Estabelecer processos bem definidos e obter um faturamento estável para uma empresa pode parecer a coisa certa a se fazer diante de um mercado cada vez mais competitivo. Certo? Na verdade, não. Na visão de Christopher Meyer, processos estáveis são fatais para as organizações. Segundo ele, empresas adaptadas a um processo mais volátil estão mais preparadas para aproveitar melhor as oportunidades que surgem.
Autor de diversos best-sellers, entre os quais se destacam It’s alive: the coming convergence of information, biology and business, Meyer abriu as apresentações do Fórum HSM Novas Fronteiras da Gestão 2012. Ele tratou da importância das administrações prepararem suas empresas para se adaptarem às mudanças cada vez mais frequentes do mercado. “Estamos passando da otimização para a adaptação”, destacou.
Economia molecular
Meyer explicou que a era da economia industrial já atingiu sua maturidade e que agora as melhores oportunidades de ter um ganho significativo estão nos negócios da economia da informação. “Se você sempre continuar investindo na economia existente e no mercado que você já detém, será superado pelas mudanças”.
O escritor defende que uma nova era da economia já está se configurando com o desenvolvimento de novas áreas de conhecimento, como nanotecnologia, genômica, biologia sintética, neurociência, inteligência artificial, fusão de bits e átomos. “A economia molecular está chegando. Uma nova revolução iniciada pela ciência está em curso”, revelou.
Diante dessa realidade que muda cada vez mais rápido, as empresas precisam aprender a se adaptar para não serem eliminadas. “A economia muda sempre que a ciência apresenta algo novo. Por isso, hoje vemos empresas consolidadas na economia industrial se debaterem para ingressar na economia da informação. Enquanto isso, estamos vendo a chegada da economia molecular”, alertou Meyer. “As economias da informação e molecular vão se combinar, criando novas formas de negócio que hoje somos incapazes de prever”, acrescentou.
Inspiração na biologia
O palestrante sugeriu que os organismos biológicos devem servir como exemplo inspirador para as empresas, que precisam aprender a se adaptarem aos novos ambientes e às novas situações. Em sua análise comparativa, ele afirmou que as empresas devem obedecer a três regras para se adaptarem de maneira mais eficiente:
1. Sentir e responder (aprenda e adapte-se)
2. Seleção e recombinação
3. Emergência
No primeiro aspecto avaliado pelo autor norte-americano, a empresa deve se preparar para avaliar o ambiente constantemente, através de seus processos, dados, oferta e regras. Com base nisso, precisa ser proativa na criação e evolução de novos modelos de atuação. “A ideia de que não se mexe em time que está ganhando é um tremendo erro. Para se criar uma empresa adaptativa, é preciso avaliar o ambiente constantemente e sempre propor mudanças, fazer testes e tentar combinações diferentes”, apontou Meyer.
A combinação de elementos diferentes é justamente o segundo princípio enumerado por Meyer para instigar a empresa a se reinventar. “Colocar um novato na linha de frente da equipe obriga a empresa a se readaptar e renovar constantemente. As ideias precisam ser recombinadas para que surja algo novo. Cultive a diversidade”, aconselhou.
A equipe precisa ser condicionada a encontrar seus próprios caminhos de maneira inovadora, e isso diz respeito ao terceiro princípio das empresas adaptáveis. Em situações de pressão esses resultados podem ser ainda melhores. “Devemos gerenciar as regras e não as pessoas. Ao invés de ordens descritivas, devemos estabelecer os princípios táticos e mostrar os objetivos”, orientou Meyer, garantindo que a equipe, por sua vez, se adaptará às situações e, como resultado, a empresa colherá resultados melhores no decorrer do tempo.
Como consequência de uma postura inovadora, é natural que as falhas aconteçam. Por isso, o gestor precisa saber extrair o melhor dessa experiência. “Você precisará aprender a tolerar resultados indesejados. É importante enxergar o aprimoramento de um processo também na falha. Devemos celebrar quando nos livramos de algo que não funcionaria e nos traria mais perdas”, concluiu.
Portal HSM
Fonte: http://www.hsm.com.br/editorias/inovacao/capacidade-de-adaptacao-faz-diferenca acesso em 27 de Agosto de 2012.
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