Gostaria de compartilhar com vocês a matéria divulgada no Caderno Boa Chance, do Jornal O Globo, publicada dia 14/8/2011. A matéria contou com minha participação e de outras pessoas especialistas em redes sociais para falar de um assunto polêmico: a divisão entre a vida pessoal e profissional nas redes.
A matéria teve um foco maior no Twitter e Facebook, mas as conclusões podem ser aplicadas a outras redes. Tive três participações na matéria:
- É preciso ter um objetivo claro definido em redes sociais: pessoal ou profissional. Justifico minha posição pelo fato de normalmente pessoas deixarem de seguir outras pois estão lendo algo que não a agradam. Isso vale especialmente para a mistura de comentários pessoais e profissionais no Twitter.
- Defendendo as redes sociais específicas (ou redes sociais corporativas) para a discussão de assuntos internos na empresa.
- Minha foto utilizando o Twitter
Sabemos que em entrevistas para grandes mídias, produzimos um grande volume de conteúdo, mas apenas uma pequena parcela é efetivamente publicada. Para que esse conhecimento não seja perdido, vou divulgar abaixo a íntegra da entrevista. Espero seu comentário, ok?
1) Como você analisa a proposta inicial do Twitter e do Facebook, especificamente? Ambas as redes surgiram com o objetivo de serem apenas ferramentas de integração social? Ou não?
Acredito que essas ferramentas surgiram com o objetivo de integração social, mas pelo dinamismo da Web, tomaram um rumo completamente diferente do planejado inicialmente. Veja por exemplo a aceitação do Facebook pelas empresas. Algumas delas já utilizam o recurso Pages do Facebook como a página institucional.
2) As pessoas têm confundido muito vida pessoal e privada por passarem boa parte do tempo dentro do escritório. Você acha que isso acaba se refletindo no comportamento que elas têm nas redes? Ou seja: muita gente usa o Facebook e o Twitter com as duas propostas, de forma misturada?
Sim, acredito que haja uma convergência natural de comportamento nessas redes, em grande parte pelo desejo das empresas.
3) Muitas pessoas dizem que o Twitter é mais profissional e o Facebook mais pessoal. Independentemente de concordar ou não com a afirmação, por que você acha que elas pensam assim? Seria uma questão cultural ou mais técnica?
Talvez por uma questão de objetivos de cada rede. No boom do Facebook no Brasil, ele foi muito comparado ao Orkut, que já era mais difundido no nosso país. Daí a relação entre Facebook e vida pessoal. E o Twitter, pelo fato dele ser apenas um recurso de mensagens, acabou-se dando um viés mais profissional. Mas definitivamente isso não é mais regra nos dias atuais.
4) Quais são as suas dicas para profissionais que querem usar as redes para discutir assuntos relacionados a trabalho? Usar o Facebook de forma pessoal e o Twitter profissionalmente? Misturar os dois universos em ambas as redes? Apostar só no LinkedIn? O que seria mais indicado?
Assim como tudo na vida, o profissional precisa ter uma estratégia para sua carreira, e as redes sociais representam um segmento dessa estratégia. É preciso saber onde se quer chegar para definir qual a melhor forma de utilização. Mas, de forma genérica, é possível usar ambas as redes de forma profissional e pessoal. Definitivamente, o que deve-se evitar é utilizar o Twitter simplesmente para dizer o que está fazendo no momento (proposta inicial do Twitter). Essa atitude afasta seguidores, que podem se interessar pela sua opinião sobre um assunto, não sobre o que você está fazendo.
5) Você tem algum palpite de para onde estamos caminhando nesse sentido? Você acha que a tendência é que surjam redes de nicho para que as pessoas falem exclusivamente sobre o trabalho?
Sim, vejo uma tendência no surgimento de redes sociais corporativas, principalmente pela facilidade de ferramentas como SuaRede, Ning e Yammer. Neste contexto, haverá uma rede de relacionamentos entre o profissional e a cadeia de negócios de sua empresa, como fornecedores, colaboradores, clientes e parceiros. Este será o local ideal para discussões profissionais. Embora as redes públicas ainda sejam muito válidas, principalmente na construção de networking.
6) Que tipos de cuidados as pessoas devem ter caso misturem, na mesma rede social, conteúdo pessoal e profissional?
O ideal é que ela seja comedida nos comentários pessoais para que não afaste os “seguidores” com objetivos profissionais. Eu mesmo já deixei de seguir pessoas no Twitter pela má utilização que a pessoa fez dessa ferramenta. Naturalmente, cria-se um arranjo de redes com interesses mútuos.
7) O Facebook e o Twitter já contam com funcionalidades específicas para que as pessoas troquem informações sobre trabalho? Se sim, quais? E como funcionam?
O Twitter é genérico, mas o Facebook possui o recurso Groups que permite a criação de grupos com interesses específicos. Lembro mais uma vez do surgimento das redes sociais corporativas, ideais para se falar assuntos internos da empresa.
Como o Google+ se posiciona dentro desse contexto? Quais são as suas vantagens?
Ainda não estou no Google+.
9) Fale do seu caso: você está presente em quais redes sociais? E que tipo de função cada uma tem para você?
Tenho um blog para exposição de conhecimentos profissionais, onde construí um relacionamento com meus leitores. Estou presente no LinkedIn e no Twitter, também com objetivos profissionais.
10) Como você compara as vantagens de usar o Facebook e o Twitter profissionalmente com o LinkedIn?
Ambas as redes acabam se sobrepondo, pois possuem funcionalidades parecidas. O LinkedIn possui um recurso de mensagens visíveis para todos os seus amigos, assim com o Twitter. O Facebook possibilita a criação de amizades, assim com o LinkedIn. Ao meu ver, o que motiva as pessoas a estarem presentes em todas elas é não ficarem de fora de nenhuma rede.
Fonte: GESTÃO ETC... Matéria sobre redes sociais no Globo. Disponível: http://www.gestaoetc.com.br/1115/materia-sobre-redes-sociais-no-globo/. Acesso: 23 de Fevereiro de 2012.
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