quarta-feira, 30 de maio de 2012

Demissão: como se manter dentro do vínculo mesmo estando fora dele


O mercado se assemelha a um organismo vivo. Está em constante transformação, e como uma montanha russa, nossa carreira também sofre abalos e oscilações. Sejam mudanças lentas ou descontinuidades, precisamos estar preparados para as ameaças, fortalecendo os aspectos que estão sob nosso controle.
A demissão provoca um grande abalo no profissional, principalmente quando a zona de conforto já estava instaurada. Uma grande sensação de impotência e retrocesso, longe de ser exceção àqueles que vivenciam um momento como esse.Mas, uma hora ou outra, você tem que “dar as caras” ao mercado novamente e estufar o peito para conseguir respirar novos ares. Começam, então, a aparecer os sintomas típicos desse período: empolgação, ansiedade, impaciência, insegurança e desespero, respectivamente. O tempo de busca fica cada vez maior e é cada vez mais difícil se reposicionar. Como ser jogado para fora de um círculo em movimento, em que só se mantêm naquele ritmo aqueles que fazem parte dele.
Mas como, então, seria possível sentir essa mesma inércia estando sob o efeito de uma outra gravidade?
Para estar conectado a esse círculo, você precisa de uma ponte. Uma ótima sugestão é listar aqueles com quem possui alguma admiração profissional, que te inspiram e são uma referência para você. Entre em contato, diga brevemente a sua situação e sugira um café para pedir alguns conselhos sobre sua carreira. O conselho você já ganhará. Se tiver sorte e souber estimular a empatia entre os dois, poderá até conseguir um novo emprego ali mesmo naquela cafeteria (acredite, isso acontece muito).
O importante mesmo é curtir essa fase como ouvinte. Muitos dos que estão empregados não possuem todo esse tempo para absorver novas visões e experiências, infelizmente. É quase como ter sessões de coaching de graça! Por isso, não pule etapas e controle o desespero. Sua capacidade de interação com outras pessoas será o segredo para nunca ficar de fora de seu círculo profissional.
Beatriz Carvalho
Entendo que os profissionais devem se preparar para viver momentos como uma demissão, buscando minimizar os impactos em sua vida quando esta vem a ocorrer. Essa preparação se faz aumentando a empregabilidade, buscando sempre novas competências, novos conhecimentos, fluência em línguas, atualização geral e redes de relacionamentos.
É fundamental que os profissionais encarem seu desenvolvimento como uma construção para si mesmo e não para uma empresa, um gerente ou outra pessoa. A pergunta que devemos sempre nos fazer é: considerando o meu histórico, o mercado me contrataria?. A resposta será mais próxima do sim quanto mais você estiver ligado em construir sua marca pessoal.
Parece algo simples, mas não é e deve-se planejar isso. Recomendo a leitura do livro Personal Branding, do Artur Bender. Lá, você encontrará várias dicas e orientações para ser uma marca de valor no mercado.
Agora, conforme a Beatriz coloca em seu artigo, mesmo com uma marca pessoal forte e bem construída, nada vai eliminar a nossa necessidade de acessarmos nossa rede de relacionamentos, buscar ajuda e apoio em momentos em que necessitamos buscar o controle e equilíbrio.
Paulo Amorim
Já tive algumas experiências de transição na carreira, o que me proporcionou muitos aprendizados nos relacionamentos pessoais e transformou minha atitude e postura profissional. Percebo que todo vínculo com uma empresa é transitório e sempre representará um ciclo de experiências, mesmo que tenha uma duração grande, por isso, é muito arriscado estabelecermos uma relação de dependência nesse vínculo corporativo.
O caminho mais adequado – certamente aquele que mais auxilia em momentos de transição, como é a demissão – é estabelecermos vínculos pessoais honestos e verdadeiros com nossos colegas, pois serão esses relacionamentos que irão permitir a construção de novos desafios para nossas carreiras.
Sidnei Oliveira

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