Na era industrial, no século 19, quando o assunto era o lucro das empresas, não importava o modo, a maneira e como faziam. O interessante sempre era baixar ao máximo as despesas para ganhar mais dinheiro. Exploração de trabalho, parcerias de negócios desonrosas e empresários sem escrúpulos faziam parte da rotina de muitos profissionais.
Há, por incrível que pareça, dois séculos depois, empresas que se portam semelhante ao que acontecia no passado. No entanto, existe uma diferença bem grande de acordo com Antonio Argandoña, professor em Economia e Ética nos Negócios da IESE Business School: empresas e executivos que mantém essa postura estão fadados ao fracasso.
Em sua palestra no Global Alumni Reunion, realizada em São Paulo, o professor explica que é fundamental a participação das empresas na construção de um mundo global justo e que os próprios clientes estão de olhos mais atentos na postura das organizações.
Para Antonio Argandoña, a base de uma boa administração está baseada em alguns pontos: "A administração é uma tarefa de três dimensões: ética, social e econômica. Ela é uma constante trajetória e nunca um resultado. A dimensão ética está na promoção de atitudes, valores e virtudes. A questão social está relacionado ao meio que ela fica e à satisfação do consumidores. Já a parte econômica tem a ver com a própria sustentação e suporte da organização", explica o professor.
Problemas para superar
Algumas das barreiras que existem em muitas empresas, estão relacionadas diretamente ao que a sociedade prega, destaca o professor. "A sociedade promove a individualidade nas pessoas. Mas será que precisamos de individualismo na empresa? Uma organização não é feita de uma pessoa. Parece que, as vezes se esquecem disso", questiona Antonio Argandoña.
Um tema que gera grande repercussão é a questão da sustentabilidade e da responsabilidade social. Problemas como aquecimento global, fome pelo mundo, questões ambientais e ensino precário são temas que cada vez mais preocupa o mundo. No entanto, o professor da IESE Antonio Argandoña ainda acredita que vivemos um processo que está, na maioria das vezes, apenas no discurso. "Como não conseguimos culpar especificamente ninguém sobre esses problemas, acabamos lavando as mãos. Mas a questão é que todos temos responsabilidades", relata.
Refletir para melhorar
Um dos caminho para fomentar uma melhoria nas três dimensões da Administração (ética, social e econômica) está na reflexão, destaca o professor. " Reflexão sobre o que é minha empresa? Qual é a missão externa e interna da minha empresa? Como posso satisfazer meus funcionários? Isso exige participação de todos, fornecendo treinamento, em um objetivo comum. Isso, sem dúvida, trará um impacto positivo nas pessoas, na empresa e na sociedade.
Fábio de Mello
Fonte: http://www.administradores.com.br/informe-se/administracao-e-negocios/qual-e-o-papel-das-empresas-na-construcao-de-um-mundo-globalizado-justo/65787/ acesso em 05 de Novembro de 2012.
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