Linguagem empolada e excessivamente técnica, como o “juridiquês” dos advogados e juízes, é uma praga no mundo inteiro. E isso custa dinheiro. No livro Writing for Dollars, Writing to Please (“Escrevendo para ganhar dinheiro, escrevendo para agradar”), o professor Joseph Kimble, baseado em mais de 50 estudos, diz que abolir a verborragia e os jargões em documentos oficiais, manuais e outros textos propiciaria uma enorme economia de recursos para governos e empresas. Comunicação deficiente é um custo oculto. O Departamento de Veteranos dos Estados Unidos economizou mais de US$ 4 milhões apenas explicando melhor os termos de uma carta que enviava a seus associados: entre outras vantagens, o número de telefonemas de veteranos pedindo esclarecimentos despencou, poupando tempo, pessoal e verbas.
Pesquisas citadas pelo livro revelam que 75% das pessoas culpam em parte a complexidade e a falta de compreensão pela crise financeira de 2008. E que 84% dos consumidores confiam mais em empresas que não usam linguagem com jargões. Ou ainda que a maioria dos usuários de um remédio contra o colesterol não entendia as instruções da bula e se tratava de forma errada. Adotar uma linguagem clara e simples diminui a margem de erros, acelera a compreensão, melhora as decisões, reduz a frustração e restaura a credibilidade de instituições públicas, afirma Kimble. O governo americano lançou uma campanha pela linguagem simples (www.plainlanguage.gov), utilizando até textos de Mark Twain, mas enfrenta a resistência de burocratas, que a consideram pouco profissional e de legalidade duvidosa.
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