segunda-feira, 25 de junho de 2012

O jovem pode sonhar?


Estima-se que, no Brasil, 85% da empresas são familiares, segundo dados do Sebrae. A maioria nasceu de um sonho, uma grande ideia e vários desejos, entre eles, o de deixar um legado aos filhos, às futuras gerações. Porém, nem sempre esse desejo funciona; os filhos querem construir seus próprios sonhos, não gostam do que seus pais fazem ou querem independência financeira e familiar.
É exatamente aí que mora um dos maiores problemas entre pais e seus jovens filhos, quando o assunto é vida profissional: escolha profissional e sucessão familiar. Os pais, empresários, acreditam que estão deixando algo que possa ter continuidade, assegurando uma vida digna e sem muitas dificuldades. Desejam repassar seus sonhos e não há nada de errado com isso, pois dedicaram quase a vida inteira para que tudo desse certo – garantiram uma boa moradia aos filhos, bons estudos, assistência médica e tudo o que fora possível. Porém, agora, querem que os filhos façam sua parte, reproduzam o modelo que deu certo.
Por outro lado, existem os pais que entendem que esse é um momento muito delicado e especial para os filhos, que estão entrando para a vida adulta e o que precisam é de um tempo para se descobrirem, mostrarem seus interesses e aptidões. É o que chamamos de maturidade vocacional. Esses pais compreendem que os filhos devem assumir as rédeas de suas próprias vidas, criar sua identidade e construir seu próprio sonho.
Qual pai ou qual mãe não deseja o melhor para seus filhos? Lógico que todos ficariam felizes em compartilhar seus sonhos com seus filhos. Mas temos que entender que, na vida, cada qual possui ou quer possuir sua própria história.
O melhor a fazer é estar ao lado do seu filho, entender seus desejos e ajudá-lo a desvendá-   -los, utilizando sua experiência. Ser “ditador” nessa hora só irá atrapalhar. Se no futuro seu filho for infeliz com a profissão, você será o eterno culpado.
Maurício Sampaio
“Se o jovem tem potencial e for respeitada a sua escolha, vai vencer com mais facilidade do que se tivesse que superar a dificuldade de ter que enfrentar as expectativas paternas.” EmSeja feliz, meu filho, de Içami Tiba.
É importante que sempre se leve em consideração as expectativas dos pais em relação aos seus filhos e como elas podem, ou não, favorecê-los.
O jovem quer e precisa de espaço. Seja para seguir e trilhar passos vocacionais já exercidos por seus primeiros mentores, que podem ou não ser os pais, quer seja para descobrir e escolher sua própria forma de mostrar a que veio.
Estar ao lado, não à frente e nem atrás, quando se trata de acompanhamento, é um excelente início da jornada rumo às escolhas.
Débora Castro de Farias
Uma coisa é verdade: na relação entre pais e filhos sempre haverá questionamentos. O fato é que precisamos considerar que o questionamento nem sempre é uma contestação ou desafio ao conhecimento. Quando um jovem da Geração Y está questionando, raramente está duvidando do conhecimento ou das experiências de seus pais.
Para os jovens, é muito importante interagir com o mundo que os cerca, pois buscam constantemente uma conexão com as coisas e com as pessoas. Questionar é uma das mais eficientes formas de relacionamento.
Eles consideram todo relacionamento como um processo de integração, e assim como seus pais, também estão dispostos a lutar por seus sonhos. Devemos lembrar, portanto, que não se pode impor a ninguém um sonho, pode-se apenas inspirá-lo, cabe ao jovem fazer suas escolhas e lutar por elas.
Sidnei Oliveira

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