Em agosto deste ano, 2013, foi feita uma pesquisa por estudantes do curso de Administração da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA em Sobral no Ceará para identificar se há uma preparação dos jovens para lidar com o dinheiro. A pesquisa foi feita com alunos do 3º ano do ensino médio de escolas públicas e privadas. A conclusão da pesquisa foi que a grande maioria (85, 71%) dos jovens julgam-se aptos para cuidar de suas finanças, contudo percebe-se que essa aptidão provem da vivência que eles tem com dinheiro e não através da aprendizagem nas instituições de ensino e/ou família. O trabalho não é a principal fonte de renda desses jovens, 70,21% adquirem sua renda através de mesada, programa de governo, dentre outras.
Utilizo o primeiro parágrafo para frisar a necessidade de um programa de educação financeira nas escolas de todo país. A base de toda sociedade é a família e esta juntamente com a escola é responsável por ensinar e passar valores para as crianças e jovens que refletirão no futuro através de escolhas e decisões embasadas na educação que receberam. Outra pesquisa realizada só que pela BM&F Bovespa com 2.000 pessoas em 100 municípios revela que o no geral, o brasileiro não entende de finanças. Os resultados apontam que 27% dos entrevistados afirmam que a Poupança é um dos investimentos de maior risco, maior inclusive que a Bolsa de Valores, no entanto 44% deles dizem que possuem dinheiro na Poupança e menos de 10% sabem o que é um fundo DI e 1% afirmam ter investimentos na bolsa.
Muito dos brasileiros ainda tem a memória de crises financeiras enfrentadas há relativamente pouco tempo e com isto criam-se estas distorções em relação às finanças. Alia-se a isto a evidente falta de conhecimento sobre o assunto e o baixo nível educacional de maneira geral sobre o tema. Empresas como a DSOP Educação Financeira já atuam na disseminação dos conteúdos de educação financeira e finanças pessoais em escolas, mas ainda é preciso mais, pois um país também cresce e consolida-se com um povo conhecedor e dotado de estratégias para reagir aos diversos momentos que uma economia pode passar. As consequências de ter uma população que não sabe aplicar são variadas. Nenhuma delas é boa. Para a economia de um país, significa ter menos recursos disponíveis para investimentos. Para as famílias, o problema é que elas ficam mais vulneráveis. Com a abundância de crédito no mercado norte-americano, a população parou de poupar e passou a consumir além do limite. A taxa de poupança interna lá é uma das menores do mundo: responde por 11% do produto interno bruto (aqui no Brasil, o percentual é de 19% do PIB e, na China, de 53%).
Foi realizado no mês de setembro deste ano o 1º Congresso Nacional de Educação Financeira nas Escolas (Conefe),com o objetivo de discutir o assunto e levar a educação financeira para dentro das escolas e faculdades, participaram prefeitos, coordenadores e diretores de escolas e universidades públicas. Iniciativas como esta são muito válidas, possui quando ocorre a boa sintonia entre representações e governo, políticas efetivas podem surgir e com efeitos positivos.
Felipe Musy
Fonte: Administradores, acesso em 28 de outubro de 2013.
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