Estima-se que, no Brasil, 85% da empresas são familiares, segundo dados do Sebrae. A maioria nasceu de um sonho, uma grande ideia e vários desejos, entre eles, o de deixar um legado aos filhos, às futuras gerações. Porém, nem sempre esse desejo funciona; os filhos querem construir seus próprios sonhos, não gostam do que seus pais fazem ou querem independência financeira e familiar.
É exatamente aí que mora um dos maiores problemas entre pais e seus jovens filhos, quando o assunto é vida profissional: escolha profissional e sucessão familiar. Os pais, empresários, acreditam que estão deixando algo que possa ter continuidade, assegurando uma vida digna e sem muitas dificuldades. Desejam repassar seus sonhos e não há nada de errado com isso, pois dedicaram quase a vida inteira para que tudo desse certo – garantiram uma boa moradia aos filhos, bons estudos, assistência médica e tudo o que fora possível. Porém, agora, querem que os filhos façam sua parte, reproduzam o modelo que deu certo.
Por outro lado, existem os pais que entendem que esse é um momento muito delicado e especial para os filhos, que estão entrando para a vida adulta e o que precisam é de um tempo para se descobrirem, mostrarem seus interesses e aptidões. É o que chamamos de maturidade vocacional. Esses pais compreendem que os filhos devem assumir as rédeas de suas próprias vidas, criar sua identidade e construir seu próprio sonho.

O melhor a fazer é estar ao lado do seu filho, entender seus desejos e ajudá-lo a desvendá- -los, utilizando sua experiência. Ser “ditador” nessa hora só irá atrapalhar. Se no futuro seu filho for infeliz com a profissão, você será o eterno culpado.
Maurício Sampaio
“Se o jovem tem potencial e for respeitada a sua escolha, vai vencer com mais facilidade do que se tivesse que superar a dificuldade de ter que enfrentar as expectativas paternas.” EmSeja feliz, meu filho, de Içami Tiba.
É importante que sempre se leve em consideração as expectativas dos pais em relação aos seus filhos e como elas podem, ou não, favorecê-los.
O jovem quer e precisa de espaço. Seja para seguir e trilhar passos vocacionais já exercidos por seus primeiros mentores, que podem ou não ser os pais, quer seja para descobrir e escolher sua própria forma de mostrar a que veio.
Estar ao lado, não à frente e nem atrás, quando se trata de acompanhamento, é um excelente início da jornada rumo às escolhas.
Débora Castro de Farias
Uma coisa é verdade: na relação entre pais e filhos sempre haverá questionamentos. O fato é que precisamos considerar que o questionamento nem sempre é uma contestação ou desafio ao conhecimento. Quando um jovem da Geração Y está questionando, raramente está duvidando do conhecimento ou das experiências de seus pais.
Para os jovens, é muito importante interagir com o mundo que os cerca, pois buscam constantemente uma conexão com as coisas e com as pessoas. Questionar é uma das mais eficientes formas de relacionamento.
Eles consideram todo relacionamento como um processo de integração, e assim como seus pais, também estão dispostos a lutar por seus sonhos. Devemos lembrar, portanto, que não se pode impor a ninguém um sonho, pode-se apenas inspirá-lo, cabe ao jovem fazer suas escolhas e lutar por elas.
Sidnei Oliveira
Fonte: http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/sidnei-oliveira/2012/06/25/o-jovem-pode-sonhar/ acesso em 25 de junho de 2012.
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