríamos a ser? Nós sabíamos tudo.
Eles nos deixaram e nós voltamos a brigar. Não pelo mercado, pelas melhorias. Brigamos pelo poder. Só pelo poder. E quanto mais poder se tinha mais se pensava em estratégias para se perpetuar nele e com ele. Caímos e ainda assim não percebemos que o tempo passou. Tentamos nos reerguer, um pouco pela experiência do passado, um pouco ao acaso. Caímos novamente. Escrevi em primeira pessoa pois todo torcedor se acha um pouco dono de seu clube de coração.
A espaço é curto e a história é longa. Dinheiro não é a solução para todos os problemas. Não sou contra dinheiro e nem quero abrir mão dele. Apenas estou afirmando que diferentemente do que se prega, ele não resolve todos os problemas. Sabe por que? Porque não se briga apenas para ter dinheiro. Briga-se pelo poder e geralmente escolhemos as batalhas erradas para lutar.
Lutamos mais com as pessoas próximas com quem deveríamos nos unir do que contra os concorrentes e mercado. Saber escolher as batalhas corretas é dever do líder. Unir as pessoas em prol de uma causa comum é fundamental. Mudar a cultura é imprescindível. Se você é um verdadeiro líder, pense nisto. Pense quais são as verdadeiras batalhas para as quais você deve conclamar sua equipe e una o máximo de colaboradores que puder nesta batalha. Faça-os ver que o verdadeiro “inimigo” deve ficar fora e nunca dentro de casa. Faça isto e perceberá a diferença. A recompensa virá naturalmente. Sucesso.
Airton Carlini
Fonte: http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/blog-do-management/2013/01/15/a-nossa-verdadeira-briga/ acesso em 16 de janeiro de 2013.
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