A grande maioria dos executivos com quem converso, diz que equilibrar vida pessoal e profissional é um dos maiores desafios encontrados, geralmente querendo dizer que é necessário diminuir o número de horas trabalhadas para poder aproveitar a vida de verdade.
Eu preciso dizer que discordo disto!
Quando dizemos que queremos equilibrar trabalho e vida pessoal colocamos estas duas coisas como antagônicas: trabalho como sinônimo para um fardo obrigatório a ser carregado, e o oposto para vida pessoal, uma espécie de “prêmio” a ser desfrutado raramente e em pequenas quantidades.
E quem disse que precisa ser assim?
Se você encontrar um trabalho do qual você realmente goste, tenho certeza que você não buscará trabalhar menos, porque o trabalho será uma das suas fontes de prazer*.
É lógico que a vida pessoal, amigos e família são pilares essenciais para nós, mas lembre-se que mais tempo para sua vida pessoal não quer dizer necessariamente que este tempo é utilizado da melhor maneira.
Se você trabalha 8 horas diárias em um emprego que detesta, a sua irritação será tanta que o tempo livre dedicado à sua vida pessoal nunca parecerá o suficiente; mas se adora o que faz, mesmo que trabalhe por 10 horas diárias ou mais, provavelmente a qualidade do tempo dedicado à sua vida pessoal será muito maior e a sensação de aproveitamento também!
Porque no fundo o que queremos, não é equilíbrio entre vida pessoal e profissional. É simplesmente equilíbrio, de uma maneira mais ampla!
E quando temos qualidade nas interações que cercam nossas vidas (pessoais e profissionais), estamos mais próximos de atingir este equilíbrio.
Com maior qualidade nestas interações, você terá certeza que poderá se ausentar em um dia na semana para resolver um problema pessoal, assim como poderá trabalhar em um sábado para atingir alguma meta imprescindível, uma vez que ambas as interfaces lhe geram satisfação.
Não há uma dualidade e sim uma conjugação.
É óbvio que a vida profissional não é um mar de rosas e as rotinas executivas são exaustivas. Mas nossas vidas pessoais também são. Se estas rotinas gerarem exaustão, mas a qualidade delas trouxer junto a satisfação, não há problemas!
É como perguntar para quem gosta de jogar bola se mesmo exausto após a pelada gostaria de não ter jogado!
Não busque o equilíbrio em horas ou número de momentos. Busque o equilíbrio em qualidade e prazer. Vai ser muito melhor assim! Tenho certeza!
BOA SORTE!!
Marcelo Cuellar
Fonte: http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/blog-do-marcelo-cuellar/2013/08/08/trabalhar-menos-pode-parecer-o-seu-desejo-mas-no-fundo-nao-e/ acesso em 09 de Agosto de 2013
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