Certa vez, um gestor me questionou se o mercado corporativo estava preparado para receber os profissionais que têm altas expectativas para curtos espaços de tempo. Creio que o mercado está um pouco assustado com as características dessa nova geração de profissionais e em diversos momentos observamos o despreparo de gestores e de empresas em promover as mudanças que se mostram necessárias e urgentes. O que mais se observa é uma constante busca por modelos que permitam o “enquadramento” dos jovens em processos organizacionais que foram estabelecidos nos últimos trinta anos.
Decidi questionar duas jovens jornalistas sobre como lidavam com as mudanças e como elas afetavam suas vidas…
A jornalista Lindsey Bueno declarou: “A necessidade de mudança sempre me seguiu. E foi assim que minha ‘saída da zona de conforto’ começou. Sempre me vi e vivi situações em que o amadurecimento valia mais que a necessidade de aprender. Assim foi (e ainda é), por muitas vezes, na minha vida profissional e pessoal, o que me leva mesmo a pensar que ao invés dos meus 31 anos eu já tenha vivido os 100, como dizem alguns”.
Já para a jornalista Marília Dissenha, não se pode ter medo da mudança: “Gosto da inquietude, mas é preciso cuidado com essas metamorfoses para não nos distanciarmos de nós mesmos. Estar aberta a novas oportunidades é diferente de não saber o que quer ou de estar sempre à procura do novo, deixando o aqui e o agora de lado. Na minha ânsia por novidades, algumas vezes deixei de lado o dia a dia, onde poderia ter ido além e amadurecido mais para o próximo passo. É preciso ter a sensibilidade e a coragem de mudar quando chegar a hora. E esperamos que ela sempre chegue”.
Buscar a mudança é uma característica dos jovens profissionais e um de seus principais instrumentos são os questionamentos, contudo, se isso ocorre sem uma estratégia na forma de apresentar suas perguntas, é possível que os questionamentos sejam confundidos com confrontamentos, que bloqueiam qualquer possibilidade de mudanças e inovações.
Estamos em um tempo de mudanças de paradigmas. Os novos comportamentos e expectativas dos profissionais, principalmente dos jovens, estão pressionando as empresas a adotarem mudanças significativas nas relações com seus empregados. O modelo atual surgiu há mais de cinquenta anos e não reflete mais a atualidade. Trabalhar em casa já não é mais um absurdo, principalmente depois do surgimento do notebook, dos celulares e dos e-mails. Conceitos como “dias úteis” e “horário comercial” estão completamente alterados com toda a tecnologia digital.
O novo profissional sabe que o trabalho está invadindo sua “vida pessoal”, por isso, acha natural que “sua vida” também invada o trabalho.
Sidnei Oliveira
Fonte: http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/sidnei-oliveira/2013/08/26/mudanca-requer-mudanca/ acesso em 28 de Agosto de 2013
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