Em tempos de Copa do Mundo e Jogos Olímpicos no Brasil, de contratos milionários assinados por clubes e jogadores, de novas agências de marketing esportivo, fica a impressão que os megaeventos fazem do esporte a área com mais oportunidades de negócio até 2016. Não necessariamente.
Uma patrocinadora da Copa, por exemplo, pode decidir montar um show em uma praia do Rio de Janeiro para aproveitar o clima de festa gerado pelo evento esportivo. Este seria um evento financiado por parte da verba de marketing que a empresa já reservou para a ativação dos patrocínios que fez.
Um evento corporativo que acontece por causa da Copa, mas que não tem nada de futebol, e sim música, cultura, entretenimento.
Quem está de olho neste segmento é a GEO Eventos, pertencente à Rede Globo. A empresa até hoje se dividiu em três frentes de atuação: entretenimento, esportes e feiras. Mas descobriu que, como há demanda de empresas por certos eventos, fará mais sucesso se apostar em projetos específicos, que cruzem as três áreas, em vez de tratá-las separadamente.
“Há o patrocinador puro, que vem atrás de nós para criarmos um evento corporativo, e há um patrocinador que já tem a ideia dele e quer que a gente execute do jeito dele”, conta Leonardo Ganem, diretor geral da GEO.
A Hyundai é um exemplo. A montadora queria um festival de música coreana, pediu à empresa que organizasse o K-pop, e ela assim o fez. A margem de lucro é menor, mas o risco também, porque a verba a ser paga pela empresa é fixada de antemão. O evento não depende de bilheterias ou patrocínios para ser lucrativo.
Até hoje, a GEO adotou uma posição passiva em relação a projetos corporativos. Quando uma empresa tem uma demanda, ela atende. Quer um show assim, assim e assim, ela faz. A ideia agora é ser mais proativo, de acordo com o executivo. Aproveitar que a Copa está cada vez mais próxima e procurar patrocinadores dela, da seleção, entre outros clientes em potencial.
E a empresa se deu conta que poderia ganhar dinheiro com a Copa e os Jogos Olímpicos desse modo em um evento que, novamente, nada tem a ver com esporte, o Lollapalooza. “É um baita festival de música, e dentro dele nós fazemos a ativação para os clientes. Em geral, negociamos a venda do patrocínio junto com a ativação lá dentro. Ele compra uma cota, mas não quer ter só a marca dele exposta, também quer ter um estande, ter atividade, interação com o público que está lá, e nós fazemos a ativação”, diz Ganem.
Se a GEO já possuía conhecimento e profissionais para fazer essa ativação dentro de um evento dela, por que não atender a projetos que servem como ativação para um evento esportivo?
Os negócios no esporte, muitas vezes, extrapolam o próprio esporte.
Rodrigo Capelo
Fonte: http://colunas.revistaepocanegocios.globo.com/negociosfc/2012/11/30/os-negocios-da-copa-que-estao-longe-do-futebol/ acesso em 03 de Dezembro de 2012.
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