Nossa pesquisa trouxe recentemente um dado interessante: um terço 35% das contratações de executivos de alto escalão feitas pela Page Executive no ano passado foi motivada pela substituição de profissionais com desempenho abaixo do esperado.
Surpreso? Talvez não devêssemos ficar. Depois de um 2009 um pouco mais difícil, vivemos uma euforia em diversos mercados que rapidamente mostraram resultados excepcionais em
2010, 2011 e também em 2012. Muito resultantes talvez, de um grande fluxo de investimentos que desembarcaram nos países emergentes quando o primeiro mundo mostrava poucos sinais de recuperação da crise iniciada em 2008.
Contudo, veio um 2013 mais difícil, com funding mais restrito e com forte foco na produtividade, que fez com que a conta chegasse para muitos executivos que cresceram mais com “fermento” do que com “recheio”.
Nada de novo e nada que não vá se repetir no futuro próximo. É fato: o mercado vai voltar a aquecer e em alguns segmentos em particular a previsão da escassez da mão de obra já é anunciada e os salários vão subir novamente.
A minha pergunta aqui é: não aprendemos nada? Que aprendizados vamos levar de ver executivos com remunerações inflacionadas assumirem posições para as quais não estão preparados? Como pautamos os processos seletivos de nossas empresas nos momentos de euforia de mercado? E nos momentos de baixa? Deveria haver diferença? Quais são os verdadeiros norteadores das empresas na escolha de um executivo para o seu quadro de profissionais?
São perguntas que não somente as empresas deveriam se fazer, mas os executivos também.
Acreditem, pouca são as empresas com norteadores bem definidos. E são poucos os profissionais também. Talvez por pouco pensarem no que se quer ver construído no futuro, o legado em si, é que executivos e empresas se alternam em um jogo de “rouba montes”, dificultando a leitura de ambas as partes (empresas e executivos) do que de fato é ter uma carreira consistente ou do que é trabalhar para uma empresa na qual vale à pena apostar seu comprometimento de longo prazo.
A própria revista Exame mostrou recentemente que nem sempre maiores salários trazem melhores performances dos executivos. E agora? Qual será a nova fronteira?
Executivos e empresas terão que iniciar sua jornada na era em que o legado e o propósito será parte da remuneração dos executivos, e talvez não mais de maneira implícita. Alguns empresas já estão bem encaminhadas.
E a sua empresa? E você como executivo?
Marcelo Cuellar
Fonte:EXAME, acessado em 25 de Abril de 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário