O Nordeste era a terceira região que mais consumia no país. Nos últimos anos, passou a ser a segunda. A região foi também a que teve o maior crescimento em número de universitários, e hoje conta com 23% dos estudantes universitários do Brasil. Se o Nordeste fosse um país, ele seria a 39ª. economia do mundo. Mas o Centro-Oeste foi a região que teve o maior crescimento: dependemos da agricultura e da pecuária. Em 2005, o agronegócio brasileiro foi responsável por 27,9% do PIB nacional, 36,9% das exportações e 37% dos empregos gerados no país.
Por outro lado, somos um dos maiores celeiros do mundo. Um relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), publicado em junho de 2011, mostra que as mercadorias exportadas pelo Brasil continuarão em alta até 2020, o que faz das exportações de commodities uma fonte segura de dinheiro externo. Além disso, as commodities agrícolas custarão em média 55% a mais na próxima década em comparação com a anterior, sendo que estes preços já dobraram desde o ano 2000. A razão para a alta dos preços é a maior demanda. Só a Ásia deve consumir 20% mais alimentos até 2020. O Centro-oeste é hoje o nosso Vale do Silício Verde.
O litoral fluminense vai mudar. A descoberta de uma reserva equivalente a 40 à 100 bilhões de barris na camada Pré-Sal transformará o Brasil em um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Essa reserva é um patrimônio nacional que deve ter impacto em todo país – se bem gerido, é claro. A indústria do Petróleo vai invadir aquelas praias. Para você ter uma idéia, no litoral fluminense, já está sendo erguido um enorme centro de pesquisa e desenvolvimento. Por causa dele, serão criados cerca de 5 mil empregos, sendo que 2,5 mil deles serão para pesquisadores: o dobro do que tem o Massachusettes Institute Technology (MIT). Tudo isso visa dobrar a produção de petróleo e gás até 2020. A Petrobrás diz que o pré-sal poderá gerar 15 mil empregos diretos e outros 10 mil indiretos. Já se estima um crescimento populacional de 25% nas áreas litorâneas em torno do pré-sal (Rio de Janeiro e São Paulo). Os estados do Sul sempre tiveram a qualidade de vida superior a maioria dos estados brasileiros, e o seu crescimento é menor por ter um patamar superior aos demais. Mas por que tudo isso importa?
Importa pois não teremos mais somente o eixo Rio-São Paulo. Importa pois as empresas vão ter que desenvolver produtos que respeitem os hábitos regionais. Importa pois o sistema de logística do país vai ter que se reinventar. A Kaiser, por exemplo, adota as cores azul e vermelho em suas ações na festa de Parintins, assim como a Coca-Cola, a Rede Bandeirantes e o tênis da Adidas. Na região Nordeste, a Nestlé tem uma linha de portfólios regionalizados, assim com a Kraft e a Kimberly Klark.
É como dizia Gilberto Freyre “O Brasil é um cadinho de raças”.
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