A gestão contemporânea prima pela transparência. No mundo todo, o desenho da planta das fábricas mudou, nos últimos 20 anos, transformando o layout fabril num vasto campo aberto. O lema do Sistema Toyota de Produção – “use controle visual, para que nada fique oculto” – virou mantra. No entanto, diz o professor Ethan S. Bernstein, da Harvard Business School, tanta transparência está tendo um custo: a diminuição da produtividade. Num estudo publicado na revista Administrative Science Quarterly, ele demonstra que o funcionário na fábrica constantemente observado gasta muito tempo e energia ocultando suas atividades, em detrimento da produção. “Criar zonas de privacidade pode aumentar o desempenho das equipes”, diz.
Bernstein estudou in loco uma das unidades do segundo maior fabricante de celulares da China. “Para não contaminar o ambiente, eu só aparecia quando outros estrangeiros visitavam a fábrica”, diz. Três assistentes de Bernstein na escola de administração, chineses de nascimento, infiltraram-se na linha de montagem, passando-se por operários.

Num segundo momento da pesquisa, Bernstein instalou cortinas em quatro linhas de montagem. A produção – medida em unidades de aparelho sem defeito por hora – aumentou 10% na primeira semana. Nos cinco meses seguintes, monitoradas pelos pesquisadores, as quatro unidades mantiveram a liderança de produtividade sobre as 28 unidades restantes da fábrica.
Fonte: Época Negócios, acesso em 04 de outubro de 2013.
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